quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Governador Valadares é a 5ª cidade mais violenta para jovens de 19 a 24 anos

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Governador Valadares é a 5ª cidade mais violenta para jovens de 19 a 24 anos

Ministro da Justiça, Tarso Genro, diz que pesquisa coloca Juiz de Fora, Poços de Caldas e Divinópolis entre municípios de baixa vulnerabilidade


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Tarso Genro: “Podemos vencer a violência e a criminalidade concentrando-nos na juventude”

BRASÍLIA - Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, ocupa a quinta posição entre os dez municípios de um total de 266 com mais de 100 mil habitantes que foram considerados os principais no país em risco de violência que pode levar à morte jovens de 19 a 24 anos de idade. De outro lado, Juiz de Fora ocupa o quarto lugar entre as cidades brasileiras que oferecem menos riscos para a juvantude.

As cidades em situação mais crítica são: Itabuna, Camaçari e Teixeira de Freitas, na Bahia; Cabo de Santo Agostinho e Joboatão dos Guararapes, em Pernambuco; Serra e Linhares, no Espírito Santo, além de Marabá (PA), Foz do Iguaçu (PR) e Governador Valadares.

Os dados constam de pesquisa da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), em parceria com o Ministério da Justiça, Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Instituto Sou da Paz, Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para a Prevenção ao Delito e Tratamento do Delinquente. A pesquisa é inédita e seu objetivo é determinar o Índice de Vulnerabilidade Juvenil.

“A pesquisa derruba determinados mitos, como por exemplo o de que a situação mais vulnerável é a do Rio de Janeiro. A gente tem essa impressão, mas não é”, disse o ministro da Justiça, Tarso Genro, que participou da divulgação. No ranking, São Paulo ficou em 192º lugar e, o Rio, na 64º posição.

Sem menosprezar a gravidade da violência no Rio, ele disse que a questão mais grave está em áreas do Nordeste, onde existem indicadores sociais baixos, com pouca aplicação de recursos em segurança pública e poucas políticas preventivas. Tarso destacou, porém, que agora isso pode começar a mudar com a adesão de dezenas de cidades dessa região ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).

A pesquisa também detectou os municípios com menor índice de vulnerabilidade dos jovens: São Carlos, Bauru, Franca e São Caetano do Sul, em São Paulo; Juiz de Fora, Poços de Caldas e Divinópolis, em Minas; Bento Gonçalves (RS), Jaguará do Sul (SC) e Petrópolis (RJ).

O estudo diagnosticou a exposição de jovens de 12 a 29 anos à violência por meio do Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), desenvolvido em parceria com a Fundação Seade. O ranking das dez piores cidades denota o que os dados gerais do estudo mostram: que embora espalhada por todo o país, a exposição do jovem à violência é maior no Norte e Nordeste.



Renato Sérgio de Lima, secretário-geral do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, explicou que isso ocorre porque o índice de vulnerabilidade tem como vários dados socioeconômicos como número de homicídios, escolaridade, acesso ao mercado de trabalho, renda e moradia.

“Violência não é só crime, mas também uma série de outros fenômenos, como falta de escola, pobreza, desigualdade, acidente de trânsito. Isso compõe o cenário em que esses jovens vivem”, afirmou.

Ele explicou, ainda, que a violência é territorialmente localizada de forma mais aguda no Norte e Nordeste. Porém, como a pesquisa lida com todo o contingente de jovens e não apenas com aqueles que estão diretamente expostos, esse porcentual acaba sendo ponderado e distribuído em cidades como Rio e São Paulo.

Se grandes cidades como as duas capitais se localizam em uma área “confortável” do índice, o perfil do jovem mais exposto à violência é o mesmo do encontrado em outras pesquisas do tipo: jovem de 19 a 24 anos, homens, negros. “Os mais atingidos pela violência têm um perfil muito claro e isso é muito relevante para a definição de políticas públicas”, afirmou Lima.

Genro e Lima consideraram que, embora graves, os dados mostram que a situação não é de caos absoluto. “Podemos vencer a violência e a criminalidade concentrando-nos na juventude e com foco territorial e em determinados setores sociais mais vulneráveis”, afirmou Genro.

O comandante da 8ª Região de Polícia Militar (8ªRPM), em Governador Valadares, coronel Cícero Nunes Moreira, informou que o ano de 2006, base da pesquisa que coloca a cidade como perigosa para os adolescentes, foi um ano atípico no que diz respeito a homicídios no município.

“Ocorreram 45 homicídios de adolescentes na faixa etária entre 12 e18 anos. Em razão disso, foi desenvolvido, com sucesso, um conjunto de ações para redução da criminalidade (homicídios) que inclui a criação do Grupo Integrado de Intervenção Estratégica, que atua repressivamente no combate aos autores de homicídio e elucidação desses crimes e criação e desenvolvimento do Grupo Especializado em Policiamento em Área de Risco (GEPAR) nas regiões com maior concentração de problemas”.

Em conjunto com a Secretaria de Estado de Defesa Social, lembra o comandante, foi implementado o programa de prevenção de criminalidade. “Como resultado, em 2007 foi registrado redução para 18 casos, em 2008 redução para 17 casos e neste ano para 12 casos”, ressaltou lembrando que o índice de homicídios na Adolescência (IHA) é um índice de risco, ou seja, se não fosse adotada qualquer providência haveria cerca de 33 mil mortos no Brasil, segundo estimativas.

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Fonte: http://migre.me/cu4l

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