31/07/2014 16h39
- Atualizado em
31/07/2014 16h39
'Minha mãe acha que é um aviso', afirma pedreiro que semeou hortaliça.
Fato é incomum, mas terreno dá condições, explica engenheiro agrônomo.
Cará em formato de mão gigante é cultivado em Colina, SP (Foto: Alexandre Sá/EPTV)
O pedreiro Luiz Gonzaga da Silva, de 67 anos, já colheu muitos legumes e verduras no quintal de sua casa em Colina
(SP). Mas esta semana ele teve uma surpresa ao encontrar um cará com
aproximadamente três quilos e com formato de uma mão gigante. “Nunca vi
isso na minha vida, é esquisito”, diz o morador. A incidência, embora
incomum e intrigante, pode ter sido proporcionada pelas condições do
terreno.
O tema desta reportagem foi sugerido por um leitor pela ferramenta de jornalismo colaborativo VC no G1. Você também pode participar enviando sua colaboração. Saiba como
Silva relata que, seguindo um costume de seu pai já falecido, planta e
colhe carás todos os anos. Depois de praticamente 12 meses semeando o
tubérculo, ele decidiu retirá-lo da terra na última terça-feira (29)
pela manhã, porém percebeu que algo estranho havia acontecido.
A raiz, que deveria ser mais comprida, estava mais difícil de ser
extraída do que o normal. O jeito foi usar uma pá e aos poucos cavar a
terra em volta do que pareciam dedos. Resultado: em vez de um cará
convencional, ele havia cultivado uma “mão” de ao menos dois quilos,
três vezes maior do que a de um homem. Algo com aspecto parecido ao de
uma luva de beisebol.
“Todo ano faço a colheita, só que essa raiz estava encostada em um pé
de abacate, não sei como foi parar lá. Elas enrolaram em volta do pé de
abacate, estava meio dura, tive que cavar. Geralmente os carás ficam
compridos, mas esse não, virou uma mão”, afirma.
A descoberta criou um clima de mistério na casa do pedreiro. Ele diz
que sua mãe, de 96 anos, acredita que a mão seja um sinal, embora não
saiba exatamente do quê. “Mostrei pra minha mãe e ela acha que é um
aviso. Minha mãe tem 96 anos, pessoal mais antigo quando vê essas coisas
se espanta”, diz.
Cará gigante tem aspecto de luva de beisebol (Foto: Luiz Gonzaga da Silva/ VC no G1)
Desconfiado da criação da natureza, ele decidiu que, desta vez, o cará
não vai virar sopa para o jantar. “Os outros que nasceram nós
cozinhamos, mas esse não. Vou deixar lá até secar. Nem sei o que faço
com isso”, afirma.
Embora já tenha plantado novas hortaliças para daqui a um ano, Silva
espera não ver algo parecido novamente. “A gente tem medo de plantar
isso e sair coisa pior. Plantamos uma ‘batatinha’ e virou uma mão, pode
virar coisa pior.”
Fato incomum
A incidência do cará em formato de mão é incomum, mas pode ser explicada, de acordo com o engenheiro agrônomo Caio Penna. Segundo o especialista, a hortaliça – que no Nordeste é comumente chamada de inhame, embora seja de uma família diferente – geralmente cresce até 30 centímetros de comprimento e pesando 700 gramas.
A incidência do cará em formato de mão é incomum, mas pode ser explicada, de acordo com o engenheiro agrônomo Caio Penna. Segundo o especialista, a hortaliça – que no Nordeste é comumente chamada de inhame, embora seja de uma família diferente – geralmente cresce até 30 centímetros de comprimento e pesando 700 gramas.
No caso vivenciado por Silva em Colina, de acordo com Penna, as
condições do terreno favoreceram tanto o formato inusitado quanto o
tamanho. “É incomum, mas pode acontecer. Ele plantou o cará bem embaixo
de um pé de abacate, que tem várias raízes superficiais. Com certeza a
raiz do cará cresceu em volta com alguns obstáculos. Além disso, o
terreno é uma área com bastante matéria orgânica, tem muito nutriente, é
um solo argiloso muito bom”, afirma.
Luiz Gonzaga da Silva considera colheita inusitada um mistério (Foto: Alexandre Sá/EPTV)
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