sábado, 1 de setembro de 2012

Polícia Federal usa equipamentos de última geração no combate ao crime

Armas de alta precisão, robôs e roupas especiais, que parecem objetos de ficção, já ajudam a polícia em operações reais.

A tecnologia se tornou fundamental no combate ao crime. Armas de alta precisão, robôs e roupas especiais, que parecem objetos de ficção, já ajudam a polícia em operações reais.
  Uma roupa é igualzinha à do filme "Guerra ao Terror", que ganhou o Oscar em 2010, mesma marca e modelo: Eod-9 da americana Med-Eng: considerada a roupa mais segura do mundo, é usada pela Polícia Federal no Brasil.
    "O traje antifragmentação, a roupa que a gente vê muito nos filmes, inclusive naquele filme Guerra ao Terror, que ganhou o Oscar, aparece ao longo do filme inteiro, o cara vestido com aquela roupa, é exatamente igual, mesma marca e modelo. Considerada hoje a melhor do mundo. Hoje a gente está preparado, na Polícia Federal, para atender qualquer tipo de ameaça com relação a bombas e explosivos, e até materiais que envolvam agentes químicos e biológicos, radiológicos ou nucleares”, diz o perito criminal federal, Bruno Pitanga.
Para nenhum policial colocar a vida em risco, o grupo antibombas e explosivos da Polícia Federal conta com a ajuda de um robô, que tem um braço mecânico e duas câmeras. O digital Vanguard é comandado à distância por controles tipo joystick e botões que ficam numa maleta, e até anda armado: com um canhão de água que dispara um jato à uma velocidade de mais de mil quilômetros por hora. É como se fosse um tiro e pode matar.
Mas se o robô não estiver disponível, alguém vai ter que ir pessoalmente desarmar a bomba. E aí é que entra uma roupa específica. Ela tem tanta tecnologia de proteção que custa mais de US$ 40 mil e pesa 40 quilos. Dentro dela faz tanto calor que a roupa tem um sistema próprio de refrigeração.
A tecnologia mudou a maneira de combater o crime. Casos de corrupção são desvendados com a ajuda de softwares que buscam, analisam e cruzam milhares de informações de 37 bancos de dados numa velocidade espantosa, apontando as ligações mais importantes de uma quadrilha.
"Nós temos ferramentas robustas de cruzamentos de dados que permitem ao analista enxergar o relacionamento através de visualizações gráficas. Isso no ambiente remoto. Nossos computadores estão na sala cofre, com criptografia, altamente seguro e o policial, de qualquer lugar do mundo, pode acessar essa ferramenta e realizar a sua análise”, conta o chefe de repressão a crimes cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Sobral.
No laboratório de análise de imagens do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal se usa tecnologia de ponta, como um scanner, que custa mais de R$ 1 milhão, e que usa raio laser para produzir uma nuvem com milhões de pontos, que depois viram uma imagem em três dimensões de um local. Com a nuvem de pontos que o equipamento produz, é possível fazer uma varredura do ambiente e guardar esses dados.
“Grande parte do desenvolvimento dessa área foi em função de games. O ferramental é o ferramental de jogos mesmo”, fala o perito criminal federal, Daniel França de Melo.
O aparelho já ajudou a resolver vários crimes, como um tiroteio entre policiais à paisana em Pernambuco. Dois policiais federais investigavam um caso e marcaram um encontro com um traficante. A Polícia Civil também investigava e foi até o local. Uma equipe não sabia da outra.
Um policial federal ficou ferido e outro foi morto numa troca de tiros com um policial civil. Era preciso descobrir o que havia acontecido. O scanner mapeou o lugar, e com as imagens feitas por um celular, logo depois do tiroteio e uma foto, foi possível recriar, em dois meses, no computador, tudo o que aconteceu.
"Nós fomos ao local, com o scanner 3D, fizemos várias varreduras. Depois a gente joga num software que faz uma composição, uma junção dessas informações formando uma nuvem de pontos de grandes dimensões”, explica Daniel França.
O material reproduzido em 3D, junto com as informações dos laudos de trajetória das balas no carro e no cadáver, completou o que precisava ser investigado.
“A única posição que a gente achou compatível com os indícios, com os vestígios, foi a posição, do policial federal saindo do veículo já na iminência de reagir. Com isso a gente conseguiu terminar. A arma passou pelo pulso, cortou o pulso e entrou no peito dele”, explica Daniel.
Em outro caso, os agentes recriaram a rua de uma favela no Rio de Janeiro, onde aconteceu um tiroteio. A pedido do Ministério Público, para ajudar a resolver o caso na justiça, a polícia conseguiu mostrar onde estavam os traficantes. "Eles ficavam posicionados em um muro que se encontra ao fim da rua, que é um muro de arrimo, que tem acima dele um ponto de observação do tráfico”, conta Daniel.
O programa foi capaz de mostrar inclusive o ponto de vista dos traficantes e reproduzir até as pichações e as árvores que existem no local.
Para enfrentar situações extremas em operações de rua, a Polícia Federal tem um fuzil de precisão, usada apenas pelos atiradores mais bem treinados do Comando de Operações Táticas, a tropa de elite da Polícia Federal.
Ela foi feita com o que existe de mais avançado hoje em tecnologia de armamento. Com ela, acertar o alvo milimetricamente fica mais fácil. Mesmo à 100 metros de distância. Na hora de invadir uma casa para prender alguém, a tecnologia ajuda muito. Com o visor termal é possível visualizar na escuridão, tudo que emite calor. A pessoa pode estar disfarçada, no meio do mato, que o equipamento consegue encontrar.

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