quarta-feira, 13 de abril de 2016

Dilma segue, via TV ao vivo, para o linchamento político

Orion Teixeira / 13/04/2016 - 06h00- Jornal Hoje em Dia
Orion Teixeira é jornalista político. Escreve de terça-feira a domingo neste espaço.
Orion TeixeiraTudo indica que argumentações jurídicas e políticas, defesa consistente, manifestação de rua e oferta de cargos, entre outros, nada mais terá efeito em favor da presidente Dilma Rousseff (PT). Seu destino está selado na Câmara dos Deputados, onde a cada dia que passa mais um partido que se diz aliado a abandona às feras. Com provas ou sem provas, com crime ou sem crime, a situação de Dilma se assemelha à daquele suspeito de crime hediondo, que, sem julgamento e chance de defesa, é espancado até a morte, com transmissão ao vivo e disputa pela audiência das TVs.
Um caso de linchamento político que parece irreversível, a não ser que, no Senado, pelo tempo e ritual do processo, o quadro ganhe algum fato novo que permita julgamento no qual haveria amplo direito de defesa. Difícil, porque, uma vez admitido pelo Senado – já que lhe é quase impossível tomar uma decisão política a favor dela como a que Câmara indica que fará contra ela –, a presidente terá que se afastar do cargo por 180 dias, deixando a cadeira e a caneta nas mãos do maior interessado em sua degola, o atual vice Michel Temer.
Oposição prepara impeachment
O governador Fernando Pimentel (PT) reconheceu, nesta terça (12), que vive um momento difícil, após o indiciamento pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção passiva, tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. De acordo com quem esteve com ele, Pimentel não está abatido e atribui a situação ao quadro nacional, referindo-se ao processo de impeachment da aliada, Dilma Rousseff.
Após o indiciamento, a Procuradoria-geral da República vai decidir se apresenta denúncia ou não. Do lado de cá, a oposição na Assembleia está trabalhando na fundamentação jurídica para pedir o impeachment dele no rastro da crise nacional.

Nenhum comentário: