"Alteri ne facias quod tibi fieri non vis"
Não faças aos outros o que não queres que te façam
sábado, 9 de abril de 2016
Governo Dilma está fechando para balanço. Últimas boquinhas. Corra!
Para
evitar sua liquidação do governo, presidente faz uma liquidação de
cargos e abre uma estupenda queima de estoque, oferecendo posições ao
baixo clero da Câmara
Por: Rodrigo Rangel, Robson Bonin e Daniel Pereira - Atualizado em
Quando
era candidata à reeleição, Dilma Rousseff disse que poderia "fazer o
diabo" para vencer a sucessão presidencial. Disse e fez, arruinando as
finanças do país. Agora, com o mandato ameaçado, ela recorre outra vez
ao tinhoso - o tinhoso do fisiologismo, aquele que mercadeja emendas e
cargos em ministérios e estatais por um punhado de votos, ou um único
voto. Para escapar do impeachment, a faxineira ética de outrora passou a
assediar congressistas dispostos a colocar seu "sim" ou "não" no
mercado. O baixo clero, formado pelos políticos mais inexpressivos do
Congresso, está, naturalmente, em festa. É o caso do deputado José Maria
Macedo Júnior, do PP do Ceará. Macedão, como é conhecido, é dono de uma
empresa que fornece canos e tubulações para obras federais, inclusive
para a transposição do Rio São Francisco, que lhe rendeu 50 milhões de
reais em 2015. Apesar de exercer seu primeiro mandato na Câmara, ele foi
alçado, na semana passada, à gloriosa condição de responsável pela
indicação do novo diretor-geral do Departamento Nacional de Obras contra
as Secas (Dnocs), que tem orçamento anual de mais de 1 bilhão de reais e
cujos projetos atiçam a cobiça da firma... da firma... do próprio
Macedão!
É isso: em troca de um único voto, o governo colocou o
deputado-empresário nos dois lados do balcão de negócios. Deu resultado.
Macedão, antes indeciso, agora fechou contra o impeachment. Com o
desembarque do PMDB do consórcio governista, Dilma e o ex-presidente
Lula passaram a cortejar partidos de médio e pequeno portes e oferecer
as benesses do poder aos integrantes do baixo clero, que se preocupam
menos com a opinião pública e, por isso, têm mais facilidade para mudar
de lado, principalmente quando convidados a participar do rateio de um
butim suculento. Calouro na Câmara, o deputado Francisco Chapadinha, do
PTN, foi convidado a indicar o novo superintendente do Incra em
Santarém, na região oeste do Pará, sua base eleitoral. De pronto,
aceitou a proposta. De pronto, trocou a condição de indeciso e passou a
entoar o coro "Não vai ter golpe". De pronto, justificou-se a um colega:
"Nunca ganhei nada. Agora que me ofereceram, não posso deixar de
aceitar". O esforço contra o impeachment conta com a ajuda de
governadores amigos, que acertam com os deputados de seus respectivos
estados a parte de cada um no queimão do governo. Colaborou Ullisses Campbell
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