Licitação
Em 2012, 124 morreram entre BH e João Monlevade, segundo associação
FOTO: FOTOS LEO FONTES
Políticos e manifestantes se reuniram em um posto em Nova União, na região central
A
expectativa da publicação de um novo edital para as obras de duplicação
da BR-381, anunciada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (Dnit) para a próxima quinta-feira, reacende a esperança de
moradores que vivem às margens da "Rodovia da Morte". Na manhã de ontem,
representantes de associações de moradores se uniram a lideranças
políticas mineiras em um ato público às margens da rodovia, em Nova
União, na região Central, para pedir que as promessas sejam cumpridas.
Organizado pela coordenação da bancada mineira no Congresso, o protesto
contou com cerca de 200 pessoas, dentre prefeitos, parlamentares e
moradores.
Com carros de som, os participantes ocuparam parte do pátio de um posto de combustíveis. "Esse é um movimento apartidário, pois temos uma causa em comum", disse o coordenador da bancada mineira, o deputado federal Fábio Ramalho (PV).
O ato foi marcado no fim de fevereiro, após o Dnit suspender os editais para as intervenções em oito lotes de obras entre a capital e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. O modelo de licitação era questionado pelos empreiteiros, que temiam prejuízos, já que o projeto executivo não previa custos extras. Na última sexta-feira, o órgão anunciou que a licitação agora será feita pelo regime diferenciado de contratação.
"Após a publicação, teremos 60 dias para viabilizar o início das obras", disse o superintendente do órgão em Minas, José Maria da Cunha. Já as licitações para os lotes nove e dez, que desafogariam o tráfego em São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central, um dos pontos mais críticos, só devem sair no fim de 2013.
Mortes. Para a aposentada, Ana Teixeira, 60, que mora em Nova União, a duplicação evitaria acidentes como o que provocou a morte de seu filho, há dez anos. "Meu filho estava a pé quando foi atingido por uma carreta".
A opinião é compartilhada pela doméstica Terezinha Vieira, 52, que há 15 dias perdeu um primo na estrada. "A gente fica angustiada e reza toda vez que tem que sair", diz. A Associação dos municípios do Médio Piracicaba informou que, em 2012, 124 pessoas morreram na estrada, entre a capital e João Monlevade.
Com carros de som, os participantes ocuparam parte do pátio de um posto de combustíveis. "Esse é um movimento apartidário, pois temos uma causa em comum", disse o coordenador da bancada mineira, o deputado federal Fábio Ramalho (PV).
O ato foi marcado no fim de fevereiro, após o Dnit suspender os editais para as intervenções em oito lotes de obras entre a capital e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. O modelo de licitação era questionado pelos empreiteiros, que temiam prejuízos, já que o projeto executivo não previa custos extras. Na última sexta-feira, o órgão anunciou que a licitação agora será feita pelo regime diferenciado de contratação.
"Após a publicação, teremos 60 dias para viabilizar o início das obras", disse o superintendente do órgão em Minas, José Maria da Cunha. Já as licitações para os lotes nove e dez, que desafogariam o tráfego em São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central, um dos pontos mais críticos, só devem sair no fim de 2013.
Mortes. Para a aposentada, Ana Teixeira, 60, que mora em Nova União, a duplicação evitaria acidentes como o que provocou a morte de seu filho, há dez anos. "Meu filho estava a pé quando foi atingido por uma carreta".
A opinião é compartilhada pela doméstica Terezinha Vieira, 52, que há 15 dias perdeu um primo na estrada. "A gente fica angustiada e reza toda vez que tem que sair", diz. A Associação dos municípios do Médio Piracicaba informou que, em 2012, 124 pessoas morreram na estrada, entre a capital e João Monlevade.
Minientrevista
"Dos nove tios que tenho,cada um perdeu um filho"
Como moradora de Nova União há 30 anos, a senhora considera preocupante este trecho da BR381?
Já vi de tudo nesse período. Basta um feriado para termos um acidente na parte que corta a cidade. É uma combinação de vários fatores: as curvas são muito fechadas, a estrada não é boa, e os carros andam em alta velocidade.
A senhora conhece pessoas que já foram vítimas de acidentes na rodovia?
Sim, na minha própria família. Dos nove tios que eu tenho, cada um já perdeu um filho. Meu irmão morreu aos 15 anos, quando tentava atravessar a estrada.
Ele chegou a ser socorrido pelo motorista?
Não, ele morreu na hora. Meu primo, que também morreu, em 2007, foi atingido por uma carreta, e o motorista fugiu.
Na sua avaliação, quais são os maiores riscos que a rodovia oferece?
Como a BR liga bairros importantes da cidade e não há passarelas, as pessoas se arriscam atravessando a rodovia. As crianças também usam a via para ir à escola a pé ou entrar em escolares. (AL)
Já vi de tudo nesse período. Basta um feriado para termos um acidente na parte que corta a cidade. É uma combinação de vários fatores: as curvas são muito fechadas, a estrada não é boa, e os carros andam em alta velocidade.
A senhora conhece pessoas que já foram vítimas de acidentes na rodovia?
Sim, na minha própria família. Dos nove tios que eu tenho, cada um já perdeu um filho. Meu irmão morreu aos 15 anos, quando tentava atravessar a estrada.
Ele chegou a ser socorrido pelo motorista?
Não, ele morreu na hora. Meu primo, que também morreu, em 2007, foi atingido por uma carreta, e o motorista fugiu.
Na sua avaliação, quais são os maiores riscos que a rodovia oferece?
Como a BR liga bairros importantes da cidade e não há passarelas, as pessoas se arriscam atravessando a rodovia. As crianças também usam a via para ir à escola a pé ou entrar em escolares. (AL)
Para prefeitos, obras levariam desenvolvimento econômico
No
ato público, prefeitos de cidades às margens da BR381 ressaltaram que a
duplicação traria benefícios econômicos. "O turismo na região está
parado, pois as pessoas evitam pegar a rodovia", afirmou Antônio Carlos
Noronha Bicalho, prefeito de São Gonçalo do Rio Abaixo, na região
Central.
De acordo com ele, as obras também ajudariam a gerar mais empregos. "As indústrias não querem se instalar por aqui", explicou.
Ele e outros prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Piracicaba destacaram a importância de se escoar melhor a produção de importantes commodities na região, como minério de ferro e celulose, mas não souberam estimar em quanto as perdas seriam reduzidas com as obras. (AL)
De acordo com ele, as obras também ajudariam a gerar mais empregos. "As indústrias não querem se instalar por aqui", explicou.
Ele e outros prefeitos da Associação dos Municípios do Médio Piracicaba destacaram a importância de se escoar melhor a produção de importantes commodities na região, como minério de ferro e celulose, mas não souberam estimar em quanto as perdas seriam reduzidas com as obras. (AL)
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