sexta-feira, 8 de março de 2013

Hugo Chaves: Corpo será embalsamado e ficará exposto em museu


Venezuela.Antes, cadáver do líder bolivariano ficará em urna de vidro durante mais sete dias de velório
Ideia é que o mandatário fique eternamente em exposição, como Lênin e Mao Tsé-tung
Publicado no Jornal OTEMPO em 08/03/2013


FOTO: FOTOS MIRAFLORES PRESIDENTIAL PRESS OFFICE/ASSOCIATED PRESS
Velório. Venezuelanos se emocionam ao ver o corpo de Hugo Chávez no <MC>caixão de vidro em exposição na capela da Academia Militar, em Caracas
Caracas, Venezuela. O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou ontem que o corpo do presidente Hugo Chávez será embalsamado e permanecerá em exposição, em uma urna de vidro, por mais sete dias. Depois, diz Maduro, o corpo ficará "eternamente" exposto, "como os de (Vladimir) Lênin e Mao Tsé-tung" - líderes históricos do comunismo na União Soviética e na China, respectivamente -, no futuro Museu da Revolução, em Caracas. 
O museu será criado em um quartel no emblemático bairro do 23 de Enero, local onde Chávez organizou sua intentona golpista, em 1992, e um dos principais bastiões chavistas da capital venezuelana. Maduro afirmou ainda que o museu será o "primeiro local de repouso" do corpo e que, depois, serão tomadas medidas "que o povo pediu", em provável referência à transferência futura de Chávez ao Panteão Nacional.
Desde a manhã de ontem, milhares de pessoas enfrentaram filas quilométricas, com duração de até dez horas, para poder ver o corpo do mandatário por alguns segundos. Os restos mortais do presidente chegaram à capela da Academia Militar na noite de quarta-feira e, desde então, formaram-se longas filas de aliados para se despedir do mandatário, muitos deles de vermelho (cor símbolo do chavismo) ou com fotos e bonecos de Chávez.
Hoje estava prevista uma cerimônia fúnebre com a presença de diversas autoridades. Ao todo, mais 21 chefes de Estado confirmaram presença, incluindo o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e a presidente Dilma Rousseff, que já está em Caracas. A Venezuela decretou luto oficial de sete dias. Outros 11 países também determinaram luto, que variou de um a sete dias - Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Equador, Haiti, Irã, Nicarágua, República Dominicana e Uruguai.
Visitações. Segundo pessoas que passaram pelo caixão ontem, através da tampa de vidro do caixão, pode-se ver o mandatário vestido com uniforme militar e sua boina vermelha. Entre as personalidades presentes, estavam Maduro e os líderes de Argentina, Cristina Kirchner, Uruguai, José Mujica, e Bolívia, Evo Morales. Logo após a chegada do corpo de Chávez ao local, Kirchner, Mujica e Morales se aproximaram do caixão e escutaram o Hino Nacional da Venezuela. 
Em seguida, Maduro, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, e outros representantes do Estado se posicionaram diante do caixão, antes da chegada de Rosa Virgina, María Gabriela, Hugo e Rosa Inés, filhos de Chávez, e da neta Gabriela Rivero. Posteriormente, chegaram Elena Frías, mãe do presidente, e os irmãos Adán (governador de Barinas), Argenis, Narciso, Aníbal e Adelys.




VERSÃO
Aparelhos de Chávez foram desligados, afirma blog
Caracas. A causa da morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, não teria sido um "ataque fulminante" do coração, como descreveu o chefe da Guarda Presidencial, general Jorge Ornella, ontem. De acordo com o jornalista venezuelano Nelson Bocaranda, Chávez morreu após a decisão de desligarem os aparelhos de respiração artificial devido à piora do seu estado de saúde.
Em seu blog runrun.es, Bocaranda disse que, "desde a sexta, 22 de fevereiro, houve a intenção de retirar do paciente a ajuda mecânica respiratória, em vista das precárias condições de saúde" de Chávez. Bocaranda ganhou notoriedade por ter sido o primeiro a publicar, há dois anos, a notícia de que Chávez tinha câncer. 
Em um post titulado "Os momentos finais do presidente Chávez", o jornalista afirmou que "houve divergências entre a mãe e as filhas de Chávez, sobrecarregadas pela longa via-crúcis do último ano e meio de tratamento e campanha eleitoral".
O texto informou que, após reuniões com o vice-presidente, Nicolás Maduro, e o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, "decidiram desconectá-lo no dia 5". Conforme detalhou Bocaranda, após a decisão, "às 15h05m16, a ajuda respiratória foi eliminada para que (Chávez) morresse em paz às 16h25m05 em seu leito do Hospital Militar".

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