Enquanto custo de vida oficial subiu 0,62%
em BH entre junho e setembro, preço de tira-gostos avançou mais de 12%.
Praticamente no mesmo período, bebidas aumentaram 10,6%
Paulo Henrique Lobato -Estado de Minas
Publicação: 19/10/2012 06:00 Atualização: 19/10/2012 08:29
De olho nos custos
O rola-bola, por exemplo, sai a R$ 26. Os clientes, como a operadora de microcomputador Sandra Rejane da Anunciação, de 31 anos, e o marido, o encarregado de transportes Warllem Aquiles Lajes, de 36, consideram o preço justo. “É uma delícia!”, garante ela com o respaldo do marido e da filha, Ana Clara, de 6. O comerciante Rildo Moreira, de 44, também endossa o sabor do prato. E comemora o preço da cerveja: “Moro aqui perto e, como sou seguidor da Lei Seca, residir próximo ao bar com o melhor preço da cerveja é um presente”.
“Além de procurar um lugar agradável, é bom o morador ficar de olho no preço dos petiscos e no das bebidas”, recomendou Feliciano Abreu, diretor executivo do Mercado Mineiro.
Paulo Henrique Lobato -Estado de Minas
Publicação: 19/10/2012 06:00 Atualização: 19/10/2012 08:29
O setor de bares e restaurantes, um dos principais motores da
economia de Belo Horizonte, a ponto de levar a cidade a ser conhecida
como a capital dos botecos, tem o dragão – símbolo da inflação – como
cliente assíduo. A pedido do Estado de Minas, levantamento feito pelo
site Mercado Mineiro revelou que o preço médio de 15 das 16 porções e
bebidas pesquisadas em 21 estabelecimentos subiu bem mais do que o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em BH. O indicador,
medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é
considerado a inflação oficial do país.
Enquanto o IPCA de Belo Horizonte fechou o acumulado de junho a setembro com alta de 0,62%, o preço médio das cervejas Brahma e Skol saltou 10,6% no intervalo de junho a 11 de outubro, de R$ 5,47 para R$ 6,05. O percentual assusta os frequentadores de bares e restaurantes, mas não é o campeão do ranking. A liderança, com disparada de 12,16%, coube à porção de mandioca frita, que subiu de R$ 12,33 para R$ 13,83 no mesmo período (veja quadro).
Enquanto o IPCA de Belo Horizonte fechou o acumulado de junho a setembro com alta de 0,62%, o preço médio das cervejas Brahma e Skol saltou 10,6% no intervalo de junho a 11 de outubro, de R$ 5,47 para R$ 6,05. O percentual assusta os frequentadores de bares e restaurantes, mas não é o campeão do ranking. A liderança, com disparada de 12,16%, coube à porção de mandioca frita, que subiu de R$ 12,33 para R$ 13,83 no mesmo período (veja quadro).
Saiba mais...
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Alterado porcentual sobre preço de referência de cerveja
Outro tira-gosto famoso, a batatinha
frita, apurou alta de 3,13% entre junho e 11 de outubro. O preço médio
das fritas, como muitos clientes se referem à porção, passou de R$
13,41 para R$ 13,83. O percentual de aumento pode até não assustar boa
parte dos consumidores, mas o preço deixa muita gente de cabelo em pé
quando comparado com o quilo do produto vendido nos sacolões e
supermercados da capital. Segundo a última pesquisa da Secretaria
Municipal Adjunta de Segurança Alimentar e Nutricional (SMASAN),
divulgada no dia 10, o quilo da batata- inglesa custa R$ 2,31.
Portanto, numa conta rápida, observe que os bares e restaurantes de BH cobram, em média, quase seis vezes mais. É importante ressaltar, contudo, que o preço dos estabelecimentos leva em conta gastos com aluguel de imóvel, impostos, funcionários, gás, energia elétrica e outras despesas. Por outro lado, o estudo reforça a importância de o belo-horizontino pesquisar bem os preços. Por isso, o Mercado Mineiro também elaborou uma tabela entre o maior e o menor preço de cada produto.
Nesse caso, o valor da cerveja oscila de R$ 5 a R$ 6,70 – diferença de 34%. A mais barata é encontrada no Bar da Cida, que venceu o concurso Comida di Buteco, em 2008, com a porção rola-bola (almôndega ao molho da casa, batata gratinada e outros ingredientes). A dona do estabelecimento, Maria Aparecida da Silva Chagas, conta que a margem de lucro com as cervejas é baixíssima. O preço da bebida, na prática, é uma das estratégias para a comerciante manter a casa, que funciona há 24 anos no Bairro Floramar, na Região Norte, sempre cheia.
Portanto, numa conta rápida, observe que os bares e restaurantes de BH cobram, em média, quase seis vezes mais. É importante ressaltar, contudo, que o preço dos estabelecimentos leva em conta gastos com aluguel de imóvel, impostos, funcionários, gás, energia elétrica e outras despesas. Por outro lado, o estudo reforça a importância de o belo-horizontino pesquisar bem os preços. Por isso, o Mercado Mineiro também elaborou uma tabela entre o maior e o menor preço de cada produto.
Nesse caso, o valor da cerveja oscila de R$ 5 a R$ 6,70 – diferença de 34%. A mais barata é encontrada no Bar da Cida, que venceu o concurso Comida di Buteco, em 2008, com a porção rola-bola (almôndega ao molho da casa, batata gratinada e outros ingredientes). A dona do estabelecimento, Maria Aparecida da Silva Chagas, conta que a margem de lucro com as cervejas é baixíssima. O preço da bebida, na prática, é uma das estratégias para a comerciante manter a casa, que funciona há 24 anos no Bairro Floramar, na Região Norte, sempre cheia.
De olho nos custos
O rola-bola, por exemplo, sai a R$ 26. Os clientes, como a operadora de microcomputador Sandra Rejane da Anunciação, de 31 anos, e o marido, o encarregado de transportes Warllem Aquiles Lajes, de 36, consideram o preço justo. “É uma delícia!”, garante ela com o respaldo do marido e da filha, Ana Clara, de 6. O comerciante Rildo Moreira, de 44, também endossa o sabor do prato. E comemora o preço da cerveja: “Moro aqui perto e, como sou seguidor da Lei Seca, residir próximo ao bar com o melhor preço da cerveja é um presente”.
“Além de procurar um lugar agradável, é bom o morador ficar de olho no preço dos petiscos e no das bebidas”, recomendou Feliciano Abreu, diretor executivo do Mercado Mineiro.
Porções variam até 157%
A
diferença entre os menores e os maiores preços das carnes servidas nos
bares e restaurantes de Belo Horizonte atinge a casa dos três dígitos.
A porção de 500 gramas da picanha bovina, por exemplo, pode ser
encontrada de R$ 34 a R$ 81,50 – diferença de 139,71%. No caso do
contrafilé, a oscilação é de 133,20%, com valores de R$ 25,30 a R$ 59. A
disparidade da porção da batata frita também atingiu três dígitos
(157,65%), de R$ 8,50 a R$ 21,50. No caso da porção de mandioca frita, a
diferença foi de quase 150%, de R$ 8 a R$ 19,90.
Vale ressaltar que a carne vem acumulando altas seguidas em razão do custo com alimentação e outros gastos. Em setembro, por exemplo, o produto foi o item que mais influenciou a inflação nacional. Conforme relatório do IBGE, “os preços subiram 2,27%, gerando impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA, individualmente, o maior”.
Os menores preços das porções de picanha e contrafilé são ofertados na unidade do Paracone da Avenida Brasil, onde os sócios Lindoval Conegundes e Eduardo de Souza, quando podem, não dispensam um chope e uma porção. “Um dos segredos (para ter preço competitivo) é não ficar refém de um único fornecedor”, explicou Lindoval.
Regras curiosas Já Eduardo esclarece ainda que, dependendo do fornecedor e do produto, há regras curiosas: “Uma fabricante de refrigerantes vende uma marca por um preço para esta unidade. Em nossa outra loja, no Santa Efigênia, a mesma empresa vende igual refrigerante por um preço mais baixo, o que explica a diferença de valores (entre os dois restaurantes no caso do refrigerante)”, contou Eduardo.
É bom lembrar, porém, que vários custos ajudam a entender a diferença no preço das porções. Empregados com melhor traquejo para atender clientes, banheiros impecáveis, preço do aluguel e som ao vivo são apenas alguns exemplos. (PHL)
Vale ressaltar que a carne vem acumulando altas seguidas em razão do custo com alimentação e outros gastos. Em setembro, por exemplo, o produto foi o item que mais influenciou a inflação nacional. Conforme relatório do IBGE, “os preços subiram 2,27%, gerando impacto de 0,06 ponto percentual no IPCA, individualmente, o maior”.
Os menores preços das porções de picanha e contrafilé são ofertados na unidade do Paracone da Avenida Brasil, onde os sócios Lindoval Conegundes e Eduardo de Souza, quando podem, não dispensam um chope e uma porção. “Um dos segredos (para ter preço competitivo) é não ficar refém de um único fornecedor”, explicou Lindoval.
Regras curiosas Já Eduardo esclarece ainda que, dependendo do fornecedor e do produto, há regras curiosas: “Uma fabricante de refrigerantes vende uma marca por um preço para esta unidade. Em nossa outra loja, no Santa Efigênia, a mesma empresa vende igual refrigerante por um preço mais baixo, o que explica a diferença de valores (entre os dois restaurantes no caso do refrigerante)”, contou Eduardo.
É bom lembrar, porém, que vários custos ajudam a entender a diferença no preço das porções. Empregados com melhor traquejo para atender clientes, banheiros impecáveis, preço do aluguel e som ao vivo são apenas alguns exemplos. (PHL)
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