28/03/2014 06:59 - Atualizado em 28/03/2014 06:59
Eugênio Moraes/Hoje em Dia
Nove agentes de segurança foram dopados no paiol de armas em Ribeirão das Neves
Um dos nove agentes penitenciários dopados no episódio do roubo de
armas na Central Integrada de Escoltas de Ribeirão das Neves, na Grande
BH, está sumido há pelo menos três dias. Trata-se do servidor que
preparou e serviu a salada de frutas aos colegas. Uma das possibilidades
investigadas é que o alimento tenha sido adulterado para dopar a equipe
que fazia a segurança do depósito de armas do Estado. A informação é de
uma fonte ligada às forças de segurança do Estado.
Não há informações sobre o que teria acontecido com o agente.
Questionada, a fonte policial não negou ou confirmou duas hipóteses para
o desaparecimento: ele teria sido morto em uma suposta queima de
arquivo ou fugido com medo. Conforme o Hoje em Dia mostrou na edição da
última quinta-feira (27), os funcionários públicos, afastados das
atividades por 30 dias, temem serem assassinados.
O suposto desaparecimento aumenta o temor entre eles. “Ouvimos o boato
de que ele está sumido, mas não sabemos o que aconteceu”, comentou um
dos colegas.
A reportagem tentou falar com o servidor supostamente desaparecido pelo
celular dele, mas o aparelho estava desligado. No domingo, conforme um
dos agentes, o agente contou ter perdido o chip do telefone. Segundo os
companheiros, ele é brincalhão, mas não havia intimidade entre ele e os
demais membros do grupo. “Não sei nada sobre o seu passado”, afirmou o
informante.
LOCAL DESCONHECIDO
O presidente do Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do
Estado de MG, Adeílton de Souza Rocha, disse que não há informações
oficiais sobre o suposto sumiço. “Tanto a Subsecretaria de Administração
Penitenciária e a Polícia Civil disseram não terem sido comunicadas
pela família sobre um possível desaparecimento. Ele pode ter se
recolhido com os entes em um local desconhecido, até receber a
notificação, por telegrama, de comparecimento à Corregedoria”, afirmou.
Ele também tentou contato com o agente, sem sucesso.
Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Defesa Social informou que,
conforme a Polícia Civil, não houve registro do sumiço. Para que o caso
seja investigado, a família deve formalizar o desaparecimento junto às
autoridades. Como o inquérito está iniciando, os agentes, mesmo
afastados, podem sair de sua localidade, como, por exemplo, fazer
viagens.
O órgão também disse que a Subsecretaria de Administração Prisional
reitera que desconhece ameaças aos agentes e informou que nenhum dos
servidores solicitou qualquer tipo de proteção por parte da pasta.
Em entrevista ao Hoje em Dia, um dos agentes que estavam no último
domingo na área onde são guardadas as armas contou que nem todos os
colegas jantaram a ‘quentinha’ preparada na cozinha do Presídio Antônio
Dutra Ladeira, ao lado do paiol. Porém, o grupo comeu uma salada de
frutas preparada por um dos colegas. Ele garantiu que esse foi o único
alimento comido em comum por todos os plantonistas. Uma fonte ligada aos
agentes especulou na última quinta-feira (27) que a própria água
poderia ter sido “batizada”.
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