Tempo
"Se sobrevoar favelas mais de uma vez, vem tiro", diz piloto do esquema de segurança da Rio 2016
“Os policiais procuraram uma empresa para instalar a internet. As milícias foram atrás do representante dessa empresa, que não sei o nome. Disseram: naquela região, quem manda somos nós”, afirma o presidente da Associação Nacional de Praças, o cabo Elisandro Lotin. A entidade acompanha as condições do alojamento dos policiais no Rio.
Polícia Federal prende célula do Estado Islâmico que planejava atentado na Olimpíada
Na manhã de quarta-feira (20), ÉPOCA conversou com um cabo da Força Nacional nas redondezas do condomínio, que fica no bairro Anil. Os prédios são novos, mas a vista em frente não é nada agradável. Há um canal de esgoto a céu aberto e mais adiante uma favela, dominada pelos milicianos. Alguns deles circulam em frente ao condomínio. Segundo o cabo, operam no local um sistema de Uber clandestino para os moradores do bairro.
Facilidade de acesso às armas preocupa a segurança da Rio 2016
Com a condição de anonimato, o policial confirmou que não pode usar o laptop porque não há internet. “Não aceitamos o serviço ilegal das milícias”, afirmou. Ele disse que, quando chegaram ao Rio, os policiais encontraram o condomínio sem iluminação nos quartos. Não havia colchões, nem chuveiros. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta quinta-feira (21) que esses problemas foram resolvidos. Também houve reajuste no pagamento des diárias, de R$ 220 para R$ 550. Já chegaram colchões de espuma, disse o cabo, mas a internet continua pendente.
Esquema de segurança dos Jogos Olímpicos enfrenta “cobertor curto”
Cerca de 6 mil homens da Força Nacional, que é vinculada ao Ministério da Justiça, protegerão as instalações onde ocorrerão competições dos Jogos Rio 2016, como o Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. O contingente previsto era de 9.600 policiais, mas as PMs dos estados não conseguiram dar conta da demanda. A Força Nacional é formada por policiais militares de diversas partes do Brasil. Muitos estão no Rio pela primeira vez. Esse é outro motivo de preocupação.
Rio de Janeiro: uma cidade amedrontada
A Associação Nacional de Praças disse que o comando da Força orientou os policiais a não andar com armas nos dias de folga. “Foram alertados que estão no Rio, onde a violência é absurda. Quando identificados em um assalto, serão mortos. A melhorar maneira de não ser morto é não ser identificado. Isso foi avisado”, disse Lotin, o presidente da associação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário