05/11/2012 06:44 - Atualizado em 05/11/2012 06:44
Amadeu Barbosa
Tribunal apura se houve irregularidades no projeto que indicava viabilidade da obra do Independência
Reconstruído ao custo de R$ 149 milhões para sediar os jogos dos times
mineiros enquanto o Mineirão é reformado, o estádio Independência além
de não cumprir seu objetivo inicial vai causar um prejuízo de pelo menos
R$ 111 milhões aos cofres do governo do Estado.
É o que aponta laudo dos técnicos do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MG), obtido com exclusividade pelo Hoje em Dia.
O documento subsidia a representação enviada ao presidente da Corte,
conselheiro Wanderley Ávila, que acolheu a denúncia e está apurando os
fatos. A representação se junta a outras duas investigações sobre a
reforma do estádio.
Os técnicos do TCE, após a análise de três estudos de viabilidade
financeira fornecidos pelo Departamento de Obras Públicas (DEOP) do
governo estadual, concluíram que a “obra do estádio Independência não
cumpriu sua finalidade inicial” de sediar os jogos dos times da capital
durante as temporadas de 2010, 2011 e 2012.
Manipulado
Além disso, o governo do Estado teria manipulado dados para comprovar a suposta viabilidade da reforma. No “terceiro estudo de viabilidade apresentado, sem a identificação de sua autoria, constataram-se além de erros grosseiros, como o uso de dados sem fundamentação ou comprovação, manipulação de dados, indicações de intenção de ações futuras de novos investimentos e consultas públicas, que culminaram em uma tentativa infrutífera de se comprovar a viabilidade desse investimento, absurdo do ponto de vista econômico e financeiro, configurando total irresponsabilidade e descaso no trato da coisa pública”, diz trecho do relatório.
Manipulado
Além disso, o governo do Estado teria manipulado dados para comprovar a suposta viabilidade da reforma. No “terceiro estudo de viabilidade apresentado, sem a identificação de sua autoria, constataram-se além de erros grosseiros, como o uso de dados sem fundamentação ou comprovação, manipulação de dados, indicações de intenção de ações futuras de novos investimentos e consultas públicas, que culminaram em uma tentativa infrutífera de se comprovar a viabilidade desse investimento, absurdo do ponto de vista econômico e financeiro, configurando total irresponsabilidade e descaso no trato da coisa pública”, diz trecho do relatório.
A partir dos dados fornecidos pelo Estado, os técnicos apontam “que o
prejuízo ao final do período da cessão será da ordem de R$ 111 milhões,
consolidado por meio da transferência do patrimônio público gerado com a
construção do novo estádio Independência à iniciativa privada (América
Futebol Clube)”. Para os técnicos, esse prejuízo é a prova
“incontestável” da inviabilidade da reforma.
O documento alerta que o prazo de 20 anos e três meses ao qual o Estado
terá a cessão do Independência para recuperar o investimento feito foi
definido de “forma aleatória”, sem comprovação do retorno financeiro da
obra.
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