quarta-feira, 6 de junho de 2012

Os malucos passam, a PM é para sempre

Na semana em que comemora seus 237 anos, a Polícia Militar de Minas Gerais merece algumas palavras. Episódios recentes têm corado de vergonha os mais apaixonados pela farda, exigindo do repórter - o mesmo que todo dia bota o dedo nas feridas - o reconhecimento dos méritos da corporação que tem a maior capilaridade (está presente nas 853 cidades do Estado), é a mais respeitada e a mais vigiada de todas as instituições de Minas. 
Suas missões dizem respeito ao policiamento ostensivo e à preservação da ordem pública. Como, segundo a Constituição, é força auxiliar do Exército e nós temos cicatrizes recentes em relação ao autoritarismo militar, já que muita gente mistura as marchas, entendendo nossa PM como pautada apenas pela repressão. É desconhecer o programa de prevenção às drogas, que já encantou dois milhões de meninos e meninas nas escolas mineiras, é ignorar um sem número de outras iniciativas desta que é a mais antiga e, sabidamente, a melhor Polícia Militar do Brasil. 
Tudo começou com o Regimento de Cavalaria, em Ouro Preto, e o patrono é ninguém menos que Tiradentes. Pela natureza do serviço que presta, a PM tem de conviver, diariamente, com os mais complexos problemas, que vão desde a acusação de desmandos por parte de seus homens até momento de intensa tensão, como em 1997, quando, pressionado por fracos oficiais, o governador de então, Eduardo Azeredo, concedeu reajuste diferenciado, provocou revolta sem precedentes e levou a corporação a duas consequência, uma boa - a relação entre superior e subordinados deixou de ser algo cruel, brutal - e uma péssima: a disciplina ficou irremediavelmente ameaçada porque, hoje, para punir um soldado no Norte de Minas, um coronel tem de esperar até decisões de governo. 
Nos últimos meses, casos escabrosos de PMs que estupraram, assaltaram e mataram, mexeram com os nervos da cúpula. Seguro, o comandante-geral, Márcio Santana, sentencia: "Não há PMs corruptos; existem corruptos que entram para a PM e, mais dia menos dia, se revelam e são excluídos". Lembro-me de outro grande oficial, Walter Lucas, que, apertado por mim quando da descoberta de que duas PMs estavam se prostituindo, respondeu calmamente: "Nossos homens e nossas mulheres não vêm da lua, são daqui, do meio de nós, onde há de tudo". É isso. Viva a PM e sua esmagadora maioria que é honesta e briga por nós.

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