sexta-feira, 24 de maio de 2013

Indiciados, policiais civis continuam trabalhando

Vale do Aço

Agentes suspeitos de envolvimento em corrupção vão deixar a região

Subcorregedor afirma que não é preciso afastar os policiais que são investigados
PUBLICADO EM 23/05/13 - 3h0
Subcorregedor afirma que não é preciso afastar os policiais que são investigados Oito policiais civis envolvidos em crimes de corrupção e extorsão no Vale do Aço vão continuar na ativa, mesmo sendo indiciados pela Corregedoria da Polícia Civil. A chefia da corporação determinou apenas que eles fossem transferidos para delegacias de Belo Horizonte e da região metropolitana da capital. A transferência, publicada no “Minas Gerais” anteontem, foi solicitada há mais de um mês pelo subcorregedor da corporação, Élder Dângelo.

Esses policiais foram indiciados em inquéritos que envolvem irregularidades em delegacias de trânsito. Entre os transferidos, está o investigador Werley Glicério de Araújo, o Ley do Trânsito (PSD), que é também vereador e presidente da Câmara Municipal de Ipatinga. Ele foi denunciado por participar de esquemas como a legalização de carros roubados e cobrança de propina de 10% do valor de cada placa de veículo fabricada no Vale do Aço em troca de isenção de imposto para empresas.
O parlamentar informou, através da assessoria de imprensa, que ainda está avaliando se vai manter o mandato em Ipatinga, já que ele será transferido para a delegacia de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ele se mantém nas funções de investigador e vereador por serem cargos de esferas diferentes.
Na último dia 15, a reportagem de O TEMPO mostrou dois inquéritos da Corregedoria, divulgados pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), Durval Ângelo (PT), encerrados no fim de abril, que indiciavam quatro policiais civis – dois delegados e dois investigadores – por participação em esquema de corrupção. O jornalista Rodrigo Neto, assassinado em 8 de março deste ano, apurava essas fraudes.

Esses policiais foram transferidos para Belo Horizonte, Santa Luzia e Sabará. O deputado acredita que, entre as demais transferências, existem envolvidos com grupos de extermínio. “São pessoas que têm problemas antigos. O correto seria o afastamento e a prisão desses policiais. Outros que foram transferidos continuam praticando crimes”, disse Durval Ângelo.
Negativa. O subcorregedor Élder Dângelo negou que os policiais estão envolvidos em mortes. “Não há necessidade de prisão ou de afastamento porque eles não atrapalham as apurações”, disse. Segundo ele, por enquanto, não estão previstas novas transferências ou prisões.

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