03/04/2014 21:48 - Atualizado em 03/04/2014 21:48
Maurício de Souza/Hoje em Dia
A ordem de serviço para início das obras de duplicação da BR-381 será
dada em, no máximo 30 dias. A informação é do diretor-geral do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) Jorge
Ernesto Fraxe que esteve nesta quinta-feira (3) em Governador Valadares,
Leste de Minas, para “esclarecer dúvidas” de empresários e lideranças e
reafirmar que a obra chegará até a cidade.
“É como dar uma grande festa e economizar nos palitos”, comparou o
diretor que chamou de “miudeza” e “mixaria” os 72,8 quilômetros
faltantes até Valadares. Esse complemento será feito aproveitando o
contrato já existente e por meio de aditivo. Fraxe refutou as críticas e
cobranças que o órgão vem sofrendo em razão de atrasos. “O Brasil tem
500 anos de história e estamos sendo severamente cobrados agora. Porque
não fizeram antes?”, questionou.
O diretor informou que para tocar a obra o órgão depende de outras
providências como a retirada dos postes de energia elétrica, pedido já
feito à Cemig e ainda não atendido; interferências no gasoduto no Vale
do Aço, em cabos de fibra ótica e desapropriações. “Estamos fazendo a
nossa parte, que não é só fazer o asfalto. O processo é mais complexo,
tem as condicionantes ambientais que nos obriga a cuidar da anta, do
macaco, fazer compensações”, disse.
Dito isso, o diretor ouviu da superintendente Regional de Regularização
Ambiental (Supram Leste), Maria Helena Batista Murta, que a lei é
federal. “Não estou cobrando, só explicando”, justificou Fraxe,
emendando que o Dnit já repassou mais de R$ 20 milhões de compensação
ambiental para a obra.
Os prazos de aceitação dos projetos das empresas vencedoras terminam em
meados de abril e maio. “Quando contratamos essa obra oferecemos como
sugestão um projeto executivo que eles podem modificar ou não. E nós,
aceitarmos ou não. Temos prazos até meados de abril e final da primeira
quinzena de maio. A partir daí, a ordem de serviço será dada”, reafirmou
Fraxe.
Conforme explicou, os recursos das licitações já feitas mais o aditivo
somam cerca de R$ 262 milhões, dinheiro que será utilizado na duplicação
inicial. “Pelos cálculos que fizemos, com esses recursos que já têm
edital dá para duplicar a rodovia até distrito de Baguari, em Valadares.
Para o restante será feito novo anti-projeto, nova licitação”.
“Agora é hora de cobrarmos de cada órgão o seu papel”, diz a presidente
da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Regional
Rio Doce, Rosani Azevedo. Até o fechamento desta matéria, a Cemig não
havia se posicionado sobre a cobrança do diretor.
Mourão
Segundo o deputado estadual Bonifácio Mourão (PSDB), embora tente se
isentar, a responsabilidade pelos atrasos é do Dnit. “Porque a Cemig vai
retirar poste e deixar a rodovia escura se não tem garantia que a obra
vai começar?”, questiona.
Diz ainda que embora tenha colocado culpa em todo mundo, o diretor não
explicou porque o projeto original de 11 anos atrás não contempla a
duplicação até Valadares. “Pelo aditivo, como explicou, daria para
duplicar daqui até Baguari, são dez quilômetros. O total são 72,8
quilômetros. O restante tem que ser por meio de novo projeto que,
infelizmente, leva anos. Temos que cobrar com veemência porque senão
essa duplicação não sai. São promessas eleitoreiras”, afirmou, lembrando
que a presidente Dilma Rousseff é candidata à releição e fez a promessa
de duplicar a rodovia até Valadares. “Como presidente, chegaria com o
projeto pronto”, alfinetou.
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