quinta-feira, 4 de abril de 2013

Jogadores do Arsenal são autuados por lesão corporal, desacato e pagam multa de R$ 38 mil

Os agressores precisaram pegar dinheiro emprestado com a diretoria atleticana. Foram autuados: Jorge Ortiz, Damian Perez, Hugo Nervo, Milton Celiz, Ivan Marcone, Dario Benedetto, Nicolas Aguirre e Lisandro Dessypris

Estado de Minas -
04/04/2013 07:51
Marcos Vieira/EM DA Press
Depois da confusão entre jogadores argentinos e policiais militares, oito atletas ficaram detidos por cerca de cinco horas na delegacia da Arena Independência em Belo Horizonte. Para que não ficassem retidos no país, tiveram ainda que pegar dinheiro emprestado com a diretoria atleticana para pagamento de indenizações, em substituição ao iminente processo criminal. O montante da dívida foi de R$ 38 mil. Somente no fim da madrugada desta quinta-feira a situação foi contornada, e os jogadores seguiram rumo ao hotel, para pegar as malas e embarcar o quanto antes em vôo fretado rumo a Sarandí. O embarque estava marcado para 7h no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins.

Juíza Patrícia Froes que determinou a punição 
Marcos Vieira/EM DA PressOs oito jogadores do Arsenal foram detidos e acusados de crimes de lesão corporal, desacato a autoridade e danos materiais ao vestiário em que estavam no Independência. A coronel Cláudia Romualdo, que supervisionava o policiamento na arena, não cedeu às pressões dos dirigentes argentinos, que mesmo depois da reação violenta de seus atletas, que agrediram os militares, incluindo a oficial, insistiam em deixar o estádio para embarcar às 2h30 no Aeroporto de Confins.“Fui agredida com uma pesada no peito e tapas na cabeça, assim como outros dois PMs. Não foram agressões pessoais, mas à autoridade policial, ao estado, e isso não poderia passar impune”, explicou a coronel. Segundo ela, um grupo de militares fazia a proteção do trio de arbitragem, enquanto o outro estava posicionado para garantir a segurança dos atletas do Arsenal. Porém, eles passaram agredir os policiais ainda em campo, o que se seguiu até a entrada do vestiário.Inicialmente, foram identificados quatro agressores: Jorge Ortiz, Damian Perez, Hugo Nervo e Milton Celiz. Eles foram levados para a delegacia anexa ao Juizado Especial Criminal da Arena Independência. Depois que a juíza Patrícia Froes expediu ordem requisitando as imagens de uma rede de televisão, mais quatro jogadores foram reconhecidos – Ivan Marcone, Dario Benedetto, Nicolas Aguirre e Lisandro Dessypris – e também detidos.De acordo com o promotor de Justiça Marino Cotta, apesar de serem crimes de menor potencial ofensivo, com pena máxima de dois anos, os oito argentinos teriam que ficar retidos no país para responder pelos delitos. Porém, a Lei 9099/95, que instituiu os juizados especiais, possibilita a permutação da pena.Os jogadores argentinos foram então beneficiados pela permuta, ficando acertado o pagamento de multa de R$ 26 mil em dinheiro, destinada a cinco instituições filantrópicas. Eles também concordaram com o pagamento de indenização às vítimas de agressões, no caso três policiais militares e um radialista de uma emissora do interior mineiro, no valor de R$ 4 mil para cada. Para que pudesse concretizar a permuta, a diretoria do Arsenal recorreu então a um empréstimo emergencial ao time atleticano, que horas antes o tinha eliminado de qualquer chance de classificação para a segunda fase da Copa Libertadores. O montante da dívida foi de R$ 38 mil, já que a coronel Cláudia Romulado abriu mão de sua indenização, depois que o jogador Ivan Marcone pediu-lhe desculpas pela agressão. Além dele, a direção do time se desculpou com a oficial, bem como o cônsul argentino José Cafiero, que acompanhou o desenrolar da ocorrência policial contra seus compatriotas. O time mineiro e a administração da Arena do Independência ainda colaborou com os argentinos, abrindo mão da acusação de dano material, já que os jogadores quebraram o teto de gesso do vestiário.



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