quinta-feira, 15 de março de 2012

Parceria entre Polícia Civil de MG e ONG dos EUA vai agilizar casos de desaparecidos

Fernando Zuba -E.M
Publicação: 15/03/2012 
O desespero de famílias mineiras que vivenciam o drama de ter uma criança ou um adolescente desaparecido será minimizado. A Polícia Civil firmou, ontem, parceria com o Centro Internacional para Crianças Exploradas e Desaparecidas (Icmec - sigla em inglês), uma organização não governamental (ONG) com sede em Washington (EUA). Com representação em 19 países, a entidade disponibiliza um banco de dados atualizado diariamente, contendo informações sobre menores que sumiram. O portal (br.kissingkids.com/br) disponibiliza fotos e informações como características físicas, roupas que a vítima utilizava na data em que foi dada como desaparecida, além de um breve histórico sobre cada caso.

Segundo a diretora de Políticas Públicas para a América Latina e Caribe do Icmec, Kátia Dantas, o objetivo da parceria é compartilhar dados e experiências, visando dar agilidade aos processos de investigação de crianças e adolescentes desaparecidos. “Queremos elaborar um guia de boas práticas e criar um protocolo de respostas. Para conseguir êxito na resolução dos casos, em nível mundial, vamos buscar a padronização dos procedimentos que ajudem a localizar com eficiência as crianças desaparecidas”, esclareceu.

A diretora da ONG destacou que não existem estatísticas comparáveis e confiáveis, uma vez que cada país adota medidas diferenciadas para combater o tráfico de seres-humanos. Kátia Dantas acrescenta que é necessário uma profunda mobilização social, envolvendo entidades públicas e privadas, para reduzir o problema.

Na avaliação da delegada Cristina Coelli, que há 11 anos está à frente da Delegacia Especializada em Localização de Pessoas Desaparecidas da capital, o problema é um fenômeno mundial que precisa ser estudado. “O cambate passa pela responsabilidade social. Todos podem e devem contribuir, desde a escola ou local de trabalho, passando pelo médico, até vizinhos que notem alguma mudança comportamental de uma criança”, alertou Coelli, que considerou como um grande avanço a nova parceria. “Nada melhor do que o compartilhamento de informações internacionais para ajudar na localização de crianças desaparecidas”, disse.

CONFLITO FAMILIAR

Ainda segundo a delegada, a maior motivação para o desaparecimento de pessoas com menos de 18 anos de idade é o conflito familiar. Ela afirma que diminuir o número de crianças desparecidas significaria reduzir o número de adultos inseridos na criminalidade. “A trajetória de crianças que foram reencontradas mostra que muitas delas se tornaram criminosas ou até morreram”, revelou. Atualmente, conforme dados da Polícia Civil, 427 crianças entre 0 e 17 anos encontram-se desparecidas em Minas. Há investigações internacionais. Ainda ontem, sete casos foram inseridos no portal. Além de Minas, Brasília, Paraná e Roraíma firmaram parceria com a ONG.

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