quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Motoristas vão do céu ao inferno na 'Rodovia da Morte'


Motoristas mineiros convivem com estradas precárias e que não passaram por melhorias significativas nos últimos anos
Agência cnt/divulgação
br-381 - fernão dias
No trecho privatizado, a Fernão Dias, condutor encontra pista em bom estado...
Agência cnt/divulgação
br-381 - fernão dias
... enquanto não faltam riscos na Rodovia da Morte, entre BH e o Leste do Estado
         
Com a maior malha rodoviária do país, Minas Gerais fica dividida no que diz respeito às condições de trafegabilidade oferecidas a motoristas e passageiros. Segundo a 15ª Pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT), feita em 92.747 quilômetros de rodovias pavimentadas brasileiras e divulgada nesta quarta-feira (26), dos 14.176 quilômetros percorridos no território mineiro, 58,5% se encontram em condições regular, ruim ou péssima e 41,5% foram considerados em bom e ótimo estados, ideais para que as pessoas possam viajar mais tranquilas.
“As rodovias mineiras não têm apresentado melhorias significativas e podem ser classificadas, em uma média geral, apenas como razoáveis. A situação das privatizadas é indiscutivelmente melhor. Prova disso é que Minas vive entre o céu e o inferno em uma mesma rodovia, a BR-381. Se de um lado, é a melhor do estado, do outro, é chamada de Rodovia da Morte”, ressalta o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.
A parte da BR-381 (Fernão Dias) entre Belo Horizonte e São Paulo é a única que aparece com conceito ótimo nos quesitos estado geral, pavimento, sinalização e geometria, que foram observados pelos pesquisadores. Na outra ponta, entre a capital e o Vale do Aço, ela é considerada regular em todos os tópicos.
As situações extremas são ainda mais visíveis quando comparados os trechos administrados pelo poder público e os entregues à iniciativa privada. Nos 13.286 quilômetros sob gestão pública, apenas 38,4% foram considerados ótimos e bons. Nos 890 quilômetros sob gestão concessionada, ou seja, trechos privatizados, em que os usuários pagam pedágios, 87,4% estão ótimos e bons.
Dezessete equipes da CNT percorreram o Brasil durante 39 dias, de 27 de junho e 4 de agosto deste ano. Os resultados são por tipo de gestão (pública ou concedida), de rodovia (federais ou estaduais), por região e estados (veja arte).
A pesquisa não faz um comparativo da evolução das rodovias de Minas entre 2010 e 2011. No Brasil, apenas 12,6% dos trechos foram considerados ótimos no trabalho atual, 30% estão bons, 30,5% regulares, 18,1%, ruins e 8,8% péssimas. No ano passado, 7,1% estavam ótimos, 25,6% bons, 37,6% regulares, 20,5% ruim e 9,5% péssimos.
Mais movimento, pouco investimento
Para Bruno Batista, a pequena evolução positiva se deve à falta de investimentos públicos. “Nossas rodovias estão saturadas. Entre 2008 e 2011, mais 10 milhões de veículos passaram a circular pelas estradas brasileiras, mas o país viu surgir apenas 657 novos quilômetros. Em 2010, R$ 9,85 bilhões foram investidos em infraestrutura rodoviária, o equivalente a 0,26% do Produto Interno Bruto (PIB). O ideal é que sejam investidos R$ 405 bilhões anualmente”, afirma. Segundo ele, a China investe 10% do PIB, a Índia 8% e a Rússia 7%.

Leia a matéria completa na versão on-line do Hoje em Dia da edição de quinta-feira.

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