Número de queixas de corrupção envolvendo policiais cresce 340% em dez anos no Vale, diz ouvidor
Quando assumiu o comando da Polícia Civil no Estado, em janeiro do ano
passado, o delegado-geral Marcos Carneiro Lima, 54 anos, prometeu
tolerância zero à corrupção. O compromisso assumido no discurso de posse
estava baseado em estatísticas. Denúncias de corrupção passiva contra
as polícias Civil e Militar cresceram consideravelmente nos últimos dez
anos, de acordo com dados da Ouvidoria da Polícia.
No Vale do Paraíba, o aumento de denúncias chega a 340%. Em 2001, dez
policiais eram investigados por corrupção passiva. Uma década depois,
esse número saltou para 44. São José dos Campos, Taubaté, Ubatuba e
Campos do Jordão registraram queixas desse tipo em 2011. Denúncias de
abuso de autoridade, homicídios praticados por policiais, tráfico de
drogas e má qualidade no atendimento também cresceram neste período.
Todas essas denúncias são encaminhadas à Corregedoria de Polícia, que
tem como missão investigar e, se possível, punir abusos administrativos
cometidos por agentes de segurança. Os casos de corrupção, no entanto,
são mais difíceis de serem apurados, principalmente porque o denunciante
não se identifica. “Corrupção é difícil, porque é necessário provar o
ato cometido pelo agente. Mesmo assim, nós abrimos o processo,
notificamos o promotor e damos sequência à investigação”, disse o
ouvidor Luiz Gonzaga Dantas.
De acordo com Frediano Teodoro, mestre em Direito Penal, as denúncias
aumentaram porque o Estado ampliou os meios para que as denúncias fossem
feitas. “A corrupção e os desvios de conduta passaram a ser atacados há
pouco tempo. Há pouco mais de dez anos, por exemplo, não existia
Corregedoria”, afirmou. “A Ouvidoria e a Corregedoria surgiram
recentemente e tenho notado que, cada vez mais, as pessoas denunciam. O
tempo passa e as pessoas denunciam mais. Sabem que têm a Corregedoria
para pedir socorro”, afirmou.
Especialistas em segurança pública destacam que o combate à corrupção é
um dos grandes desafios a serem enfrentados pela polícia. A corrupção,
nas altas esferas, fragiliza o trabalho de toda a corporação. “A
corrupção policial atinge o princípio da igualdade e da justiça, destrói
a confiança dos cidadãos e deslegitima as instituições de segurança.
Atinge diretamente o ideal da transparência pública e amedronta a
cidadania, princípio fundamental da democracia”, diz Robson Sávio de
Souza, professor da PUC-MG e membro do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. “A polícia está sucateada e isso facilita a corrupção. A
remuneração dos policiais é baixa e, além disso, há uma sensação de
impunidade. Uma punição imediata ao policial corrupto seria eficaz para
mudar esse quadro”, completou Frediano Teodoro.
Caça-níqueis: caso ainda não foi julgado no Vale
Caça-níqueis: caso ainda não foi julgado no Vale
Em novembro de 2003, uma grave denúncia de corrupção derrubou a cúpula
da Polícia Civil no Vale. Policiais estariam envolvidos num esquema de
corrupção que arrecadaria até R$ 600 mil por mês e teria começado a
operar em 2001. Para levar toda essa grana, o grupo permitiria o
funcionamento de máquinas caça-níqueis no comércio de São José e
Taubaté. Oito anos depois da denúncia do Ministério Público, peritos
ainda analisam conversas telefônicas gravadas, com a autorização
judicial, pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado). São 250 horas de ligações interceptadas.
No esquema, os donos das máquinas pagavam propina aos policiais, para
que esses permitissem a livre exploração do jogo. Para identificar quem
tinha pagado, os policiais colariam selos nas máquinas. Enquanto o caso
não chega ao fim, uma parcela dos investigados segue em atividade,
lotados em delegacias do Estado. O processo corre em segredo de Justiça.
No mês passado, em Taubaté, nova suspeita de corrupção. Uma detenta
denunciou um suposto esquema em que policiais civis receberiam propina
do jogo do bicho e de caça-níqueis de Taubaté e Pinda. O suposto esquema
também envolveria a manutenção de prostíbulos.
Número de policiais punidos também subiu
O número de policiais civis punidos em SP também cresceu. Subiu de 149 no biênio 2008 e 2009 para 330 em 2010 e 2011. No ranking das infrações mais cometidas o envolvimento com o crime organizado está no topo das exclusões.
Em seguida, aparecem tráfico de drogas, corrupção e extorsão. Investigadores e delegados são os que mais cometem delitos. A PM informou que, embora tenha tornado mais rígida a seleção de novos integrantes, em média, 10% dos novos policiais apresentam algum problema de conduta a serviço do estado.
Uma quadrilha explodiu um caixa eletrônico na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), no campus Urbanova, zona oeste de São José. A ação aconteceu na madrugada de sexta-feira, às 2h. Segundo a PM, a quadrilha era formada por seis homens que renderam o segurança do campus e efetuaram o roubo.
O número de policiais civis punidos em SP também cresceu. Subiu de 149 no biênio 2008 e 2009 para 330 em 2010 e 2011. No ranking das infrações mais cometidas o envolvimento com o crime organizado está no topo das exclusões.
Em seguida, aparecem tráfico de drogas, corrupção e extorsão. Investigadores e delegados são os que mais cometem delitos. A PM informou que, embora tenha tornado mais rígida a seleção de novos integrantes, em média, 10% dos novos policiais apresentam algum problema de conduta a serviço do estado.
Uma quadrilha explodiu um caixa eletrônico na Univap (Universidade do Vale do Paraíba), no campus Urbanova, zona oeste de São José. A ação aconteceu na madrugada de sexta-feira, às 2h. Segundo a PM, a quadrilha era formada por seis homens que renderam o segurança do campus e efetuaram o roubo.
Os assaltantes usaram explosivos na ação. Eles tentaram roubar dois
caixas eletrônicos do banco Santander, mas conseguiram explodir apenas
um caixa. A PM prendeu dois assaltantes, de 27 e 22 anos, que foram
levados para o 8º DP (Distrito Policial) de São José.
Os jovens vão responder por roubo, formação de quadrilha e tentativa de
homicídio. Os outros assaltantes não foram encontrados. A quantia
roubada não foi informada. Segundo a PM, após roubar um dos caixas
eletrônicos, os assaltantes usaram uma moto da empresa responsável pela
segurança do campus para fugir. A polícia chegou à universidade ao
receber uma denúncia anônima e fez um cerco em algumas rotas de fuga.
A moto foi achada na estrada municipal de Jaguari. Ao avistar a viatura,
os assaltantes tentaram fugir por um brejo, mas foram presos. Os jovens
dispararam seis tiros contra os policiais com um revólver calibre 38,
que foi apreendido pela polícia.
Universidade /A
Univap disse que a universidade pediu para a empresa responsável pela
segurança reforçar o número de vigias, principalmente no período
noturno, para evitar os roubos. Em abril, seis homens tentaram arrombar
um caixa eletrônico no campus, mas não tiveram sucesso.
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