sábado, 6 de outubro de 2012

Aumentam reclamações contra as polícias militar e civil

| 06/10/2012 | http://draft.blogger.com/blogger.g?blogID=2706363129703742226#editor/target=post;postID=1783465955691149895
Crescem 37% em Minas o número de reclamações contra as polícias militar e civil. Reclamações contra serviço de saúde crescem 51% em Minas. A Agência Nacional de Saúde suspende a venda de 301 planos de saúde no país devido ao crescimento do número de reclamações de empresas que não estavam cumprindo os prazos de atendimento.
As três notícias divulgadas nos últimos dias por este jornal têm em comum o crescimento do número de reclamações de uma população que vinha se destacando em todo o mundo por sua passividade. Somos um povo que, embora tenha apoiado a campanha pela Lei da Ficha Limpa, raramente saiu às ruas para protestar contra a corrupção. Ou contra leis que facilitam a concentração de riqueza ou contra a comercialização de agrotóxicos e de transgênicos, entre tantas outras questões que, se causam indignação, esta fica restrita ao âmbito familiar ou, no máximo, é compartilhada com os amigos.
É possível que o brasileiro não tenha o hábito de reclamar porque não acredita que suas reclamações encontrarão resposta efetiva das autoridades para corrigir os erros. Em vários momentos da nossa história – e quem não se recorda dos “caras pintadas” que exigiam a saída do presidente Collor, acusado de corrupção? – multidões saíram às ruas em manifestações, sem qualquer êxito para a solução de seus problemas. Não foram raros os casos em que tais manifestações de massa tiveram maus resultados para o país, como aquelas que precederam a tomada do poder pelos militares em 1964.
Apesar disso, as reclamações estão aumentando. Na sexta-feira (5) o Hoje em Dia informou que todos os dias pelo menos oito pessoas registram reclamações na Ouvidoria de Polícia de Minas Gerais. Foram 1.981 reclamações nos primeiros oito meses deste ano. O que terá motivado os que se deram a esse trabalho? O aumento da violência, a exigir um trabalho melhor da polícia? É possível. Só em agosto último, foram registrados 3.576 casos de homicídios, roubos, sequestros e estupros na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em julho, foram 3.293 crimes violentos nos mesmos municípios.
Ou terá crescido, na melhor das hipóteses, a credibilidade da população nas autoridades responsáveis por apurar as reclamações recebidas? Qualquer que seja o motivo, o importante é que parece haver um despertar da cidadania entre nós. É possível até que esse sentimento tenha reflexos amanhã nas urnas, para que sejam eleitos os melhores candidatos. Que assim seja!

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