04/09/2012 09h20
- Atualizado em
04/09/2012 10h39
Espécie foi encontrada em 2002 em Presidente Figueiredo, AM.
Anfíbio pode chegar até a 24 mm e tem órgãos internos visíveis.
Pequeno
anfíbio, que pode chegar até 24 milímetros de comprimento quando
adulto, recebeu este nome devido à pele transparente (Foto: Marcelo
Lima/Inpa)
Com apenas 24 milímetros de comprimento quando adulto, a Hyalinobatrachium iaspidiense, popularmente conhecida como ‘perereca de vidro’, vem chamando a atenção de pesquisadores no Amazonas,
principalmente devido à sua transparência. A espécie foi descoberta por
pesquisadores durante levantamentos noturnos na área da Cachoeira da
Onça em Presidente Figueiredo, município do Amazonas, distante 170 km de Manaus, no ano de 2002.
De dorso verde-claro e ventre transparente, espécie
ainda é pouco conhecida (Foto: Marcelo Lima/Inpa)
De dorso verde-claro com pontos negros, ventre transparente, íris
verde-amarelada e a ponta dos dedos em de ‘T’, a perereca de vidro ainda
é pouco conhecida no meio científico. “Os homens não dão muita atenção
para os anfíbios, os achando nojentos e que não servem para nada. Porém,
desconhecem que esses animais possuem grande importância no equilíbrio
do meio ambiente”, afirmou Marcelo Lima, biólogo do Instituto Nacional
de Pesquisas da Amazônia (Inpa).ainda é pouco conhecida (Foto: Marcelo Lima/Inpa)
Segundo ele, as pererecas de vidro são essenciais para a existência das cobras, pois são presas deles. Com um possível desaparecimento da espécie, faz com que os seus predadores também corram risco de extinção. “Pode-se afirmar que atitudes como a remoção de mata ciliar (vegetação próxima à margem dos rios) deixam a espécie mais vulnerável, pois ela é sensível às modificações ambientais e não podem ficar muito tempo exposta ao sol, correndo o risco de ter a pele ressecada e morrer”, explicou o biólogo.
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Considerada uma espécie notívaga, ou seja, que prefere sair no período
da noite, a perereca de vidro se alimenta de invertebrados,
principalmente insetos, e tem como predadores as aranhas e serpentes,
além do próprio homem, que a extingue sem se dar conta, segundo Marcelo
Lima. Sobre o modo de reprodução, o pesquisador explica que todas as
espécies de perereca de vidro conhecidas desovam sobre folhas acima da
água.“Em média, as fêmeas depositam cerca de 20 ovos no período chuvoso, entre dezembro e maio. Os ovos se desenvolvem por alguns dias ali. Depois, os girinos rompem a cápsula do ovo, caem na água e permanecem até completarem o desenvolvimento”, afirmou o biólogo, que ainda disse ser desconhecido o tempo de desenvolvimento do animal.
Em média, as fêmeas depositam cerca de vinte ovos no período chuvoso, entre dezembro e maio (Foto: Marcelo Lima/Inpa
Segundo
pesquisador, as pererecas de vidro são essenciais para a existência de
animais como a cobra. O desaparecimento desses anfíbios também coloca em
risco a existência de seus predadores
(Foto: Reprodução / Inpa)
(Foto: Reprodução / Inpa)
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