A juíza da 3º Vara de Jaciara, Joanice Oliveira Golçalves, cidade
localizada a 148 km de Cuiabá, determinou o afastamento do delegado que
atua no município e decretou a prisão preventiva de dois agentes
prisionais por suspeita de tortura, abuso de autoridade, lesões
corporais, tentativa de homicídio e homicídio qualificado, porte ilegal
de arma e crime contra a administração pública.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público Estadual, por meio do
Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). A juíza
decidiu também que o delegado deve entregar armas em 48hs, sob pena de
ter prisão preventiva decretada. Ainda conforme o MPE, os agentes são
considerados foragidos da Justiça por não terem sido localizados.
Já a assessoria de imprensa da Polícia Civil informou ao G1 que o
delegado está de licença médica até sexta-feira (16), após a realização
de cirurgia, e que teria informado à Corregedoria que vai se apresentar
no sábado (17).
De acordo com a denúncia protocolada pelo MPE, tanto o delegado como
os agentes teriam praticado diversos atos de tortura contra suspeitos do
município. Um dos casos, segundo o Ministério Público, foi a morte de
um detento que fugiu da Cadeia Pública de Jaciara, em outubro do ano
passado. Ele foi encontrado por policiais civis em um matagal , próximo
às margens do Rio São Lourenço. Porém, consta da denúncia que o suspeito
não teria obedecido à ordem dos policiais e foi baleado. Ele pulou no
rio e tentou atravessá-lo, mas acabou morrendo afogado.
Consta da denúncia, que os pais do suspeito procuraram a Promotoria
de Justiça e denunciaram que o filho que já vinha sofrendo agressões
físicas por parte dos policiais. No entanto a Promotoria determinou que o
delegado fizesse a abertura do inquérito para apurar a morte do
suspeito, entretanto, ele teria se recusado a fazer.
A denúncia aponta que o suspeito, quando estava preso, teria relatado
as agressões por parte dos policiais que eram identificados como 01 e
02. Os crimes foram denunciados também por familiares de pessoas que
acabaram sendo detidas pelo trio em diversas investigações.
“Restou devidamente configurado pela natureza das condutas em
apuração, supostamente perpetradas pelos investigados ter proporcionado
um verdeiro terrorismo na cidade, com notícias da ocorrência de agressão
à pessoas, disparos em via pública, denotando-se, sem sombra de dúvida a
ousadia deste”, conta trecho da denúncia.
A juíza frisa ainda que em virtude das possíveis implicações advindas
da investigação, a liberdade dos suspeitos poderá comprometer as
apurações, sendo assim, a necessidade da prisão preventiva.
g1
DELEGADOS.com.brRevista da Defesa Social & Portal Nacional dos Delegados
Nenhum comentário:
Postar um comentário