sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Polícia Civil do RS investigará mortes de sargento e empresário no estado

Decisão foi tomada em reunião entre governador e cúpula da Polícia Civil.
Ministério Público gaúcho acompanhará os inquéritos.
Do G1 RS

Após comparecer ao velório do sargento da Brigada Militar Ariel da Silva, de 40 anos, morto nesta quarta-feira (22) em Gravataí, no Rio Grande do Sul, o governador do estado, Tarso Genro, se reuniu no final da manhã desta quinta-feira (23) com a cúpula da Polícia Civil gaúcha no Palácio Piratini. No encontro, foi definido que a Corregedoria da Polícia Civil realizará uma investigação sobre a ação que resultou na morte de Silva e de um empresário paranaense. O Ministério Público gaúcho acompanhará o processo.
Os policiais civis do Paraná mataram Ariel da Silva na madrugada desta quarta (21), quando investigavam um sequestro sem avisar as autoridades locais. Mais tarde, a polícia de Gravataí foi tentar libertar dois empresários que eram mantidos em cativeiro. A ação resultou morte de um dos reféns. Serão abertos dois inquéritos, um para cada caso.
O secretário da Segurança do Rio Grande do Sul, Airton Mitchels, disse ter recebido uma ligação do secretário da Segurança do Paraná, Reinaldo César, que pediu desculpas em nome do governo do estado pelos acontecimentos. O secretário não soube informar por que os integrantes da Polícia Civil do Paraná não avisaram sobre a operação em Gravataí e se colocou à disposição para ajudar na investigação.
Entenda o caso
- O sargento Ariel da Silva, 40 anos, foi morto a tiros por volta de 1h30min da madrugada por policiais civis do Paraná que investigavam um caso de sequestro no Rio Grande do Sul. Silva estava em sua moto indo visitar o pai doente quando avistou o carro com os três integrantes do Grupo Tigre, unidade de elite da polícia do PR. De acordo com depoimento dos policiais, Silva abordou o carro armado e disparou primeiro. Os policiais paranaenses reagiram e mataram o sargento. Ao perceber a identidade da vítima, acionaram socorro.
- A assessoria de imprensa da Polícia Civil do Paraná informou ao G1 que o contato com as autoridades do Rio Grande do Sul seria feito na manhã de quarta-feira (21) por outra equipe que se deslocava ao estado para o mesmo caso. O chefe de polícia do Rio Grande do Sul, delegado Ranolfo Vieira Junior, confirmou que não havia sido avisado.
- Os três policiais paranaenses prestaram depoimento em Gravataí e foram liberados. Horas depois, a Justiça decretou a prisão dos agentes, quando eles já estavam em deslocamento para Curitiba. Segundo o promotor André Luís Dal Molin Flores, eles não teriam apresentado argumentos convincentes sobre o episódio.
- A Polícia Civil paranaense emitiu uma nota lamentando o fato. O texto afirmava que as investigações prosseguem, mas que os três envolvidos no crime foram afastados por apresentarem "condições psicológicas abaladas".
- Outra equipe do Grupo Tigre veio ao Rio Grande do Sul. No início da tarde de quarta (21), policiais civis de Gravataí, com base informações repassadas por esses agentes, faziam buscas na cidade na tentativa de libertar os dois empresários que eram mantidos reféns. Ao encontrarem o cativeiro, os policiais flagararam os sequestradores saindo da casa e houve tiroteio. Um dos reféns foi morto. Em um primeiro momento, a polícia de Gravataí confirmou a participação de agentes paranaenses nesta ação.
- No início da noite, o delegado Leonel Carivali, da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, disse em entrevista coletiva que a ação que resultou na morte de um empresário foi comandada por policiais gaúchos e não teve a participação direta dos agentes paranaenses.
- Os reféns vieram de Quatro Pontes (PR) ao Rio Grande do Sul atraídos por uma oferta falsa de venda de uma máquina agrícola com preço bem abaixo do mercado. De acordo com a polícia, quando chegaram a Porto Alegre, foram rendidos por uma quadrilha de sequestradores formada por gaúchos e paranaenses.

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