Casal mora em jazigo próximo ao túmulo da filha que morreu em 2013.
Os dois estão no cemitério de Guajará-Mirim há um mês.
Casal está há um mês morando em um jazigo em Guajará-Mirim (Foto: Dayanne Saldanha/G1)
Tudo começou quando os dois foram visitar o túmulo da filha que morreu
afogada num balde de água em outubro de 2013 e perceberam o jazigo
aberto. Com a oportunidade, os dois decidiram fixar moradia ali mesmo
porque já estavam há dois dias na vivendo na rua.
Casal diz que irá procurar outro mausoléu caso
tenha que sair (Foto: Dayanne Saldanha/G1)
tenha que sair (Foto: Dayanne Saldanha/G1)
No jazigo invadido por eles, o casal dorme em um colchão no chão. "Em
cima do defunto é desrespeito", enfatiza Josiano que durante o dia sai
para catar latinhas. Sandra fica cuidando da "casa" e tenta manter tudo
limpo e organizado. Eles usam o túmulo para colocar enfeites. Como o
cemitério tem água encanada, eles a usam para beber, lavar roupa e tomar
banho. Com uma ferida na perna exposta a moscas, ela termina faxina
diária e passa o restante do dia sentada num túmulo cuidando da
sepultura de sua filha.
Ele diz que pretende ir para Tangará da Serra (MT), município onde vive
a família de Sandra, mas não tem recursos para custear a viagem. "Quero
voltar para Mato Grosso, mas as passagens estão cada vez mais caras",
lamenta ele. Sandra diz que saiu de lá há cerca de três anos e com o
tempo, perdeu o contato
Sem ter feito nenhum exame médico, Sandra acredita que já esteja para
completar nove meses de gestação. Ela afirma ter família no Mato Grosso e
há cerca de três anos não fala com eles, por falta de condições. Os
vizinhos do cemitério ajudam os dois e dizem que a família de Josiano já
foi diversas vezes tentar tirar o casal de lá, mas eles se recusam a
sair. Alguns vizinhos também afirmam que eles são usuários de droga, mas
não incomodam ninguém.
A família dona do mausoléu pede a saída do casal, segundo Sandra. "Se
vierem tirar a gente, nós vamos procurar outra sepultura para ficar",
afirma Josiano ressaltando que a Polícia Militar já esteve no local e
pediu que eles deixassem a sepultura.
A secretária municipal de Trabalho e Assistência Social, Ester Lopes,
afirmou que desconhecia a situação do casal, mas garantiu ao G1 que irá tomar providências com urgência.
Jazigo fica próximo a túmulo da filha do casal (Foto: Dayanne Saldanha/G1)
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