sexta-feira, 28 de junho de 2013

B.H: Grupos ligados a extremistas estrangeiros e criminosos comuns estão por trás do vandalismo

Extremistas radicais com ligações com grupos de outros estados e dos EUA, Turquia e Alemanha participaram dos atos de vandalismo durante a manifestação em BH

Pedro Ferreira - Estado de Minas
Publicação: 28/06/2013 06:00 Atualização: 28/06/2013 06:40

Extremistas radicais com ligações com grupos de outros estados e dos EUA, Turquia e Alemanha participaram dos atos de vandalismo durante a manifestação de quarta-feira na Avenida Antônio Carlos e outras vias do entorno do Mineirão, onde jogavam Brasil e Itália, segundo a Polícia Civil. “Eles têm as mesmas características, perfil e bandeira desses grupos que atuam em outros estados e fora do país. Temos feito contatos com a polícia dos EUA. Vamos tentar desarticular os grupos de Belo Horizonte e prender os líderes”, afirmou o chefe do 1º Departamento da Polícia Civil, delegado Anderson Alcântara. Ele comanda uma força-tarefa que já identificou algumas pessoas e prendeu vândalos, inclusive analisando imagens dos ataques na capital nos últimos dias.
Só na quarta-feira, 109 pessoas foram detidas por prática de diversos crimes. “Já são 200 procedimentos instaurados, entre inquéritos, termos circunstanciados e diligências”, informou o delegado. Do total de adultos, 26 tiveram prisão em flagrante e permanecem presos. Os 53 restantes foram ouvidos e liberados, conforme determina a lei, por terem cometido crimes de menor potencial ofensivo.
Já entre os adolescentes, 18 ficaram apreendidos e encaminhados ao Juizado da Infância e da Juventude. Eles têm entre 15 e 17 anos e passagens pela polícia. Os 12 restantes, por estarem envolvidos em episódios de menor gravidade, foram ouvidos em audiência no Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA) e liberados, segundo estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente.
INVESTIGAÇÃO
Alcântara informou que dois grupos são investigados. “São radicais sem bandeira que praticam vandalismo, grupos antigoverno, antipolítica e antipolícia. Querem promover a desordem social e estabelecer o caos. Alguns se organizam pelas redes sociais”, afirmou o delegado, que não dá detalhes porque as investigações são sigilosas.
Os grupos extremistas, segundo o policial, não precisam de uma ordem vinda de fora para agir. “Eles já têm uma ideologia estabelecida e podem estar em qualquer lugar que já sabem como agir. Sabem que o vandalismo é um ato que faz parte das ações. E os grupos de fora acompanham de longe tudo que acontece aqui. Eles se infiltram nas manifestações. É o apocalipse, como eles falam, e isso para eles é favorável, uma bandeira, um troféu”, acrescentou o delegado, que analisa imagens do confronto.
De acordo com o delegado, esses os radicais precisam das manifestações para se tornarem invisíveis no meio da multidão, geralmente escondendo o rosto e “utilizando menores para subverter a ordem”, afirmou.
Anderson Alcântara se reuniu com vários delegados para avaliar as investigações. “Vamos fazer uma análise conjuntural para entender o que está acontecendo e quem são essas pessoas, separando o joio do trigo, se são associadas a grupos”, afirmou.
CRIMINOSOS
O delegado confirmou a participação de pessoas infiltradas nas manifestações para fazer depredação: “Grande parte dos presos já responde por crimes pesados, como tráfico de drogas, furto, roubo e formação de quadrilha.”
Mas, segundo ele, há manifestantes envolvidos no vandalismo: “São jovens insuflados por baderneiros”, afirmou.
Ele informou que todos os detidos que foram soltos serão monitorados. Entre o material apreendido estão bombas, bolas de gude, máscaras antigases, luvas, facas, celulares com mensagens de incentivo à violência, frascos de leite de magnésia e vinagre, usados para amenizar os efeitos das bombas de efeito moral, escudos artesanais, feitos com tambores plásticos, óculos de proteção, alicates, marreta, estilingues e pedras.

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