segunda-feira, 16 de maio de 2016

Ministro da Defesa critica organização da Olimpíada pelo governo Dilma

"muito desatento"

Para Raul Jungmann, principal preocupação é com a inteligência e a infraestrutura armada no Rio de Janeiro

 Dep. Raul Jungmann (PPS-PE)
Raul Jungmann cobrou o governo federal de ter sobrecarregado a prefeitura e o Estado do Rio
PUBLICADO EM 16/05/16 - 14h24
O novo ministro da Defesa, Raul Jungmann, criticou a organização da Olimpíada pelo governo da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, o governo petista foi "muito desatento" com o grande evento que está a pouco mais de 80 dias de ser realizado. Entre os maiores problemas citou a questão da inteligência e da infraestrutura na cidade do Rio. Para Jungman, esta é a sua "preocupação maior no curtíssimo prazo" e o presidente em exercício Michel Temer convocou uma reunião para esta segunda-feira, às 18 horas, no Palácio do Planalto, com todos os ministros envolvidos com o evento, para tomar pé da situação.
"Há um déficit de atenção do governo federal até aqui, já que grande parte dos compromissos tem sido arcados pela Prefeitura do Rio e o Estado do Rio está enfrentando graves dificuldades financeiras", disse o ministro ao Broadcast. "O governo federal, é o que tem o principal déficit e temos de, rapidamente, tentar suprir tudo isso", acrescentou.
Jungmann citou que há toda sorte de problemas no Rio. Listou problemas de transporte e de deslocamento dos cerca de cem dignatários previstos para virem ao Brasil com suas delegações na cidade. Afirmou ainda que as dificuldades se estendem às áreas de energia e comunicações, além de questões de segurança não só no Rio, mas em São Paulo, Manaus, Salvador e Belo Horizonte, onde serão realizados partidas dos torneios de futebol.
O ministro demonstrou enorme apreensão também em relação à área de inteligência. Comentou, por exemplo, que as carências desta área levaram os demais países que poderiam cooperar mais com o Brasil a se afastarem. "Houve uma retração nos órgãos de inteligência dos outros países em relação a nós porque não havia atenção federal para este setor", declarou o ministro.
A área de inteligência, no governo Dilma, foi deslocada do antigo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para a Secretaria de Governo. Relegada a segundo plano pela gestão petista, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enfrenta sérios problemas de recursos para desenvolver suas atribuições. Na administração Michel Temer, a Abin voltou para o GSI recém recriado, e será totalmente remodelada. Ainda não há definição, no entanto, do modelo de Abin que o peemedebista quer.
Na reunião marcada para esta tarde com o presidente em exercício Temer, estarão presentes os ministros da Casa Civil, Defesa, das Relações Exteriores, da Justiça, do GSI e do Esporte, além dos comandantes militares.
Na primeira reunião ministerial, realizada na sexta-feira da semana passada, o presidente em exercício Temer também demonstrou preocupação com a Olimpíada e, por isso, resolveu marcar o encontro para tomar pé da situação e determinar providências.
Antes do encontro com Temer, nesta segunda-feira, os ministros deverão se reunir para fazer uma avaliação prévia e, em seguida, levar o balanço dos problemas que encontraram ao presidente em exercício, a fim de que ele possa definir as ações prioritárias. "Este é um evento único e todos os olhos do mundo estarão voltados para o Brasil", declarou Jungmann, após lembrar que os Jogos darão grande visibilidade ao Brasil por ser um evento de importância mundial e que não poderemos ter problemas na preparação do evento.
O ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, procurado pela reportagem, não respondeu às críticas de Jungmann.

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