Os agressores precisaram pegar dinheiro emprestado com a diretoria atleticana. Foram autuados: Jorge Ortiz, Damian Perez, Hugo Nervo, Milton Celiz, Ivan Marcone, Dario Benedetto, Nicolas Aguirre e Lisandro Dessypris
Estado de Minas -
04/04/2013 07:51
Depois da confusão entre jogadores
argentinos e policiais militares, oito atletas ficaram detidos por cerca
de cinco horas na delegacia da Arena Independência em Belo Horizonte.
Para que não ficassem retidos no país, tiveram ainda que pegar dinheiro
emprestado com a diretoria atleticana para pagamento de indenizações, em
substituição ao iminente processo criminal. O montante da dívida foi de
R$ 38 mil. Somente no fim da madrugada desta quinta-feira a situação
foi contornada, e os jogadores seguiram rumo ao hotel, para pegar as
malas e embarcar o quanto antes em vôo fretado rumo a Sarandí. O
embarque estava marcado para 7h no Aeroporto Internacional Tancredo
Neves, em Confins.
Juíza Patrícia Froes que determinou a punição
Os
oito jogadores do Arsenal foram detidos e acusados de crimes de lesão
corporal, desacato a autoridade e danos materiais ao vestiário em que
estavam no Independência. A coronel Cláudia Romualdo, que supervisionava
o policiamento na arena, não cedeu às pressões dos dirigentes
argentinos, que mesmo depois da reação violenta de seus atletas, que
agrediram os militares, incluindo a oficial, insistiam em deixar o
estádio para embarcar às 2h30 no Aeroporto de Confins.“Fui
agredida com uma pesada no peito e tapas na cabeça, assim como outros
dois PMs. Não foram agressões pessoais, mas à autoridade policial, ao
estado, e isso não poderia passar impune”, explicou a coronel. Segundo
ela, um grupo de militares fazia a proteção do trio de arbitragem,
enquanto o outro estava posicionado para garantir a segurança dos
atletas do Arsenal. Porém, eles passaram agredir os policiais ainda em
campo, o que se seguiu até a entrada do vestiário.Inicialmente, foram identificados quatro
agressores: Jorge Ortiz, Damian Perez, Hugo Nervo e Milton Celiz. Eles
foram levados para a delegacia anexa ao Juizado Especial Criminal da
Arena Independência. Depois que a juíza Patrícia Froes expediu ordem
requisitando as imagens de uma rede de televisão, mais quatro jogadores
foram reconhecidos – Ivan Marcone, Dario Benedetto, Nicolas Aguirre e
Lisandro Dessypris – e também detidos.De acordo com o promotor
de Justiça Marino Cotta, apesar de serem crimes de menor potencial
ofensivo, com pena máxima de dois anos, os oito argentinos teriam que
ficar retidos no país para responder pelos delitos. Porém, a Lei
9099/95, que instituiu os juizados especiais, possibilita a permutação
da pena.Os
jogadores argentinos foram então beneficiados pela permuta, ficando
acertado o pagamento de multa de R$ 26 mil em dinheiro, destinada a
cinco instituições filantrópicas. Eles também concordaram com o
pagamento de indenização às vítimas de agressões, no caso três policiais
militares e um radialista de uma emissora do interior mineiro, no valor
de R$ 4 mil para cada. Para que pudesse concretizar a permuta, a
diretoria do Arsenal recorreu então a um empréstimo emergencial ao time
atleticano, que horas antes o tinha eliminado de qualquer chance de
classificação para a segunda fase da Copa Libertadores. O
montante da dívida foi de R$ 38 mil, já que a coronel Cláudia Romulado
abriu mão de sua indenização, depois que o jogador Ivan Marcone
pediu-lhe desculpas pela agressão. Além dele, a direção do time se
desculpou com a oficial, bem como o cônsul argentino José Cafiero, que
acompanhou o desenrolar da ocorrência policial contra seus compatriotas.
O time mineiro e a administração da Arena do Independência ainda
colaborou com os argentinos, abrindo mão da acusação de dano material,
já que os jogadores quebraram o teto de gesso do vestiário.
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