Justificativa é que não haveria garantias para a democracia no país.
Cúpula não defendeu represálias econômicas ao país, segundo o chanceler.
O Mercosul, reunido na cidade argentina de Mendoza, suspenderá o Paraguai dos órgãos do bloco devido à destituição do presidente Fernando Lugo,
informou nesta quinta-feira (28) o chanceler brasileiro, Antônio
Patriota. Ele também afirmou que nenhum chanceler defendeu represálias
econômicas ao país.
"Estamos elaborando uma decisão que será analisada amanhã [sexta-feira]
pelos presidentes. Discutimos a suspensão do Paraguai dos órgãos do
Mercosul. Lamentamos muito esta situação, mas constatamos que não existe
uma plena vigência democrática" neste país, disse Patriota em
entrevista coletiva após o encontro de chanceleres da região.
Segundo Patriota, a sanção contra o novo governo paraguaio, que não participará da cúpula do Mercosul
em Mendoza, tem como base o chamado Protocolo de Usuhaia 1, de 1998,
que prevê medidas contra um país onde não há garantias para a
democracia.
"O entendimento se baseia no Protocolo de Ushuaia, onde há uma primeira
frase que fala da suspensão da participação em reuniões (...). A
decisão é que a suspensão terá como base esta primeira frase", revelou
Patriota.
Ele não afirmou, entretanto, se a suspensão será mantida até as
próximas eleições no país, marcadas para abril do ano que vem, ou até a
posse do novo presidente, planejada para ocorrer em agosto de 2013.
Ministro brasileiro Antonio Patriota (dir.) durante reunião dos blocos, em Mendonza, nesta quinta (28) (Foto: AFP)
Sem sanções econômicas
O chanceler argentino, Héctor Timerman, disse que a decisão a ser tomada pelos presidentes na sexta-feira não irá significar mais dificuldades aos paraguaios, também excluindo a possibilidade de sanções econômicas.
O chanceler argentino, Héctor Timerman, disse que a decisão a ser tomada pelos presidentes na sexta-feira não irá significar mais dificuldades aos paraguaios, também excluindo a possibilidade de sanções econômicas.
"A situação já é penosa para os demais membros", afirmou..
A reunião a portas fechadas em um luxuoso hotel de Mendoza teve a
presença dos chanceleres de Argentina, Héctor Timerman; Uruguai, Luis
Almagro, Venezuela, Nicolás Maduro, e de Patriota.
Nenhum representante do novo governo paraguaio, presidido por Federico Franco, participa da cúpula do Mercosul.
Venezuela
Outro tema ressaltado por Patriota foi a participação da Venezuela no bloco, para a qual só falta a adesão do Senado do Paraguai. "O tema da Venezuela estará na agenda e será analisado amanhã pelos presidentes, pois há um interesse de promover sua participação", disse. De fato, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, participou hoje da reunião de ministros em Mendoza.
Outro tema ressaltado por Patriota foi a participação da Venezuela no bloco, para a qual só falta a adesão do Senado do Paraguai. "O tema da Venezuela estará na agenda e será analisado amanhã pelos presidentes, pois há um interesse de promover sua participação", disse. De fato, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, participou hoje da reunião de ministros em Mendoza.
As relações do Mercosul com a China é outro ponto inserido no debate,
para "um diálogo mais frequente e uma cooperação mais fluente", afirmou
Patriota
Impeachment
O presidente Fernando Lugo foi destituído em um impeachment sumário, na sexta-feira passada (22), após a morte de seis policiais e 11 sem-terra durante a desocupação de uma fazenda, no dia 15 de junho.
O presidente Fernando Lugo foi destituído em um impeachment sumário, na sexta-feira passada (22), após a morte de seis policiais e 11 sem-terra durante a desocupação de uma fazenda, no dia 15 de junho.
A eventual criação de um Tratado de Livre Comércio com a China, assim
como medidas para enfrentar os efeitos da crise europeia, são outros
temas abordados pelos chanceleres do Mercosul.
Na sexta-feira, os presidentes e ministros da Unasul (União de Nações
Sul-Americanas) também condenarão a decisão do Senado paraguaio de
destituir Lugo por "mau desempenho de suas funções", em uma reunião
extraordinária que contará com a presença de representantes de 11 dos 12
países sul-americanos.
Além dos países fundadores, a Venezuela está em processo de adesão ao
Mercosul, até agora travado pelo Parlamento paraguaio, enquanto Chile,
Bolívia, Equador e Peru são associados.
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