04/04/2013 07:18 - Atualizado em 04/04/2013 07:18
Leonardo Morais/Hoje em Dia
Acampamento do eremita “João” não tem qualquer estrutura; pescadores têm levado pão para ele
GOVERNADOR
VALADARES – Em uma era em que a civilização está cada dia mais urbana e
dependente da tecnologia, um homem escolheu o isolamento de uma
floresta para levar a vida. O eremita montou acampamento próximo ao Pico
da Ibituruna, em Governador Valadares. Ele foi descoberto por um
pescador, que embrenhou-se na mata à procura de minhocas e acabou se perdendo do grupo.
Negro, alto, magro e seminu, o homem não soube dizer o nome nem precisar quando chegou à sombra da arvore onde fixou morada. O acampamento fica a 1 km da estrada que liga o bairro Elvamar ao Ibituruna. Perto dali, está sendo construído o Parque Natural Municipal. Remanescentes de Mata Atlântica, aves e mamíferos compõem o cenário às margens do rio Doce. Segundo funcionários da obra, o local também tem muitos animais peçonhentos. Eles nunca viram o ermitão.
No local, não há cama improvisada ou qualquer tipo de estrutura. Algumas vasilhas de plástico, esquecidos por pescadores às margens do rio, guardam água. Não há nenhum alimento.
Encontro
O auxiliar de serviços gerais Itamar da Silva, de 44 anos, fez o primeiro contato com o homem, apelidado de “João”, há duas semanas. A primeira providência foi dar a ele uma lona. “Ele estava nu e não demonstrou surpresa com o encontro”, conta Itamar.
“João” teve a mesma reação com a visita da reportagem do Hoje em Dia, na manhã de ontem. Depois de muita insistência para um diálogo, ele respondeu, com voz descoordenada, que tem 68 anos e morava em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. Porém, não soube dizer seu nome, se tem família, quando e como chegou ao local. Sobre a vontade de voltar para casa, balançava a cabeça dizendo que “sim”, mas depois dizia “não”.
“Como uma pessoa com essa confusão mental pode viver dessa forma, sozinha, no meio do mato, sentindo fome e frio? Ele precisa de tratamento, de cuidados. Talvez, depois disso, lembre-se de onde veio”, afirma Itamar da Silva. O auxiliar de serviços gerais revela que, desde o primeiro encontro com “João”, não consegue mais dormir em paz. Agora, todas as vezes que vai pescar nas imediações da mata fechada, leva pão para o novo amigo.
Negro, alto, magro e seminu, o homem não soube dizer o nome nem precisar quando chegou à sombra da arvore onde fixou morada. O acampamento fica a 1 km da estrada que liga o bairro Elvamar ao Ibituruna. Perto dali, está sendo construído o Parque Natural Municipal. Remanescentes de Mata Atlântica, aves e mamíferos compõem o cenário às margens do rio Doce. Segundo funcionários da obra, o local também tem muitos animais peçonhentos. Eles nunca viram o ermitão.
No local, não há cama improvisada ou qualquer tipo de estrutura. Algumas vasilhas de plástico, esquecidos por pescadores às margens do rio, guardam água. Não há nenhum alimento.
Encontro
O auxiliar de serviços gerais Itamar da Silva, de 44 anos, fez o primeiro contato com o homem, apelidado de “João”, há duas semanas. A primeira providência foi dar a ele uma lona. “Ele estava nu e não demonstrou surpresa com o encontro”, conta Itamar.
“João” teve a mesma reação com a visita da reportagem do Hoje em Dia, na manhã de ontem. Depois de muita insistência para um diálogo, ele respondeu, com voz descoordenada, que tem 68 anos e morava em Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. Porém, não soube dizer seu nome, se tem família, quando e como chegou ao local. Sobre a vontade de voltar para casa, balançava a cabeça dizendo que “sim”, mas depois dizia “não”.
“Como uma pessoa com essa confusão mental pode viver dessa forma, sozinha, no meio do mato, sentindo fome e frio? Ele precisa de tratamento, de cuidados. Talvez, depois disso, lembre-se de onde veio”, afirma Itamar da Silva. O auxiliar de serviços gerais revela que, desde o primeiro encontro com “João”, não consegue mais dormir em paz. Agora, todas as vezes que vai pescar nas imediações da mata fechada, leva pão para o novo amigo.
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