Prefeitura abre licitação para desassorear represa e reitera promessa
Flávia Ayer - Estado de Minas
Publicação: 03/04/2013 06:00 Atualização: 03/04/2013 06:53
Flávia Ayer - Estado de Minas
Publicação: 03/04/2013 06:00 Atualização: 03/04/2013 06:53
Índices de poluição são os piores da história. Objetivo é liberar até 2014 atividades como a pesca, hoje clandestina |
No
dia seguinte à divulgação de laudo do Instituto Mineiro de Gestão das
Águas (Igam) com a constatação dos piores índices de poluição na Lagoa
da Pampulha desde 2006, a Prefeitura de Belo Horizonte reafirmou a
promessa de que na Copa do Mundo de 2014 o cartão-postal da cidade
estará liberado para a pesca e a prática de esportes náuticos. A
administração reiterou ontem o compromisso de recuperar o espelho d’água
e abre, amanhã, envelopes da licitação para escolher a empresa que deve
retirar 800 mil metros cúbicos de sedimentos da represa. Em maio será
lançado edital para contratação da tecnologia que será usada no
tratamento da água do reservatório.
Em reportagem publicada ontem, o Estado de Minas mostrou que desde quando o Igam começou a medir a qualidade das águas da Pampulha, há sete anos, a lagoa nunca esteve tão poluída quanto detectaram as últimas medições, relativas ao terceiro trimestre de 2012. Do total de amostras analisadas, 84,6% apresentavam Índice de Qualidade da Água (IQA) ruim ou muito ruim. O parâmetro reflete a contaminação por esgoto.
Em reportagem publicada ontem, o Estado de Minas mostrou que desde quando o Igam começou a medir a qualidade das águas da Pampulha, há sete anos, a lagoa nunca esteve tão poluída quanto detectaram as últimas medições, relativas ao terceiro trimestre de 2012. Do total de amostras analisadas, 84,6% apresentavam Índice de Qualidade da Água (IQA) ruim ou muito ruim. O parâmetro reflete a contaminação por esgoto.
Saiba mais...
Confira a lista dos principais poluentes que atingem a Pampulha
Por causa da poluição, qualidade da água da Pampulha nunca foi tão ruim
A prefeitura reconhece a piora. “A estação
de tratamento de águas fluviais dos córregos Ressaca e Sarandi teve
problemas com as chuvas em 2012 e ficou sem funcionar por quatro meses,
por isso a piora na qualidade da lagoa”, afirma o gerente de
Planejamento e Monitoramento Ambiental do Programa de Recuperação e
Desenvolvimento Ambiental da Bacia da Pampulha (Propam), Weber Coutinho.
Segundo ele, a estação consegue remover 90% do fósforo, que cria
ambiente propício para proliferação de algas, e 80% do esgoto dos dois
afluentes.
Weber Coutinho ressalta que a previsão é iniciar as obras para desassoreamento da lagoa em julho. No mês seguinte está previsto o início do tratamento das águas. “Vamos lançar o edital em maio e escolher a tecnologia que tiver o melhor custo/benefício. O contrato visa a alcançar, em 10 meses, resultado para a prática de esportes náuticos e pesca”, afirma o gerente. Há cerca de dois anos, a prefeitura abriu um chamamento público para levantar alternativas de tratamento. Na ocasião, houve a apresentação de seis tecnologias, entre elas a que prevê o uso de uma embarcação especial para fazer a oxigenação da água. As ações de despoluição vão custar R$ 120 milhões, em negociação com o Banco do Brasil.
A Copasa promete concluir em novembro a implantação de 75 mil metros de rede coletora e 20 mil metros de interceptores, que impedem que o esgoto chegue aos cursos d’água, em Contagem, município que faz parte da Bacia Hidrográfica da Pampulha. Orçada em R$ 102 milhões, a implantação está 40% concluída e tem como objetivo livrar a lagoa dos detritos de quase um quinto da população da cidade vizinha de BH. “Na segunda-feira começou a funcionar uma elevatória que envia o esgoto de interceptores da margem esquerda da lagoa para a Estação de Tratamento do Onça”, afirma o gestor da Meta 2014 na Copasa, Valter Vilela.
Moradores da região cobram ações do poder público para resolver a situação atual e torcem para que o cartão-postal, hoje retrato da poluição, recupere seu charme e ar puro. “Nunca vimos retorno dos investimentos que foram feitos na lagoa”, reclama o consultor em investimentos Bruno Barsante, de 35 anos, há mais de duas décadas morando na orla.
A mudança da família da professora Waldette Danza, de 62, para a orla da lagoa, na década de 1980, foi motivada pela esperança deque as crises alérgicas dela e dos filhos melhorassem com o clima ameno da região. “Com esse mau cheiro, as alergias pioraram”, afirma a moradora. “Sempre encontramos animais mortos boiando na lagoa, os mosquitos aumentaram demais e tem dia que não conseguimos comer em casa, pois o mau cheiro é muito grande”, queixa-se Waldette.
Weber Coutinho ressalta que a previsão é iniciar as obras para desassoreamento da lagoa em julho. No mês seguinte está previsto o início do tratamento das águas. “Vamos lançar o edital em maio e escolher a tecnologia que tiver o melhor custo/benefício. O contrato visa a alcançar, em 10 meses, resultado para a prática de esportes náuticos e pesca”, afirma o gerente. Há cerca de dois anos, a prefeitura abriu um chamamento público para levantar alternativas de tratamento. Na ocasião, houve a apresentação de seis tecnologias, entre elas a que prevê o uso de uma embarcação especial para fazer a oxigenação da água. As ações de despoluição vão custar R$ 120 milhões, em negociação com o Banco do Brasil.
A Copasa promete concluir em novembro a implantação de 75 mil metros de rede coletora e 20 mil metros de interceptores, que impedem que o esgoto chegue aos cursos d’água, em Contagem, município que faz parte da Bacia Hidrográfica da Pampulha. Orçada em R$ 102 milhões, a implantação está 40% concluída e tem como objetivo livrar a lagoa dos detritos de quase um quinto da população da cidade vizinha de BH. “Na segunda-feira começou a funcionar uma elevatória que envia o esgoto de interceptores da margem esquerda da lagoa para a Estação de Tratamento do Onça”, afirma o gestor da Meta 2014 na Copasa, Valter Vilela.
Moradores da região cobram ações do poder público para resolver a situação atual e torcem para que o cartão-postal, hoje retrato da poluição, recupere seu charme e ar puro. “Nunca vimos retorno dos investimentos que foram feitos na lagoa”, reclama o consultor em investimentos Bruno Barsante, de 35 anos, há mais de duas décadas morando na orla.
A mudança da família da professora Waldette Danza, de 62, para a orla da lagoa, na década de 1980, foi motivada pela esperança deque as crises alérgicas dela e dos filhos melhorassem com o clima ameno da região. “Com esse mau cheiro, as alergias pioraram”, afirma a moradora. “Sempre encontramos animais mortos boiando na lagoa, os mosquitos aumentaram demais e tem dia que não conseguimos comer em casa, pois o mau cheiro é muito grande”, queixa-se Waldette.
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