- Um novo astro, ainda mais brilhante, surgirá em novembro
Roberta Jansen (Email)
RIO- O primeiro de dois cometas a serem avistados no céu do país este
ano já pode ser observado a olho nu. No horário do pôr-do-sol, por
volta das 18h, basta olhar à direita da estrela, buscando por um ponto
luminoso, algo como uma estrela um pouco mais brilhante. Trata-se do
cometa PanSTARRS, em sua visita única ao planeta Terra, direto dos
confins do Sistema Solar. Uma espécie de aperitivo antes da chegada do
ISON, em novembro, que será visível como uma lua cheia.
Cometas
são grandes aglomerados de rocha e gelo recobertos por uma crosta de
sujeira espacial originários da Nuvem de Oort, uma gigantesca região de
objetos gelados que cerca nosso Sistema Solar e cujo limite alcança mais
de um ano-luz (cerca de 9,5 trilhões de quilômetros) de distância da
Terra. Às vezes, porém, um destes objetos tem sua órbita estável
perturbada pela ação gravitacional da movimentação de uma estrela
próxima ou da combinação dos efeitos gravitacionais do conjunto das
estrelas da Via Láctea, sendo então lançado em uma longa viagem em
direção ao Sol. E, à medida que ele se aproxima de nossa estrela, o
calor começa a quebrar sua crosta e a fazer evaporar o gelo, gerando as
características coma (cabeça) e cauda dos cometas, que brilham ao
reflexo da luz solar.
Primeira e única chance de observação
O
PanSTARRS, segundo Jorge Márcio Carvano, do Observatório Nacional, é um
cometa de tipo raro, com uma órbita chamada de hiperbólica, ou seja,
ele só passará uma vez pela Terra. Trata-se, por isso, da primeira e
única chance de observá-lo. De acordo com o astrônomo, especialistas em
todo o mundo estão ansiosos para estudar o objeto, detectado em 2011.
—
Os cometas, acreditamos, são objetos formados na mesma época em que os
planetas gigantes e expulsos da parte interna do Sistema Solar —
explicou Carvano. — Com suas temperaturas muito baixas, eles preservam
material, processos e condições daquela época; verdadeiras relíquias da
formação do Sistema Solar.
Carvano explicou que, com a observação
do cometa por especialistas, será possível estudar a composição do gás e
da poeira. Segundo Carvano, moléculas orgânicas nunca antes observadas
podem ser detectadas.
— Observamos a interação da luz do Sol com o
gás e a poeira. Dependendo de como o gás modifica a luz, podemos
inferir a composição molecular.
Mas enquanto o PanSTARRS passará a
cerca de 50 milhões de quilômetros do Sol — sua maior aproximação
ocorre hoje —, o ISON se aproximará muito mais da estrela, menos de 2
milhões de quilômetros. Quanto mais perto do Sol um cometa chega, mais
brilhante ele aparece no céu. Por isso, astrônomos apostam que o ISON
pode ser “o cometa do século”, atingindo um brilho equivalente ao da Lua
cheia, ficando visível a olho nu e talvez até durante o dia na época de
sua maior aproximação, entre o fim de novembro e o início de dezembro.
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