16/08/2012 15h39
DA REDAÇÃO
Siga em: twitter.com/OTEMPOonline
Elcyd Oliveira Brito, um dos acusados de participar do assassinato do
prefeito de Santo André, Celso Daniel negou nesta quinta-feira
envolvimento no crime. A versão é diferente da de outros depoimentos que
foram dados por ele à Polícia Civil e à Justiça.
O réu disse que foi torturado e pressionado por policiais e promotores
de Santo André a confessar o assassinato. Elcyd apresentou sua defesa no
início do julgamento do caso, que ocorre no Fórum de Itapecerica da
Serra, na Grande São Paulo.
Celso Daniel foi executado com oito tiros em janeiro de 2002. Ele foi
sequestrado quando saía de um jantar com o empresário Sérgio Gomes da
Silva, o Sombra, acusado de ser o mandante do crime e também amigo do
então prefeito. O corpo de Celso Daniel foi encontrado dois dias depois
na Estrada das Cachoeiras, em Juquitiba, cidade vizinha de Itapecerica
da Serra.
De acordo com o Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo, Elcyd
estava na caminhonete que interceptou o veículo do prefeito. Ele é
acusado de homicídio duplamente qualificado mediante pagamento e sem
possibilidade de defesa para a vítima.
Após o interrogatório do réu, o promotor de Justiça do caso, Márcio
Augusto Friggi de Carvalho, fez uso da palavra para apresentar a
acusação, por cerca de duas horas. Durante a exposição, ele sustentou a
tese de que a morte de Celso Daniel teve motivações políticas e
contestou o argumento da defesa de que Elcyd não conhecia os outros
envolvidos no crime. “Eles foram condenados juntos por formação de
quadrilha em outro processo”, declarou.
Depois do recesso para almoço, o julgamento retornou para a sustentação
oral dos advogados de defesa. A previsão é que a sessão perdure até as
19h, conforme estimativa do juiz Antonio Augusto Galvão Hristov.
Durante a manhã, o julgamento de outro acusado, Itamar Messias Silva
dos Santos, que também seria feito hoje, foi adiado a pedido do advogado
de defesa, Airton Jacob Gonçalves Filho. Dentre os motivos alegados,
está o fato de que o MP apresentou nova versão dos fatos e que, diante
disso, será necessário rever a estratégia de defesa do cliente. Ele não
adiantou qual seria o novo fato.
Esta é a segunda vez que o julgamento de Itamar é adiado. Em maio deste
ano, o advogado abandonou o júri depois de o juiz negar o pedido para
que o caso fosse julgado separadamente. Na ocasião, outros três acusados
foram condenados pela morte de Celso Daniel. Ivan Rodrigues da Silva,
José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos receberam,
respectivamente, as penas de 24, 20 e 18 anos de prisão. Em novembro de
2010, Marcos Bispo dos Santos já havia sido condenado a 18 anos. O
julgamento de Itamar foi remarcado para o dia 22 de novembro.
Após o julgamento de Elcyd e de Itamar, restará apenas o julgamento do
acusado de ser o mandante do crime, o Sombra. Os advogados dele travam
uma batalha jurídica para tentar impedir a condenação. Eles questionam a
legalidade do atuação do MP, que trabalhou diretamente na investigação
criminal, função que caberia à polícia. O Supremo Tribunal Federal
(STF), no entanto, deu parecer favorável ao prosseguimento da ação penal
contra o empresário.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário