terça-feira, 9 de outubro de 2012

Câmara deve ter cinco vereadores ligados a polícias em São Paulo


09/10/2012 07h53 - Atualizado em 09/10/2012 07h53

Dois policiais militares e dois policiais civis já garantiram vaga.
'Não rejeito o rótulo bancada da bala, mas prefiro da segurança', diz Camilo.

Kleber Tomaz Do G1 SP
Coronel  foi comandante da PM de São Paulo.
(Foto: Paulo Piza/G1)
O comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Álvaro Camilo, deu entrevista coletiva na noite desta sexta (3) e disse que não acredita nas denúncias de abuso em Pinheirinho trazidas à tona pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) (Foto: Paulo Toledo Piza/G1) O número de candidatos a vereador ligados à área de segurança pública praticamente dobrou em São Paulo e o aumento se refletiu no resultado das urnas. Dos 43 que buscavam vaga na Câmara Municipal, quatro conseguiram as cadeiras na eleição de domingo (7). Um quinto, o Coronel Camilo, está na expectativa de assumir a vaga com a ida do vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR) para o Senado.
Ao todo, dois policiais militares da reserva e dois policias civis - um deles reeleito - já garantiram votos para compor a bancada em 2013.  “Dá para se fazer uma composição boa na Câmara Municipal com esse pessoal. Eu não rejeito o rótulo 'bancada da bala', mas prefiro 'bancada da segurança pública' porque ela aí pode abranger também outras lideranças, como os vereadores eleitos que perderam os filhos em crimes brutais”, disse Camilo.
No início da legislatura em 2008, São Paulo tinha apenas Celso Jatene (PTB), delegado afastado da Polícia Civil, como vereador. Ele conseguiu a reeleição com 52.099 votos. Naquela eleição, foram 23 candidatos egressos da área da segurança pública. Em 2012, o número praticamente duplicou. Entre eles, 22 policiais militares que ainda estavam na ativa, dois ex-comandantes e um bombeiro concorreram.
Além de jatene, outro policial civil eleito no domingo foi Paulo Batista dos Reis (PT), que recebeu 28.627 votos. O G1 não conseguiu localizar Jatene e Reis para comentarem o assunto. A composição da bancada será escoltada por mais dois vereadores que são ex-representantes das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), considerada a tropa de elite da Polícia Militar em São Paulo.
RotaO tenente-coronel Paulo Telhada (PSDB), que comandou a Rota até o ano passado, foi o quinto candidato mais votado na capital paulista. Sob o nome ‘coronel Telhada’, obteve 89.053 votos.
"Estou comovido com o resultado, com o número, com a disposição das pessoas de nos ajudarem", afirmou Telhada ao G1. “Foi uma resposta do povo. O povo quer gente nova, que entenda o povo”, disse Telhada. Ele diz ter uma campanha pobre, que teria custado R$ 200 mil.

Conte Lopes (PTB), ex-capitão da Rota no governo Paulo Maluf, volta a ter mandato eletivo. Ele havia sido deputado estadual de 2007 a 2010. Agora, com 31.947 votos, irá ocupar uma vaga como vereador.
Não me incomodada o rótulo ‘bancada da bala’, dado por alguns políticos e setores da imprensa. Segurança Pública é o segundo problema maior da cidade, atrás de saúde. PMs estão sendo executados. Não dá mais para querer tapar o sol com a peneira, não dá. O governo tem que responder à altura. Bandido tem que ter medo. Temos que ter um policiamento tipo Rota em todo o estado. Prefeituras e guardas municipais têm que ajudar a polícia. Estamos numa guerra. Eu ando armado, mas o que fazer com os bandidos vindo para cima da polícia com fuzil?"
Conte Lopes, ex-capitão da Rota e vereador eleito pelo  PTB
“Acho que município tem que tomar atitude com relação à segurança pública. Primeiro que tem que abrir concurso para a Guarda Municipal, que não tem um guarda admitido há oito anos. O efetivo atual é de 6 mil homens na capital, quando deveria ser de 15 mil. A guarda também precisa trabalhar mais próxima a Polícia Militar, cuidando de feiras livres e escolas”, disse Conte Lopes, que aos 65 anos adotou o slogan político “Segurança para São Paulo”.
“Estamos vivendo um terror. Nós policiais estamos sendo caçados pelo bandido. Temos que dar resposta: segurança pública na rua, lei mais forte e principalmente combate ao crime", comentou Lopes.

"A inteligência é necessária para tudo, mas chega uma hora que é preciso agir. Só na inteligência os policiais estão sendo executados com tiro de fuzil na rua. São 79 policiais mortos, executados por bandidos. Toda ação tem uma reação. Por isso, a morte dos bandidos é legítima defesa do policial. Quando um policial atira num bandido vai para DHPP, é afastado das ruas. Não dá para por só Einstein na PM, tem que ter uns caras que tenham pernas para correrem atrás de bandido.”, afirmou Lopes.
Na expectativa
O comandante da reserva da PM, coronel Álvaro Camilo deve ser o quinto integrante da bancada. Assim como Telhada, ele usou a patente para tentar se eleger. ‘Coronel Camilo’ teve 26.966 votos. Ele ficou na suplência e pode assumir a vaga em janeiro. Para isso, é preciso que o vereador Antônio Carlos Rodrigues (PR) queira ir ao Senado. Ele assume esta semana mandato na vaga da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT).
“Dá para se fazer uma composição boa na Câmara Municipal com esse pessoal. Eu não rejeito o rótulo 'bancada da bala', mas prefiro 'bancada da segurança pública' porque ela aí pode abranger também outras lideranças, como os vereadores eleitos que perderam os filhos em crimes brutais”, disse Camilo.

Nenhum comentário: