terça-feira, 12 de abril de 2016

Semana é do tudo ou nada no jogo do vale-tudo da política

Orion Teixeira / 12/04/2016 - 07h37- HD
Orion TeixeiraComo se viu no arremedo de debate da Comissão Especial do Impeachment, desta segunda-feira (11), a semana e a próxima serão do tudo ou nada nesse jogo do vale-tudo da política nacional. Não esperem que os governistas irão perder tempo em provar a inocência da presidente Dilma Rousseff (PT), até porque as acusações são objetivamente inconsistentes, nem que seus acusadores apresentem as tão esperadas provas confirmando suas denúncias. Teremos somente os efeitos de uma guerra política pelo poder, na qual tudo passa pelo controle dos votos da maioria da Câmara dos Deputados. Definitivamente, não haverá espaço para a verdade e a ética.
Ao contrário da semana passada, os ventos dessa começam desfavoráveis ao governo, que tudo fará para barrar a onda que poderá levar ao impedimento do mandato presidencial. Além dos cargos e outras promessas feitas, o próprio governo e os governos estaduais aliados preparam a exoneração de ministros e secretários de estado que têm mandato de deputado federal, para que possam garantir votos mais fiéis e mais seguros do que seus substitutos na hora de dizer sim ou não no microfone aberto da votação.
Só de Minas, poderão sair três secretários de Estado (Odair Cunha, de Governo; Miguel Correia, de Ciência e Tecnologia, e Nilmário Miranda, de Direitos Humanos, e um ministro (Patrus Ananias, do Desenvolvimento Agrário). Além de votos, o movimento cria fato e reforça politicamente o lado contra o impeachment.
Pelas redes sociais, os governistas buscarão equilibrar o jogo até para dar segurança àqueles que pretendem votar a favor e aos indecisos, muitos aconselhados a não sair de casa no dia D. Hoje, o governo avalia contar com cerca de 200 votos contra o impeachment, mas não há mais consciência ou convicção nessas manifestações. O voto será dado no meio do ambiente político no qual a maioria dos deputados olhará para o seu próprio futuro, o de sua sobrevivência. Nessa hora, o vale-tudo de nada valerá.
Do lado rival, a oposição, que hoje é mais feita pelo ex-parceiro PMDB, está crescendo entre os aliados, como o PP e o PSD, que detêm ministérios. O ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), decidiu ficar no cargo, mas liberou a bancada para votar “com sua consciência”. Os mineiros desses dois partidos ficarão contra a presidente.
Vazamento seletivo
Dizem que sofreu vazamento o áudio de 15 minutos do vice-presidente da República, Michel Temer (presidente licenciado do PMDB), manifestando-se sobre o tempo futuro, quando o pedido de impeachment já teria sido aprovado pela Câmara dos Deputados. Acreditando-se na inocência do ‘ingênuo’ Temer, presume-se que ele tenha gravado outra mensagem em caso de reprovação. Curiosamente, só um áudio foi vazado.

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