sexta-feira, 1 de abril de 2016

Pimentel e PMDB também vivem crise perto de colisão

Orion Teixeira / 01/04/2016 - 06h00- Hoje em Dia
Orion Teixeira é jornalista político. Escreve de terça-feira a domingo neste espaço.
Orion TeixeiraNinguém mais, de ambos os lados, procura esconder. Na esteira da crise nacional, os desgastes acumulados entre o PMDB mineiro e o governo Fernando Pimentel ampliaram os desentendimentos entre eles e há quem diga que estariam em rota de colisão. Antes entre deputados de ambos os partidos, a briga chegou até o comando do PMDB e da própria Assembleia Legislativa.
Primeiro, foi a posição do vice-governador Antônio Andrade, que, na condição de presidente do PMDB mineiro, nada fez para impedir o rompimento com a presidente Dilma Rousseff (PT) na segunda-feira (28). Nada passa no diretório estadual que não tenha o aval de Andrade e do presidente da Assembleia Legislativa, Adalclever Lopes, duas das principais lideranças estaduais do PMDB.
No dia seguinte, Adalclever fez questão de aparecer na primeira fileira da reunião do diretório nacional que confirmou o rompimento, ainda que a medida representasse a saída do pai, Mauro, da Secretaria da Aviação Civil que havia assumido 13 dias antes. Semanas antes, o presidente da Assembleia recorreu ao governador para que impedisse o convite a seu pai para o Ministério por Dilma; não foi atendido.
Paralelamente, a base aliada na Assembleia se nega a votar quatro vetos do governador para abrir a pauta à votação de projetos de interesse social, como a readmissão de servidores da Lei 100 (sem concurso) que estavam de licença médica na hora da dispensa e o que prevê reajuste de 11,36% para o professorado em consonância com o piso nacional. Já tentaram de tudo para pôr os deputados para votar, mas eles mantêm a greve branca. O que é muito curioso, porque o governo, que anda sem recursos e parcelando salários de 25% do funcionalismo, já pôs 50 deputados em plenário para votar medidas amargas como aumento de imposto (ICMS). Há também o fator Adalclever: se ele não quer também não haverá votação. Pimentel o chamou para uma conversa, no último final de semana, e ele teria recusado o convite.
Líder cobra pedido de desculpas
O líder do PMDB na Assembleia, Vanderlei Miranda, vinculou a mudança de postura de seu partido à mudança de posição do líder do bloco governista, Rogério Correia (PT). Segundo ele, Correia atua mais como “cabo eleitoral de si mesmo do que líder do bloco”. “Se não mudar e nos pedir desculpas (por críticas ao partido), não votaremos os vetos do governador”, avisou ele, antecipando posição que levará na reunião da próxima terça-feira (5), que discutirá o impasse com Adalclever.
SindUTE denuncia boicote
A presidente do Sindicato dos servidores da Educação estadual, Beatriz Cerqueira, divulgou lista nas redes sociais denunciando a greve branca dos deputados que se recusam a votar os projetos da categoria. “O meu sentimento hoje (terça, 29) na Assembleia Legislativa foi de vergonha! Vergonha de uma maioria do Parlamento tão fisiológico! Mais de 60 deputados estaduais estavam na casa, mas não apareceram no plenário para que não ocorresse nenhuma votação”, criticou ela, vinculando a postura deles ao não pagamento de emendas parlamentares (que destina recursos para municípios onde são mais votados) e outras cobranças. Os deputados querem saber quem passou a lista para ela.

 

Nenhum comentário: