Medo do terror
Colaboração cresce após mensagens em português nos sites do EI e após operação da PF
Aparato. Agentes que atuarão nas Olimpíadas chegam ao Rio de Janeiro
PUBLICADO EM 03/08/16 - 03h00- O Tempo
São Paulo. O
governo brasileiro trabalha em estreita colaboração com os serviços
policiais e de inteligência dos EUA para identificar ameaças e conter
potenciais desastres durante as Olimpíadas, segundo reportagem do jornal
norte-americano “The New York Times”. A parceria entre os dois países
se deve à preocupação com possíveis ataques terroristas durante as
Olimpíadas no Rio.
Diz o jornal que as autoridades brasileiras “há muito minimizam a
vulnerabilidade do país ao extremismo local”. Mas os jihadistas passaram
a propor “distúrbios nos Jogos, dando sequência à onda de assassinatos
na Europa, nos EUA e em outros lugares no último ano, que inclui o
massacre de 130 pessoas em Paris e ataques de lobos solitários
inspirados pelo Estado Islâmico”.
Há duas semanas, a Polícia Federal brasileira prendeu 12 suspeitos de
planejar um ataque, ainda que de forma amadora, durante os jogos. Os
serviços de inteligência brasileiros foram alertados sobre as
comunicações entre os acusados pelo FBI.
As autoridades norte-americanas também treinam unidades antiterrorismo
brasileiras para enfrentar ataques químicos e biológicos. De acordo com o
“The New York Times”, elas ajudam a identificar alvos frágeis como
restaurantes, boates e shopping centers que ficam distantes dos locais
olímpicos bem guardados. E trabalham há vários meses treinando a polícia
e os militares brasileiros em grandes eventos esportivos nos EUA, como o
Super Bowl (final do campeonato de futebol americano), em fevereiro.
O jornal norte-americano destaca também que essa cooperação ajudou a
reaproximar os dois países, cuja relação estava estremecida desde que
vieram à tona o escândalo sobre a espionagem da presidente afastada do
Brasil, Dilma Rousseff, em 2013, pela Agência de Segurança Nacional dos
EUA (NSA, na sigla em inglês).
“Os americanos estão tendo um papel chave para identificar as áreas que
precisamos examinar”, disse ao periódico Rafael Brum Miron, promotor na
cidade de Curitiba. “Não sei como o FBI conseguiu essa inteligência,
mas afinal foi uma pista muito valiosa”, acrescenta Miron.
Vale ressaltar que recentemente o Estado Islâmico começou a traduzir
sua propaganda de “guerra” para o português, o que eleva a preocupação
com as Olimpíadas.
Telegram. Como noticiado pelos jornais
brasileiros, a facção terrorista chegou a publicar no Telegram, no dia
19 de julho, dicas de ataques no Brasil, afirmando que “os lobos
solitários de qualquer lugar do mundo podem ir para o Brasil agora”.
“Vistos e passagens para o Brasil serão muito fáceis de conseguir in
sha Allah”, diz uma das mensagens. O canal passou a oferecer 17
sugestões de ataques relacionados à Olimpíada, mencionando como alvos
americanos, britânicos, franceses e israelenses.
Nenhum comentário:
Postar um comentário