Valquiria Lopes- estado de Minas
Publicação: 04/05/2013 06:00 Atualização: 04/05/2013 07:17
Agilidade e respeito à vítima de eventos de natureza criminosa. É o que esperam as polícias Civil e Militar com a inauguração da Central de Flagrantes das regiões Centro-Sul e Leste, unidade que passa a funcionar até o fim do mês em Belo Horizonte. A expectativa é reduzir em 50% o tempo médio de duas horas gasto atualmente para registro das ocorrências policiais no horário de plantão, fazendo com que o prazo caia para 60 minutos ou menos. Em situações mais extremas, a redução pode ser ainda mais significativa, já que a espera nas delegacias chega a até seis horas, nos casos em que há outras ocorrências em andamento. Além de dar rapidez ao processo, o objetivo da novidade é aumentar a prevenção à criminalidade.
Na prática, os flagrantes ou ocorrências com capturas de foragidos antes levados para as delegacias dessas três áreas passam agora a se concentrar na nova unidade. A Central de Flagrantes vai funcionar 24 horas por dia, em toda a semana, no prédio onde atualmente está instalada 4ª Delegacia Seccional Leste, na Rua Pouso Alegre, 417, no Bairro Floresta. No local, cinco equipes de profissionais vão trabalhar em dois turnos recebendo as ocorrências, exceto aquelas relacionadas a trânsito e a crimes envolvendo menores infratores. Cada equipe será formada por três delegados, seis escrivães, 10 investigadores e três agentes penitenciários. A participação de um perito criminal por grupo está sendo estudada. Ontem, as chefias das duas corporações na capital apresentaram o modelo a um grupo de policiais na sede do 5º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Gameleira, Região Oeste da capital.“Queremos com a criação da central sanar um problema histórico dentro das polícias, que é o registro da ocorrência policial. Estamos padronizando procedimentos, treinando policiais e vamos monitorar o trabalho”, destacou o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson Alcântara Silva Melo. Ele detalha o funcionamento da unidade, explicando que a viatura e os policiais não deverão ficar parados enquanto o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) está sendo feito. A dinâmica será a seguinte: após dar entrada na unidade, o conduzido é levado para uma cela e o policial vai para uma sala lavrar o Reds, mais objetivo do que os feitos atualmente. O PM então relata aos policiais civis o ocorrido em uma sala de oitiva e a partir daí está liberado para voltar ao patrulhamento. Durante todo esse tempo, os outros policiais da guarnição ficam liberados para qualquer atividade policial. Em estados onde o sistema já está implantado, há casos em que os militares retornam no prazo de uma hora e meia com outro flagrante, segundo o delegado.
A comandante do Policiamento da Capital, coronel Cláudia Romualdo, destaca as vantagens do modelo. “Além da otimização do processo de registro de ocorrências, o retorno do policial para as ruas aumenta a sensação de segurança dos moradores e atua na prevenção de crimes”, diz. Na central, a expectativa é de que até quatro flagrantes sejam registrados diariamente, o que de acordo com Melo vai aliviar a demanda das equipes de investigação das delegacias Centro, Sul e Leste. Essas unidades continuam funcionando normalmente, recebendo as ocorrências policiais, exceto as que tenham flagrantes.
Mudanças
O prédio na Rua Pouso Alegre, 417, no Bairro Floresta, está passando por intervenções para receber a Central de Flagrantes. Para a mudança, a Delegacia Leste funcionará no mesmo espaço da Seccional Centro, no Bairro Santa Tereza, unidade que a partir do ano que vem será transferida para outro imóvel no Hipercentro da capital. Também em 2013, Belo Horizonte deve ganhar a segunda Central de Flagrantes, dessa vez unificando o atendimento aos crimes em que os autores são detidos no prazo de 24 horas nas regiões do Barreiro, Venda Nova e Noroeste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário