15/06/2012 21h13
JHONNY CAZETTA
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A Polícia Federal (PF) investiga um esquema de adulteração em carnes
bovinas e suínas que aumenta o peso do produto em até 50%. Apreensões
foram realizadas em seis frigoríficos da região metropolitana da
capital, nesta sexta (15). Ninguém foi preso, mas os responsáveis pelas
empresas deverão prestar depoimentos nos próximos dias.
Chamada Vaca Atolada, a operação começou no fim de 2011, após denúncia
feita pelo Exército brasileiro em Juiz de Fora, que percebeu furos no
produto. Há suspeita de que as carnes também seriam comercializadas em
supermercados de todo o país. “Constatamos, em alguns supermercados, que
as carnes sofreram a mesma adulteração”, disse uma fonte da
investigação, que não quis ter o nome revelado.
Para aumentar o peso nas carnes, as empresas colocavam água no
alimento. “Eram injetados fosfato, soro de leite e soja para não deixar a
água vazar. O ganho de peso era de 20% a 50%”, afirmou Marcílio Miranda
Zocrato, delegado da PF. Em uma das empresas, o esquema era feito em 20
toneladas de carne diariamente.
O intuito das empresas é “claramente obter um ganho econômico”, segundo
ele, a partir da adulteração do peso e do sobrefaturamento do valor das
carnes. As máquinas usadas para injetar o material foram confiscadas
pelo Ministério da Agricultura ontem, mas as empresas vão continuar
funcionando até a conclusão do inquérito, de acordo com a PF. “Em duas
empresas, o fato foi comprovado. Em outras, ainda estamos esperando
ainda o resultado”, afirmou Zocrato.
Os responsáveis pelo crime podem ser condenados a penas de seis a 12
anos de prisão, por adulteração de produto alimentício, formação de
quadrilha e crimes de licitação.
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