Programa da agência espacial norte-americana prevê o desenvolvimento de aeronaves mais silenciosas, mais rápidas e movidas a energia limpa
No futuro idealizado pela NASA, as aeronaves consumirão metade dos combustíveis fósseis utilizados hoje pelo setor, as emissões serão reduzidas a ¼ do nível atual, e será possível voar usando energia limpa. Em relação aos aeroportos, almeja-se que não perturbem tanto o sossego da vizinhança, tornando-se aptos a controlar melhor o barulho gerado pelo ir e vir das aeronaves. O sistema precisará se adequar para absorver com segurança a demanda crescente – serão quase quatro bilhões de passageiros a mais nos próximos vinte anos. Ainda segundo as projeções da agência, viajar para qualquer uma das principais cidades do mundo vai durar, no máximo, seis horas, graças à retomada dos aviões supersônicos. É um plano ambicioso e otimista que requer união de forças, incluindo parceiros que nem mesmo atuam tradicionalmente na indústria da aviação.
Em junho, a NASA apresentou uma das principais apostas do programa: o X-57 “Maxwell”. O apelido homenageia James Clerk Maxwell, físico escocês do século 19 que desenvolveu pesquisas importantes no campo do eletromagnetismo.
A indústria já está de olho nesse conceito – entre as iniciativas bem-sucedidas está, por exemplo, o E-Fan, protótipo da Airbus. E até Elon Musk, CEO da Tesla Motors, já manifestou seu interesse em desenvolver um jato movido a eletricidade. Mas a proposta ainda é limitada por dois aspectos principais: o peso e a capacidade de armazenamento de energia das baterias. Os testes com Maxwell devem ser realizados ao longo dos próximos quatro anos.
- Esse limite de velocidade, na verdade, fez o avião muito menos eficiente. Ele foi projetado para voar rápido - diz Carl Wisniewski, diretor de programas avançados da GE Aviation.
O protótipo do novo avião será desenvolvido em parceria com a Lockheed Martin, que vai receber cerca de US$ 20 milhões ao longo de 17 meses para elaborar o design preliminar da aeronave e prover a documentação necessária para seu desenvolvimento. A novidade vai contar com um motor da GE, o F404 , que foi desenvolvido para aviões de combate, capaz de alcançar uma velocidade de 1,8 Mach (ou seja, 1,8 vez a velocidade do som). Além disso, a GE também colabora com o projeto por meio do “cycle deck”, um software que simula como o motor opera, ajudando, por exemplo, a calcular a propulsão e o consumo de combustível. A expectativa é de que os primeiros testes de voo sejam realizados a partir de 2019.
Já pensou se, no futuro, for possível ir do Rio a Paris em apenas seis horas? Essa opção existiu enquanto o Concorde operou no Brasil, entre 1976 e 1982. Não seria nada mal retomá-la!
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