Pesquisa
Levantamento do Proteste mostra ainda que 39% são sedentários
FOTO: ANGELO PETTINATI
Gosto. No Brasil, entre as pessoas que praticam alguma atividade física com regularidade, a maior parte gosta de fazer caminhada
Seis
em cada dez brasileiros praticam alguma atividade física regularmente. E
a caminhada é a preferência nacional, escolhida por 44% das mulheres e
41% dos homens. O resultado faz parte de uma pesquisa da Proteste com
quase 7.000 pessoas no Brasil, na Espanha e na Itália.
O estudo mostrou, no entanto, que o índice de sedentarismo no Brasil (39%) é mais alto do que na Espanha e na Itália - onde 21% e 33% da população, respectivamente, não pratica exercícios físicos.
Os dois opostos são encontrados na casa dos empresários Carlos Roberto, 42, e Juliana Baião, 39. O casal tem dois filhos e mora no Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele caminha três vezes por semana. Quando precisa ir ao centro e deixa de fazer a caminhada, vai andando em vez de ir de carro. "Dá uma hora e 20 minutos. É mais fácil do que caminhar antes e, depois, ir de carro", explica.
Já Juliana não faz exercícios regularmente há dois anos. "Fica muito difícil conciliar as tarefas quando temos uma casa, dois filhos e um negócio para administrar", justifica. "A frase ‘fazer exercícios regularmente’ já esteve na minha lista de resoluções de virada de ano várias vezes, mas sempre acabo desistindo".
Segundo a empresária, o maior problema é o simples fato de ela não gostar de esportes. "Se gostasse, com certeza acharia algum tempo para caminhar, por exemplo. Mas, como não gosto, prefiro usar esse pouco tempo que sobra para fazer as unhas", brinca.
Análise. Dietmar Samulski, professor da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em psicologia do exercício, explica que, hoje em dia, é bastante difícil encontrar tempo para fazer atividades físicas. "Principalmente porque as pessoas têm preguiça", diz.
O professor acredita que boa parte do problema está na automatização e na computadorização das tarefas diárias. "Gastam-se cada vez menos calorias no dia a dia", afirma. Além disso, completa, "a arquitetura urbana não é planejada para que as pessoas se exercitem".
Para Samulski, é difícil encontrar um local calmo para caminhar ou uma praça que possa receber jogos esportivos. A recomendação do professor para quem não tem tempo ou paciência de ir à academia é juntar a atividade física com as tarefas diárias. "Há muita pressão para se fazer exercício, mas as pessoas se esquecem de que limpar a casa, andar pelo supermercado ou ir até a padaria também são atividades físicas", explica.
Nesse quesito, Juliana não falha. Afinal, duas crianças, uma casa e uma empresa para manter em ordem é tarefa que exige muito "vai e vem". O problema maior é o deslocamento de carro. "Ele consome boa parte do tempo. Assim, as pessoas andam cada vez menos", diz Samulski.
Perigo. Segundo o especialista em psicologia do exercício, a faixa etária que mais preocupa os médicos vai de 0 a 19 anos. "As crianças estão cada vez menos ativas, principalmente nas cidades", alerta.
Samulski conta que uma pesquisa feita no Estado de São Paulo revela que as crianças do interior se movimentam muito mais que as da cidade grande. "Isso é o indício de uma epidemia de obesidade no futuro. Por isso, é preciso manter as crianças nas atividades físicas e, principalmente, dar um bom exemplo", afirma. Alerta
Sem estresse. Segundo o especialista em psicologia do exercício Dietmar Samulski, é preciso lembrar que o esporte só combate o estresse se for prazeroso. Portanto, a caminhada forçada não evita o estresse.
O estudo mostrou, no entanto, que o índice de sedentarismo no Brasil (39%) é mais alto do que na Espanha e na Itália - onde 21% e 33% da população, respectivamente, não pratica exercícios físicos.
Os dois opostos são encontrados na casa dos empresários Carlos Roberto, 42, e Juliana Baião, 39. O casal tem dois filhos e mora no Sion, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Ele caminha três vezes por semana. Quando precisa ir ao centro e deixa de fazer a caminhada, vai andando em vez de ir de carro. "Dá uma hora e 20 minutos. É mais fácil do que caminhar antes e, depois, ir de carro", explica.
Já Juliana não faz exercícios regularmente há dois anos. "Fica muito difícil conciliar as tarefas quando temos uma casa, dois filhos e um negócio para administrar", justifica. "A frase ‘fazer exercícios regularmente’ já esteve na minha lista de resoluções de virada de ano várias vezes, mas sempre acabo desistindo".
Segundo a empresária, o maior problema é o simples fato de ela não gostar de esportes. "Se gostasse, com certeza acharia algum tempo para caminhar, por exemplo. Mas, como não gosto, prefiro usar esse pouco tempo que sobra para fazer as unhas", brinca.
Análise. Dietmar Samulski, professor da Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em psicologia do exercício, explica que, hoje em dia, é bastante difícil encontrar tempo para fazer atividades físicas. "Principalmente porque as pessoas têm preguiça", diz.
O professor acredita que boa parte do problema está na automatização e na computadorização das tarefas diárias. "Gastam-se cada vez menos calorias no dia a dia", afirma. Além disso, completa, "a arquitetura urbana não é planejada para que as pessoas se exercitem".
Para Samulski, é difícil encontrar um local calmo para caminhar ou uma praça que possa receber jogos esportivos. A recomendação do professor para quem não tem tempo ou paciência de ir à academia é juntar a atividade física com as tarefas diárias. "Há muita pressão para se fazer exercício, mas as pessoas se esquecem de que limpar a casa, andar pelo supermercado ou ir até a padaria também são atividades físicas", explica.
Nesse quesito, Juliana não falha. Afinal, duas crianças, uma casa e uma empresa para manter em ordem é tarefa que exige muito "vai e vem". O problema maior é o deslocamento de carro. "Ele consome boa parte do tempo. Assim, as pessoas andam cada vez menos", diz Samulski.
Perigo. Segundo o especialista em psicologia do exercício, a faixa etária que mais preocupa os médicos vai de 0 a 19 anos. "As crianças estão cada vez menos ativas, principalmente nas cidades", alerta.
Samulski conta que uma pesquisa feita no Estado de São Paulo revela que as crianças do interior se movimentam muito mais que as da cidade grande. "Isso é o indício de uma epidemia de obesidade no futuro. Por isso, é preciso manter as crianças nas atividades físicas e, principalmente, dar um bom exemplo", afirma. Alerta
Sem estresse. Segundo o especialista em psicologia do exercício Dietmar Samulski, é preciso lembrar que o esporte só combate o estresse se for prazeroso. Portanto, a caminhada forçada não evita o estresse.
Ciência
Abdominal pode levar a orgasmo
BLOOMINGTON,
Indiana. No primeiro estudo do gênero, pesquisadores da Universidade de
Indiana revelaram que o exercício físico – sem relação sexual ou
fantasias agregadas – pode levar ao orgasmo feminino.
O fenômeno é chamado de "coregasmo", por sua associação aos exercícios que visam aos músculos core – 29 pares que incluem os oblíquos (interno e externo), o transverso do abdômen, os glúteos, o quadrado lombar e os do assoalho pélvico. As descobertas foram publicadas em uma edição especial da "Sexual and Relationship Therapy", publicação conceituada nas áreas de terapia e saúde sexual.
"As atividades mais comumente associadas ao orgasmo induzido pelo exercício foram os abdominais, a escalada em paredes adaptadas ou cordas, o spinning e o levantamento de peso", diz Debby Herbenick, codiretora do Centro para Promoção da Saúde Sexual da Escola de Saúde, Educação Física e Recreação da Universidade de Indiana.
O fenômeno é chamado de "coregasmo", por sua associação aos exercícios que visam aos músculos core – 29 pares que incluem os oblíquos (interno e externo), o transverso do abdômen, os glúteos, o quadrado lombar e os do assoalho pélvico. As descobertas foram publicadas em uma edição especial da "Sexual and Relationship Therapy", publicação conceituada nas áreas de terapia e saúde sexual.
"As atividades mais comumente associadas ao orgasmo induzido pelo exercício foram os abdominais, a escalada em paredes adaptadas ou cordas, o spinning e o levantamento de peso", diz Debby Herbenick, codiretora do Centro para Promoção da Saúde Sexual da Escola de Saúde, Educação Física e Recreação da Universidade de Indiana.
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