07/04/2013 07:25 - Atualizado em 07/04/2013 07:25
Cau Gomez/Divulgação
Estelionatários podem ser condenados a até cinco anos de prisão; vítimas não procuram delegacia
Enganação. Essa palavra resume o significado dos panfletos colados nos
postes das ruas da capital com o número do telefone de quem promete
“trazer de volta o seu amor em sete dias”. Os panfletos são um claro
desafio a todos, tanto à crendice popular como, principalmente, às
autoridades policiais.
Esse tipo de serviço, antes feito em surdina, evoluiu com o tempo ao
ser anunciado nas esquinas do Centro da capital. Hoje, é oferecido às
claras. Os panfletos estão colados em quase todos os postes de
iluminação da cidade.
Quem diz prestar serviços dessa natureza corre o risco de infringir o
artigo 171 do Código Penal. Pratica crime de estelionato ou de
charlatanismo. Caso alguém faça uma representação contra esse tipo de
prática, o acusado pode ser preso. Se condenado por estelionato, pegará
de um a cinco anos de cadeia, ou de três meses a um ano, no caso de
charlatanismo.
Solução mágica
Quem cai nesses golpes, muitas vezes, encontra-se “em situação de
fragilidade emocional, mas tudo depende do nível cultural de cada um”,
segundo Maria Íris Siqueira Mendes, psicanalista na Casa de Apoio do
Hospital Mário Penna.
“Vários são os fatores que levam as pessoas a acreditarem em soluções
mágicas”, disse Maria Íris. E completou: “Nossa população tem baixo
nível cultural. As pessoas que oferecem esse tipo de serviço
aproveitam-se disso, porque têm maior poder de persuasão”.
Numa comparação, segundo a psicanalista, “o baixo senso crítico explica
também a manipulação das pessoas em épocas de eleições”. Assim como são
enganadas na política, as pessoas também são presas fáceis de quem
oferece soluções mágicas para a problemática amorosa.
E quando estão emocionalmente fragilizadas, se entregam aos
estelionatários e aos charlatões, ficando frustradas ainda mais ao
descobrirem ter sido vítimas de um golpe. Envergonhadas, nem procuram a
polícia para fazer uma representação, constata o advogado criminalista
Víctor Pedrosa Vieira, da Alves Vieira Advocacia.
“Para que a polícia tome uma providência, é preciso haver uma
representação, mas a vergonha é o empecilho”, disse. Entretanto, as
pessoas podem fazer denúncias anônimas e a polícia procederá à
investigação de cada caso.
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