sexta-feira, 6 de maio de 2016

Comissão do Senado aprova abertura de processo de impeachment de Dilma

15 a 5

Resultado era previsível diante da minoria governista de apenas cinco membros no colegiado

comissão do impeachment
A votação foi eletrônica, mas antes os líderes puderam se posicionar
PUBLICADO EM 06/05/16 - 13h27
A comissão especial do Senado aprovou nesta sexta-feira (6) o relatório a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Foram 15 votos a favor e cinco contrários ao parecer do relator, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que aponta a existência de elementos suficientes para a petista ser afastada e julgada por crime de responsabilidade. O presidente da comissão, Raimundo Lira (PMDB-PB), não votou sob a alegação de que, pelo regimento, só deveria se manifestar em caso de empate.
O resultado era previsível diante da minoria governista de apenas cinco membros no colegiado. Durante os trabalhos, autores da denúncia e a defesa de Dilma foram ouvidos, além de especialistas a favor ou contra o impeachment.
A votação foi eletrônica, mas antes os líderes puderam se posicionar. "O impeachment é um remédio amargo para punir o mau governante com seu afastamento", afirmou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), pela oposição.
A petista Gleisi Hoffmann (PR) rebateu: os que votam a favor, segundo ela, são "golpistas da Constituição". Discurso seguido pelo líder do governo, Humberto Costa (PT-PE). "Não há crime cometido pela presidente. O relator teve que se armar de uma lupa, fazer contorcionismo jurídico", afirmou.
A presidente Dilma é acusada de editar, em 2015, decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais".
Agora, o caso vai ao plenário do Senado na próxima quarta-feira (11). São necessários os votos da maioria dos presentes na sessão para que o relatório seja aprovado e Dilma afastada por até 180 dias. Até agora, 51 dos 81 senadores já se manifestaram a favor da abertura do processo, conforme levantamento da 'Folha de S.Paulo'.
Confirmado o resultado em plenário, o próximo passo é o processo contra Dilma. Nesta etapa, exige-se o mínimo de 54 votos para afastá-la definitivamente do cargo -até agora, 41 declararam voto neste sentido.
Em nome da bancada do PMDB, partido do vice Michel Temer, o senador Waldemir Moka (MS) defendeu o parecer de Anastasia na comissão especial. "Não nos cabe outra alternativa a não ser votar pela abertura do processo", disse.
Como nos demais dias de comissão, deputados favoráveis ao afastamento da presidente apareceram para assistir aos trabalhos. A abertura do processo foi aprovada na Câmara, no dia 17 de abril, com 367 votos.
Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ) e Marcos Rogério (DEM-RO) estiveram no colegiado e gravaram vídeos. Um dos principais articuladores do impeachment, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que deve ser ministro do Planejamento de um eventual governo de Temer, também compareceu.
Veja como cada deputado votou: 
A favor do parecer:
PMDB
Dário Berger (SC)
Raimundo Lira (PB) - presidente da comissão: não votou
Simone Tebet (MS)
Waldemir Moka (MS)
Hélio José (DF)
PSDB
Aloysio Nunes Ferreira (SP)
Antonio Anastasia (MG) - relator da comissão: Sim
Cássio Cunha Lima (PB)
DEM
Ronaldo Caiado (GO)
PSB
Fernando Bezerra Coelho (PE)
Romário (RJ)
PR
Wellington Fagundes (MT)
PTB
Zeze Perrella (MG)
PP
Ana Amélia (RS)
Gladson Cameli (AC)
PSD
José Medeiros (MT)
Contra o parecer:
PT
Gleisi Hoffmann (PR)
José Pimentel (CE)
Lindbergh Farias (RJ)
PCdoB:
Vanessa Grazziotin (AM)
PDT
Temário Mota (RR)

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