Deselegância fardada. Desentendimento entre oficiais da PM e do Exército, segunda-feira, no Aeroporto “Mário Franco”, ontem relatado por FALANDO SÉRIO, começou quando oficial do EB se dirigiu ao capitão Padilha, do 5º Comando Regional, anunciando que ele não poderia ficar onde estava (à espera de autoridades que desembarcariam e às quais ajudaria a dar segurança). Um dos oficiais de elite da PM em Uberaba, Padilha respondeu ao colega que somente sairia dali por ordem de superior (no local estavam também o coronel Aquino e o tenente-coronel Lunardi, até então ignorados pelo oficial do Exército, de patente inferior).
Reciprocidade exigida. Foi aí, então, que o capitão EB se dirigiu aos oficiais superiores da PM, dizendo-lhes também que não poderiam permanecer onde se encontravam. “Vocês estão sendo bem tratados pela PM?” – indagou-lhe Lunardi, que acrescentou, diante de resposta positiva: “Vocês precisam mais da gente do que nós de vocês” (referindo-se, obviamente, à segurança dos visitantes). O oficial do Exército buscou então o reforço de um coronel da Arma, igualmente presente no aeroporto.
Piorou. Para justificar a “ordem” do capitão aos seus superiores hierárquicos da PM, o coronel do EB explicou que a sala em que todos se encontravam seria ocupada pela 1ª dama Marisa, que estava chegando a Uberaba, e “ela não quer holofotes”. Colocação mexeu ainda mais com o comandante do 4º Batalhão, que dirigia pessoalmente os seus homens envolvidos no segurança das autoridades. “Eu não sou holofote” – retrucou. Por fim, para evitar constrangimento maior, foram todos para outra área indicada pelo coronel do EB, mas o problema continuou.
Caldo entornado. Já no outro espaço, quem entrou em cena foi a chefe do cerimonial da presidência – como ela se identificou, depois de criar caso com sargento da PM devidamente fardado, querendo tirá-lo dali. E o graduado não se fez de rogado: “E quem é você?” – disse ele, acrescentando que estava sob ordens superiores, que a palaciana afirmou ignorar. Foi aí que Aquino e Lunardi entenderam que a PM estava para mais, retirando do aeroporto o policiamento e, do comboio, as viaturas da Polícia Militar. Somente no Parque de Exposições é que os ânimos foram serenados, com o pedido de desculpas do coronel do Exército.
Fonte: Jornal da Manhã - http://www.jmonline.com.br/novo/?colunas,20,FALANDO+S%C9RIO,05/05/2010
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