08/06/2012 09h39
DA REDAÇÃO
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Ao participar do 17º encontro do Movimento Nacional de Direitos
Humanos, o presidente da Fundação Criança de São Bernardo do Campo,
Ariel de Castro Alves, ressaltou a importância da difusão desses
valores. “Os direitos humanos precisam se popularizar. Aqui nós
trataremos da educação em direitos humanos. Uma boa parcela da população
tem uma compreensão completamente equivocada sobre direitos humanos”,
destacou, em entrevista, o advogado, que também é vice-presidente da
Comissão Especial da Criança e do Adolescente do Conselho Federal da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Segundo Alves, a percepção errada sobre o tema existe devido a um
estigma que foi construído principalmente durante a ditadura militar. “
Nós temos que mostrar à sociedade que, no passado, os direitos humanos
foram estigmatizados exatamente porque as pessoas que lutavam por
direitos humanos(?) defendiam a democracia, eram tratadas como terroristas.
E hoje, no período democrático, as pessoas que lutam por direitos
humanos são, muitas vezes, tratadas como defensoras de bandidos”.
Essa noção equivocada faz, de acordo com Alves, com que setores da
sociedade defendam ideias nocivas. Uma pesquisa do Núcleo de Estudos da
Violência da Universidade de São Paulo (USP), divulgada nesta semana,
mostrou que quase metade dos brasileiros concorda com o uso de tortura
para obtenção de provas nos tribunais. “Em um dia pode ser torturado o
criminoso, no dia seguinte pode ser o suspeito e no dia seguinte
qualquer um de nós está sujeito a ser torturado e colocado como
criminoso. Temos que mostrar à sociedade que não é dessa forma, nós
temos leis que precisam ser respeitadas” disse Alves sobre os resultados
do estudo.
Para o coordenador-geral do Movimento Nacional de Direitos Humanos,
Gilson Cardoso, a sociedade organizada tem papel fundamental para
garantir o respeito aos direitos humanos no país. “Governos têm limites,
mas a sociedade civil não, nós temos responsabilidades”, destacou
Cardoso ao falar para as delegações de todas as regiões do Brasil. “A
história desse país foi construída, por meio dos movimentos sociais, em
vários momentos”, completou.
Na cerimônia de abertura do encontro, que vai até domingo (10), foram
premiadas pessoas, entidades e iniciativas que se destacaram na defesa
dos diretos básicos do indivíduo. Entre elas, está a defensora pública
Daniela Skromov de Albuquerque, pelo atendimento aos moradores de rua
durante a operação policial para coibir o uso de crack no centro de São
Paulo, além do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba, zona leste
paulistana. Também está entre os premiados o Conselho Estadual dos
Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe), pela atuação no caso
da reintegração de posse do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
Ilustração: Google Images
Ilustração: Google Images
AGÊNCIA BRASIL
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