Geralmente vemos esquerdistas se referirem a quem é da direita como um
“louco da direita”, e daí por diante. O problema é que a crença da
direita é coerente até com o que a teoria da evolução tem a nos dizer.
Enquanto isso, a crença esquerdista é baseada em quê?
Liberal Mind traz o primeiro exame profundo da loucura política mais
relevante em nosso tempo: os esforços da esquerda radical para regular
as pessoas desde o berço até o túmulo. Para salvar-nos de nossas vidas
turbulentas, a agenda esquerdista recomenda a negação da
responsabilidade pessoal, incentiva a auto-piedade e outro-comiseração,
promove a dependência do governo, assim como a indulgência sexual,
racionaliza a violência, pede desculpas pela obrigação financeira,
justifica o roubo, ignora a grosseria, prescreve reclamação e imputação
de culpa, denigre o matrimônio e a família, legaliza todos os abortos,
desafia a tradição social e religiosa, declara a injustiça da
desigualdade, e se rebela contra os deveres da cidadania. Através de
direitos múltiplos para bens, serviços e status social não adquiridos, o
político de esquerda promete garantir o bem-estar material de todos,
fornecendo saúde para todos, protegendo a auto-estima de todos,
corrigindo todas as desvantagens sociais e políticas, educando cada
cidadão, assim como eliminando todas as distinções de classe. O
esquerdismo radical, assim, ataca os fundamentos da liberdade
civilizada. Dadas as suas metas irracionais, métodos coercitivos e
fracassos históricos, juntamente aos seus efeitos perversos sobre o
desenvolvimento do caráter, não pode haver dúvida da loucura contida na
agenda radical. Só uma agenda irracional defenderia uma destruição
sistemática dos fundamentos que garantem a liberdade organizada. Apenas
um homem irracional iria desejar o Estado decidindo sua vida por ele, ao
invés e criar condições de segurança para ele poder executar sua
própria vida. Só uma agenda irracional tentaria deliberadamente
prejudicar o crescimento do cidadão em direção à competência, através da
adoção dele pelo Estado. Apenas o pensamento irracional trocaria a
liberdade individual pela coerção do governo, sacrificando o orgulho da
auto-suficiência para a dependência do bem-estar. Só um louco iria
visualizar uma comunidade de pessoas livres cooperando e ver nela uma
sociedade de vítimas exploradas pelos vilões.
O que temos aqui, na obra de Rossiter, é o tratamento do esquerdismo de forma clínica
O modelo de mente esquerdista
O livro é bastante analítico, e, por vezes, até chato de se ler. Quem
está acostumado a livros de fácil leitura de autores conservadores de
direita, como Glenn Beck e Ann Coulter, pode até se incomodar. Outro
livro que fala do mesmo tema é Liberalism Is a Mental Disorder: Savage
Solution, de Michael Savage. Mas o livro de Savage é também uma leitura
informal, embora séria. O livro de Rossiter é acadêmico, de leitura até
difícil, sem muitas concessões comerciais, e de um rigor analítico
simplesmente impressionante. Se não é sua leitura típica para curar
insônia, ao menos o conteúdo poderoso compensa o tratamento seco e
acadêmico dado ao tema.
Segundo Rossiter, a mente esquerdista tem um padrão, que se reflete
tanto em um padrão comportamental, quanto um padrão de crenças e
alegações. Portanto, é possível “modelar” a mente do esquerdista a
partir de uma série de padrões. A partir daí, Rossiter investiga uma
larga base de conhecimento de desordens de personalidade, e usa-as para
modelar os padrões de comportamento dos esquerdistas. Segundo Rossiter,
basta observar o comportamento de um esquerdista, mapear suas crenças e
ações, e compará-los com os dados científicos a respeito de algumas
patologias da mente. A mente esquerdista pode ser classificada como um
distúrbio de personalidade por que as crenças e ações resultantes deste
tipo de mentalidade se encaixam com exatidão no modelo psiquiátrico do
distúrbio de personalidade. As análises de Rossiter são feitas tanto nos
contextos individuais (a crença do cidadão esquerdista em relação ao
mundo), como nos contextos corporativos (ação de grupo, endosso a
políticos profissionais, etc.).
Rossiter nos lembra que a personalidade é socializada pelos pais e pela
família, como uma parte do desenvolvimento infantil. Mesmo com a
influência do ambiente escolar, são os pais que preparam a criança para o
futuro. A partir disso, ele avalia o que é um desenvolvimento sadio,
para desenvolver uma personalidade apta a viver em um mundo orientado a
valorização da competência, dentro do qual essa personalidade deverá
reagir. Uma personalidade sadia reagiria bem a esse mundo já sem a
presença dos pais, enquanto uma personalidade com distúrbio não
conseguiria o mesmo sucesso. Em cima disso, Rossiter avalia a
personalidade desenvolvida com os itens da agenda esquerdista,
demonstrando que muitos itens dessa agenda estão em oposição ao
desenvolvimento sadio da personalidade.
Para o seu trabalho, Rossiter classifica os esquerdistas em dois tipos:
benignos e radicais. Os radicais são aqueles cujas ações (agenda) causam
dano a outros indivíduos. De qualquer forma, os esquerdistas benignos
(seriam os moderados) dão sustentação aos esquerdistas radicais.
Rossiter define o homem como uma fonte autônoma de ação, ao mesmo tempo
em que está envolvido em relações, como as econômicas, sociais e
políticas. Isto é definido por Rossiter como a Natureza Bipolar do
Homem, pois mesmo que ele seja capaz de ação independente, também é
restrito pelo contexto social, na cooperação com os outros. A partir
dessa constatação, tudo o mais flui. Para permitir que o homem seja
capaz de operar com sucesso em seu ambiente natural, deve existir um
desenvolvimento adequado da personalidade. Este desenvolvimento da
personalidade surge a partir dos outros, idealmente a mãe e a família.
Outro ponto central: toda a análise de Rossiter é feita no contexto de
uma sociedade livre, não de uma sociedade totalitária. Portanto, ele
avalia o quão alguém é sadio em termos de personalidade para viver em
uma sociedade democrática, e não em uma sociedade formalmente
totalitária, como Coréia do Norte, Cuba ou China, por exemplo.
Competência em uma sociedade livre
Fica claro que não devemos esperar de Rossiter avaliação sobre um modelo
de personalidade para toda e qualquer sociedade, pois ele é bem claro
em seu intuito: desenvolver e estudar personalidades competentes para a
vida em uma sociedade livre. A manutenção de tal sociedade requer regras
para existir, que devem ser codificadas em leis, hipóteses, assim como
regras do senso comum.
Nesse contexto, as habilidades a seguir são aquelas de um adulto competente em uma sociedade com liberdade organizada:
Iniciativa – Fazer as coisas acontecerem.
Atuação – Agir com propósito.
Autonomia – Agir independentemente.
Soberania- Viver independentemente, através da tomada de decisão competente.
Rossiter define os direitos naturais do homem, para uma pessoa adulta
vivendo em uma sociedade de liberdade organizada. Estes compreendem o
exercício, conforme qualquer um escolher, das habilidades selecionadas
acima, todas elas sujeitas às restrições necessárias para uma sociedade
com paz e ordem. Assim, direitos naturais resultam da combinação de
natureza humana e liberdade humana. Natureza humana significa viver como
alguém quiser, sujeito as restrições necessárias para paz e ordem.
Considerando estes atributos humanos, Rossiter define como uma ordem social adequada, aquela que possui os seguintes aspectos:
Honra a soberania do indivíduo
Respeita a liberdade do indivíduo.
Respeita a posse de propriedade e integridade dos contratos.
Respeita o princípio da igualdade sob a lei.
Requer limites constitucionais, para evitar que o governo viole os direitos naturais.
Os aspectos acima são avaliados na perspectiva do indivíduo, não de
grupos ou classes, em um processo relacionado à individuação, conceito
originado em Jung. Neste processo, o ser humano evolui de um estado
infantil de identificação para um estado de maior diferenciação, o que
implicará necessariamente em uma ampliação da consciência. A partir daí,
surge cada vez mais o conhecimento de si-mesmo, em detrimento das
influências externas. Eventuais resistências à individuação são causas
de sofrimento e distúrbios psiquícos.
Segundo Rossiter, o indivíduo adulto que passou adequadamente pelo
processo de individuação assume de forma coerente seu direito a vida,
liberdade e busca da felicidade. Mesmo assim, isso não significa que ele
pode fazer o que quiser, pois deve respeitar o individualismo dos
outros e interagir com eles através da cooperação voluntária. Assim, o
individualismo deve ser associado com mutualidade, para o
desenvolvimento de um adulto competente para viver em uma sociedade de
liberdade organizada.
Rossiter estuda com afinco as características de desenvolvimento do
invidíduo, de acordo com regras pelas quais ele pode viver em uma
sociedade de liberdade organizada, e lista sete direitos individuais do
cidadão comum, dentro dos quais ele pode exercitar sua autonomia, livre
da interferência do governo:
Direito de auto-propriedade (autonomia)
Direito de primeira posse (para controlar propriedade que não tenha sido de posse de ninguém antes)
Direito de posse e troca (manter, trocar ou comercializar)
Direito de auto-defesa (proteção de si próprio e da proriedade)
Direito de compensação justa pela retirada (a partir do governo)
Direito a acesso limitado (a propriedade dos outros em emergências)
Direito a restituição (por danos a si próprio ou propriedade)
Estes são normalmente chamados de direitos naturais, direitos de
liberdade ou direitos negativos. O governo deve ser estruturado para
proteger estes direitos, e precisa ser estruturado de forma que não
infrinja-os. A obrigação do governo em uma sociedade de liberdade
organizada envolve implementar e sustentar estas regras para proteger o
cidadão de infrações cometidas tanto por outros como pelo próprio
governo.
Eis que surge o problema da mente esquerdista, que quer atacar
basicamente todos os pilares acima. Em cima disso, Rossiter levanta as
crenças da mente esquerdista, que, juntas, dão um fundamento do modelo
da mente deles:
Modelos sociais ideais tradicionais estão ultrapassados e não se aplicam mais.
A direção do governo é melhor do que ter os cidadãos tomando conta de si próprios.
A melhor fundação política de uma sociedade organizada ocorre através de um governo centralizado.
O objetivo principal da política é alcançar uma sociedade ideal na visão coletiva.
A significância política do invidíduo é medida a partir de sua adequação à coletividade.
Altruísmo é uma virtude do estado, embutida nos programas do estado.
A soberania dos indivíduos é diminuída em favor do estado.
Direitos a vida, liberdade e propriedade são submetidos aos direitos coletivos determinados pelo estado.
Cidadãos são como crianças de um governo parental.
A relação do indivíduo em relação ao governo deve lembrar aquela que a criança possui com os pais.
As instituições sociais tradicionais de matrimônio e família não são muito importantes.
O governo inchado é necessário para garantir justiça social.
Conceitos tradicionais de justiça são inválidos.
O conceito coletivista de justiça social requer distribuição de riqueza.
Frutos de trabalho individual pertencem à população como um todo.
O indivíduo deve ter direito a apenas uma parte do resultado de seu trabalho, e esta porção deve ser especificada pelo governo.
O estado deve julgar quais grupos merecem benefícios a partir do governo.
A atividade econômica deve ser cuidadosamente controlada pelo governo.
As prescrições do governo surgem a partir de intelectuais da esquerda, não da história.
Os elaboradores de políticas da esquerda são intelectualmente superiores aos conservadores.
A boa vida é um direito dado pelo estado, independentemente do esforço do cidadão.
Tradições estabelecidas de decência e cortesia são indevidamente restritivas.
Códigos morais, éticos e legais tradicionais são construções políticas.
Ações destrutivas do indivíduo são causadas por influências culturais negativas.
O julgamento das ações não deve ser baseado em padrões éticos ou morais.
O mesmo vale para julgar o que ocorre entre nações, grupos éticos e grupos religiosos.
Como tudo na vida, o aceite de crenças tem consequências. No caso do aceite das crenças esquerdistas, consequências incluem:
Dependência do governo, ao invés de auto-confiança.
Direção a partir do governo, ao invés da auto-determinação.
Indulgência e relativismo moral, ao invés de retidão moral.
Coletivismo contra o individualismo cooperativo.
Trabalho escravo contra o altruísmo genuíno.
Deslocamento do indivíduo como a principal unidade social econômica, social e política.
A santidade do casamento e coesão da família prejudicada.
A harmonia entre a família e a comunidade prejudicada.
Obrigações de promessas, contratos e direitos de propriedade enfraquecidos.
Falta de conexão entre premiações por mérito e justificativa para estas premiações.
Corrupção da base moral e ética para a vida civilizada.
População polarizada em guerras de classes através de falsas alegações
de vitimização e demandas artificiais de resgate político.
A criação de um estado parental e administrativo idealizado, dotado de vastos poderes regulatórios.
Liberdade invididual e coordenação pacífica da ação humana severamente comprometida.
Aliás, eu acho que Rossiter esqueceu de consequências adicionais como:
(15) Aumento do crime, devido a tolerância ao crime, e (16) Incapacidade
de uma base lógica para que a sociedade sequer tenha condição de julgar
o status em que se encontra.
Por que a mente esquerdista é uma patologia?
Para Rossiter, a melhor forma de avaliar a mente do esquerdista é a através dos valores que ele tem, e os que ele rejeita. Mais:
Como todos os outros seres humanos, o esquerdista moderno revela seu
verdadeiro caráter, incluindo sua loucura, nos valores que possui e que
descarta. De especial interesse, no entanto, são os muitos valores sobre
os quais a mente esquerdista não é apaixonada: sua agenda não insiste
em que o invidívuo é a principal unidade econômica, social e política,
ele não idealiza a liberdade individual em uma estrutura de lei e ordem,
não defende os direitos básicos de propriedade e contrato, não aspira a
ideais de autonomia e reciprocidade autênticas. Ele não defende a
retidão moral ou sequer compreende o papel crítico da moralidade no
relacionamento humano. A agenda esquerdista não compreende uma
identidade de competência, nem aprecia sua importância, e muito menos
avalia as condições e instituições sociais que permitam seu
desenvolvimento ou que promovam sua realização. A agenda esquerdista não
compreende nem reconhece a soberania, portanto não se importa em impor
limites estritos de coerção pelo estado. Ele não celebra o altruísmo
genuíno da caridade privada. Ele não aprende as lições da história sobre
os males do coletivismo.
Rossiter diz que as crianças não nascem com este “programa”, que é
adquirido especialmente durante o aprendizado escolar. Em resumo: um
adulto, competente para operar em uma sociedade de liberdade organizada,
na maior parte das vezes adquire estes valores dos pais e da família,
mas um esquerdista radical não.
Basicamente, o esquerdismo pode ser caracterizado como uma neurose,
baseada nos traumas do relacionamento com a família durante o
desenvolvimento da personalidade. Sendo uma neurose de transferência,
ela compreende as projeções inconscientes das psicodinâmicas da infância
nas arenas políticas da vida adulta. É o resultado de uma falha no
treino da criança nos elementos psicodinâmicos básicos de um adulto,
competente para viver em uma sociedade de liberdade organizada.
(Obviamente, um esquerdista jamais irá reconhecer as “fendas” em seu
desenvolvimento de criança até um adulto)
Rossiter nos diz mais:
Sua neurose é evidente em seus ideais e fantasias, em sua auto-justiça,
arrogância e grandiosidade, na sua auto-piedade, em suas exigências de
indulgência e isenção de prestação de contas, em suas reivindicações de
direitos, em que ele dá e retém, e em seus protestos de que nada feito
voluntariamente é suficiente para satisfazê-lo. Mais notadamente, nas
demandas do esquerdista radical, em seus protestos furiosos contra a
liberdade econômica, em seu arrogante desprezo pela moralidade, em seu
desafio repleto de ódio contra a civilidade, em seus ataques amargos à
liberdade de associação, em seu ataque agressivo à liberdade individual.
E, em última análise, a irracionalidade do esquerdista radical é mais
aparente na defesa do uso cruel da força para controlar a vida dos
outros.
Agora fica mais fácil entender por que os esquerdistas são tão frustrados e raivosinhos em suas interações, não?
Os cinco déficits principais do esquerdista
Um esquerdista apresenta, segundo Rossiter, cinco principais déficits,
cada um mais evidente nas diversas fases do desenvolvimento, desde os
primeiros meses após o nascimento, até a entrada da fase adulta.
Confiança básica: O primeiro déficit relaciona-se a confiança básica.
Isto é, a falta de confiança nos relacionamentos entre pessoas por
consentimento mútuo. Por isso, o esquerdista age como se as pessoas não
conseguissem criar boas vidas por si próprios através da cooperação
voluntária e iniciativa individual. Por isso, colocam toda essa
coordenação nas mãos do estado, que funciona como um substituto para os
pais. Se a criança não consegue conviver com os irmãos, precisa de pais
como árbitros. Este déficit inicia-se no primeiro ano de vida. As
interações positivas de uma criança com a mãe o introduzem a um mundo de
relacionamento seguro, agradável, mutuamente satisfatório e a partir do
“consentimento” entre ambas as partes. Mas caso exista um
relacionamento anormal e abusivo na infância, algo de errado ocorre, e
essa aquisição de confiança básica é profundamente comprometida.
Lembremos que a ingenuidade é problemática, mas o esquerdista é ingênuo
perante o governo, que tem mais poder de coerção, enquanto suspeita dos
relacionamentos humanos não abitrados pelo governo.
Autonomia: Após os primeiros 15 meses, uma criança começa a incorporar
os fundamentos de autonomia, auto-realização, assim como fundamentos de
mutualidade, ou auto-realização (assim como realização dos outros). A
partir dessa fase, a criança começa a agir por si própria para ter suas
necessidades satisfeitas, de acordo com aqueles que cuidam dela. Junto
com a ideia de autonomia, surgem ideias como auto-confiança,
auto-direção e auto-regulação. A criança “mimada”, que cresce dependente
do excesso de indulgência dos pais é privada das virtudes de
auto-confiança e auto-controle e de atitudes necessárias para cooperação
com os outros.
Iniciativa: No desenvolvimento normal, esta é a capacidade de se iniciar
bons trabalhos para bons propósitos, sendo desenvolvida nos primeiros
quatro ou cinco anos da vida de uma criança. No caso da falta de
iniciativa, há falta de auto-direção, vontade e propósito, geralmente
buscando relacionamentos com os outros de forma infantil, sempre pedindo
por condescendência, ao invés de lutar para ser respeitado. Pessoas
como esta personalidade normalmente assumem um papel infantil em relação
ao governo, votando para aqueles que prometem segurança material
através da obrigação coletiva, ao invés de votar naqueles comprometidos
com a proteção da liberdade individual. A inibição da iniciativa pode
ocorrer por culpa excessiva adquirida na infância, surgindo, por
instância, do completo de Édipo.
Diligência: Assim como a iniciativa é a habilidade de iniciar atos com
boas metas, diligência é a habilidade para completá-los. A criança, no
seu desenvolvimento escolar, se torna apta a completar suas ações de
forma cada vez mais competente. Na fase da diligência, a criança aprende
a fazer e realizar coisas e se relacionar de formas mais complexas com
pessoas fora de seu núcleo familiar. A meta desta fase é o
desenvolvimento da competência adulta. É a era da aquisição da
competência econômica e da socialização. Nessa fase, se aprende a
convivência de acordo com códigos aceitos de conduta, de acordo com as
possibilidades culturais de seu tempo, de forma a canalizar seus
interesses na direção da cooperação mútua. Quando as coisas não vão
muito bem, surgem desordens comportamentais, uso de drogas, ou
delinquência, assim como o surgimento de ações que sabotam a cooperação.
A tendência é a geração de um senso de inferioridade, assim como
déficits nas habilidades sociais, de aprendizado e identificações
construtivas, que deveriam ser a porta de entrada para a aquisição da
competência adulta. Atitudes que surgem destas emoções patológicas podem
promover uma dependência passiva comportamental como uma defesa contra o
medo diante das relações humanas, vergonha, ou ódio.
Identidade: O senso de identidade do adolescente é alterado assim que
ele explora várias personas, múltiplas e as vezes contraditórias, na
construção de seu self. Ele deve se confrontar com novos desafios em
relação ao balanço já estabelecido entre confiança e desconfiança,
autonomia e vergonha, iniciativa e culpa, diligência e inferioridade.
Esta fase testa a estabilidade emocional que foi desenvolvida pela
criança, assim como sua racionalidade, sendo de adequação e
aceitabilidade, superação de obstáculos, e o aprofundamento das
habilidades relacionais. O desenvolvimento desta identidade adulta
envolve o risco percebido de acreditar nas instituições sociais. O
adulto quer uma visão do mundo na qual possa acreditar. Isto é
especialmente importante se ele sofreu formas de abuso anteriormente.
Sua consciência ampliada de quem ele é facilita uma integração entre
suas identidades do passado e do presente com sua identidade do futuro.
Nesta fase do desenvolvimento o jovem pode ser vítima das ofertas
ilusórias do esquerdismo. É a fase “final” da escolha.
Uma cura para o esquerdismo?
Com uma identidade mantida por uma série de neuroses, o esquerdista não
consegue mais assumir responsabilidades pelos seus atos, e muito menos
pelas consequências de suas ações. Tende a se fazer de vítima para
conseguir o que quer, e não se furta em mentir para conseguir seus
objetivos. É quando podemos questionar: há uma cura para isso tudo?
Possivelmente, mas a questão é que o esquerdista deve buscar ajuda por
si próprio, mas quanto mais ele estiver recebendo reforço de seus
grupos, menos vontade ele terá para fazê-lo. Ao contrário, mesmo com
tantos déficits e tamanhos delírios, ele sempre julgará estar com a
razão.
Diante disso, quem pode fazer algo pelos esquerdistas são os
direitistas, mas isso só pode acontecer pela via da refutação e do
desmascaramento de suas ações. Incapazes de julgarem seus próprios atos,
jamais se deve confiar no auto-julgamento de um esquerdista. Todas as
auto-rotulagens e outro-rotulagens tendem a ser mentirosas, assim como
seus argumentos. A refutação de uma parte externa, não contaminada pela
ideologia esquerdista, é a única alternativa que pode dar um fio de
esperança ao esquerdista.
Entretanto, mesmo que ainda exista esperança para o esquerdista, os
maiores afetados são os não-esquerdistas, que possuem suas vidas
impactadas por suas crenças. Por isso, as nossas ações não devem ser
realizadas primeiramente em prol de salvar os esquerdistas de suas
patologias (envergonhando-o, por suas mentiras, assim como denunciando
suas chantagens emocionais) , mas sim por salvar-nos das consequências
de suas neuroses e psicoses.
Nesse intento, entender por que eles achem assim, como eles se sentem, e
o que os tornou assim, passa a ser essencial. Neste ponto, a obra de
Lyle Rossiter é simplesmente um achado.