Eugênio Moraes
Um dos suspeitos teria sido morto por disparos de policiais do Gate
Dois sargentos do Grupamento de Ações Táticas Especiais (Gate) que
participaram da morte de Rodrigo Luiz Marques Cerqueira, de 22 anos,
foram presos na tarde desta quarta-feira (27). O rapaz é suspeito de
participar da chacina que deixou três mortos e 14 feridos durante um
tiroteio, durante a madrugada, em uma casa de show, no bairro São
Geraldo, região Leste de Belo Horizonte.
Inicialmente, foi divulgado de que uma testemunha teria gravado um
vídeo mostrando os militares espancando o criminoso antes dele ser
morto. Este vídeo, assim como a testemunha não foram encontrados até o
momento. Os policiais foram encaminhados para o Batalhão do Gate e
aguardam decisão da Justiça para saberem se vão responder ao processo em
liberdade. As duas pistolas .40 utilizadas por eles também foram
apreendidas.
De acordo com o tenente-coronel Marcelo Vladimir Corrêa, comandante do
Gate, eles foram presos porque cometeram um crime militar, já que os
policiais estavam em serviço, usando a arma da corporação.“Fui ao local,
acompanhei o trabalho junto com a Corregedoria na tentativa de
identificar as informações de agressão. O vídeo não aparece, assim como a
testemunha que o teria feito. Encaminhei tudo para a Justiça,
interroguei testemunhas. Tenho convicção de que os militares agiram
dentro dos princípios da legalidade, da necessidade, da
proporcionalidade, da moderação e da conveniência”, afirmou o
comandante do Gate.
A tragédia ocorreu na casa de shows "Viola Encatada". Segundo a
polícia, três homens, sendo dois deles em uma moto e o terceiro em um
carro, foram até o estabelecimento com uma submetralhadora espanhola e
uma pistola. No local, eles atiraram contra os frequentadores que
estavam na porta.
Investigações apontam que o alvo dos tiros seria Vitor Leonardo dos
Santos Souza, de 28 anos, que tinha passagens pela polícia. Além disso,
ele é suspeito de ser autor de vários crimes na região e teria um
mandado de prisão em aberto. O homem morreu no local, assim como Mara
Lúcia da Silva, de 28 anos, também atingida pelos tiros. Ela também
tinha passagem pela polícia por desobediência.
Outras vítimas baleadas foram socorridas e continuam internadas nos hospitais de Pronto-Socorro João XXIII e Odilon Behrens.
Depois do tiroteio, o tenente reformado da PM Eduardo Peixoto, dono da casa de show, informou que prentende fechar o local.
* Com Ana Clara Otoni e Jefferson Delbem
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