10/04/2016 - 06h00 - Hoje em Dia
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Orion Teixeira é jornalista político. Escreve de terça-feira a domingo neste espaço.
Com as promessas e o jogo político jogado, de um lado, para salvar mandato presidencial, de outro, para encerrá-lo, eventuais ajustes econômicos se transformam em risco maior à já instabilizada situação financeira. O PT, que detém o governo, tudo faz para preservar os dois anos e meio de mandato que restam da presidente Dilma Rousseff, recuperar a própria imagem e reverter a situação desfavorável até 2018. O PMDB e a oposição (PSDB e outros) se acertam para eventual transição.
Seja um ou outro, o quadro já é de metástase, quando, então, ao término desse processo autofágico, a política terá que se curvar, finalmente, à economia e governar para o ajuste que ainda for possível. Quem ficar ou chegar lá vai se deparar com a quebradeira geral e o caos econômico estabelecidos a desafiarem a administração. Com o fim do impeachment, aprovado ou não, o paciente poderá resgatar algum otimismo para enfrentar a doença terminal.
Os agentes políticos, em sua maioria absoluta, não têm problemas com a crise; seus contracheques chegam em dia e com todas as vantagens. Ao contrário, o cidadão comum encara uma inflação corrosiva, quando não chega ao trabalho com aviso prévio ou anúncio de corte de 10%, 20% ou 30% da folha.
Malmequer; bem-me-quer
Do relator da Comissão do Impeachment na Câmara dos Deputados, Jovair Arantes (PTB/G0), à Folha de S. Paulo, explicando a razão da crise política: “A presidente Dilma não gosta, não tem afeto pelo Congresso. O início dessa crise política foi o pouco caso que ela faz do Congresso. Para ela, o Congresso era só para votar o Orçamento para fazer do jeito que ela quisesse e depois aprovar as contas do jeito que viessem”.
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