sexta-feira, 29 de julho de 2016

Polícia combate fraude em compra de medicamentos pelo Ipsemg

Operação

Foram realizadas conduções coercitivas, buscas e apreensões na casa de servidores e empresários do Ipsemg e na empresa Farmaconn; acompanhe com exclusividade



PUBLICADO EM 29/07/16 - 08h13
A Polícia Civil, com suporte técnico da Controladoria Geral do Estado (CGE), realizou na manhã desta sexta-feira (29) uma operação que investiga fraude em aquisições de medicamentos pelo Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
Fontes da Polícia Civil ouvidas por O TEMPO informaram que, além de medicamentos, a operação investiga também irregularidades na compra de outros materiais hospitalares. O esquema de corrupção envolve um conluio entre médicos e servidores do Ipsemg com empresas fornecedoras dos produtos. “Há indícios de um esquema milionário para favorecer essas empresas, que pagavam propina ao médico responsável”, disse a fonte.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede da empresa Farmaconn, no Bairro Cachoeirinha, e nas residências dos suspeitos André Eduardo dos Santos Scarpelli, 48 anos, pregoeiro do Ipsemg; Alexandre Savi, 46 anos, dono da Farmaconn; Rodrigo Roberto da Silva, 40 anos, gerente de licitações da Farmaconn e Marco Aurélio Biaggini, 61 anos, gerente de vendas da empresa.
Segundo a investigação, a empresa entregava remédios similares, como se fossem genéricos.Durante a entrevista coletiva, a Polícia Civil informou que as investigações começaram há cerca de um ano e continuarão. Como o caso ainda está em andamento, detalhes não foram divulgados.
"A empresa é idônea e não está envolvida em nenhuma fraude", disse o empresário Alexandre Savi ao sair deixar o Deoesp, após prestar depoimento. Ele afirmou que não teve acesso aos autos do processo e que está colaborando com as investigações.
Na diretoria da Farmaconn, policiais apreenderam R$ 18 mil. A origem do dinheiro será investigada.
Conduzidos
O pregoeiro André Scarpeli, segundo a assessoria do Ipsemg, foi o funcionário conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. Além disso, o órgão informou que os policiais estiveram no prédio esta manhã e que fizeram cópias de HD. "Estamos colaborando com as investigações", garantiu a assessoria.
Além dele, outras três pessoas, funcionários da empresa Farmaconn, foram encaminhadas à delegacia em condução coercitiva. Todos eles foram ouvidos e liberados após o depoimento.
Histórico
Em 2004, a distribuidora farmacêutica Farmaconn foi alvo de investigação pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por supostas irregularidades nos processos de compra de medicamentos com o governo de Minas, cujo governador à época é o atual senador e presidente Nacional do PSDB, Aécio Neves.
No mesmo ano, o então secretário de Saúde Marcus Pestana negou qualquer irregularidade nos contratos com a Farmaconn, que somavam à época R$ 4 milhões. ''Compramos os medicamentos que a população precisa e por isso fazem parte das listas do Sistema Único de Saúde (SUS), pelo método mais moderno e transparente, que é o pregão eletrônico presencial, o que garante o menor preço do mercado naquele momento. As empresas interessadas são obrigadas a apresentar uma extensa relação de documentos'', disse ainda em 2004.
A reportagem de O TEMPO entrou em contato com Marcus Pestana, atual deputado federal pelo PSDB, mas ainda não obteve retorno.
Atualizada às 15h06

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