Roberto Stuckert Filho/PR
Dilma durante cerimônia de entrega de máquinas para municípios de Minas
A presidente Dilma Rousseff (PT) afirmou nesta segunda-feira (7),
durante a solenidade de entrega de 2.010 máquinas agrícolas a 151
prefeituras de Minas pelo PAC2, em Contagem, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte, que a oposição ao governo federal está usando todos os
instrumentos possíveis para “desgastar” a imagem da gestão petista, no
período de pré-campanha. A declaração foi feita um dia após a divulgação
da queda da popularidade da presidente Dilma, que chegou a 38%, em meio
ao pedido de CPI da Petrobras, que poderá ser aberta na próxima
quarta-feira (9), no Senado.
“Hoje, estamos em um ato de governo. A campanha eleitoral só vai
começar depois de junho e aí eu quero dizer uma coisa. É muito usual
durante período de pré-campanha e de campanha que haja utilização de
todos os instrumentos possíveis para desgastar a imagem desse ou daquele
governo”, disse.
Segundo Dilma, ela teria experiência no assunto, por ter enfrentando
isso na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e
em 2010, quando foi eleita. A petista afirmou que “continuará mantendo
seu caráter republicano de governo”. “E nós não iremos recuar um
milímetro da disputa política quando ela aparecer”, acrescentou.
Dilma Rousseff e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel
Rossetto, comemoraram a entrega de 95 caminhões caçamba e de 55 pás
carregadeiras, que, de acordo como o MDA, contemplam “integralmente” os
134 municípios do Norte de Minas de até 50 mil habitantes, que
decretaram situação de emergência por falta de chuva, na antiga área
mineira da Sudene. “A partir de hoje, todas as cidades da Sudene em
Minas terão recebido as cinco máquinas do PAC 2, no total de R$ 506
milhões, permitindo que os prefeitos tenham melhores condições de
atender as demandas do povo, melhorar as estradas vicinais e ajudar a
escoar a produção agropecuária”, comentou o ministro Miguel Rossetto.
O prefeito de Joaíma, cidade a 700 km de Belo Horizonte, Donizete Lemos
(PT), usou o palanque da cerimônia para pedir que os demais prefeitos
contemplados apoiem a presidente Dilma nas próximas eleições. “Quero
pedir aos prefeitos que não tenham medo de apoiar a presidente Dilma,
minha cidade ia todo mundo pros EUA, hoje não tem gente indo mais, não
tenha medo de encarar essa campanha agora, vamos manter esse governo que
alavanca esse país, tem muita mentirada que ouvimos aí, a Dilma governa
para todos, não escolhe partidos para entregar esses benefícios,
prefeito não tem que ter temor, vamos encarar, para continuar essas
políticas, tem que continuar a Dilma”. Estavam presentes os ex-ministros
Antonio Andrade (PMDB) e Fernando Pimentel (PT), pré-candidato do
partido na disputa pelo governo de Minas.
Mais promessas
“Nós, como governo, temos obrigação de prestar serviço de qualidade.
Não olhamos partido, time de futebol ou pacto religioso de ninguém”,
discursou a presidente Dilma, ao anunciar duas “boas notícias”, como ela
disse: o depósito de R$ 1,5 bilhão para as prefeituras e, até o final
de abril, a garantia de 1.382 médicos para os 548 municípios que pediram
os profissionais, no Programa Mais Médicos.
“Nesse mês de abril nós estamos pagando a segunda parte dos 3 bilhões
que destinamos para custeio das prefeituras, pagamos 1,5 bilhão no ano
passado e agora eu determinei que a Fazenda depositasse os outros 1,5
bilhão hoje e estará nas contas da prefeituras até amanhã. Tenho certeza
que isso vai ser uma contribuição para que possam custear serviços para
entregar a população”, afirmou Dilma.
“Até o final de abril, portanto, 8 meses depois que lançamos o
programa, vamos atender 100% do Mais Médicos. Até o final deste mês
estarão aqui em Minas. Isso não é uma sopa de números, tem uma sopa
melhor, vamos chegar a cobrir 4,837 milhões de mineiros com assistência
médica. Nós estaremos cumprindo o nosso compromisso, qual é? É de
tornar o SUS cada vez mais efetivo”, disse a presidente.
De acordo com a petista, o governo tem a “obrigação” de prestar serviço
de qualidade, prática que, para ela, “não era usual no Brasil”.
Atualizada às 20h20
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