Muitos lembraram das manifestações ocorridas no Brasil ao longo do torneio, creditando resultado a manobra política para agradar população
Alguns espanhóis não aceitaram muito bem a surpreendente derrota por 3 a 0 de sua seleção diante do Brasil,
neste domingo (30), no Estádio do Maracanã. No Twitter e em outras
redes sociais, alguns deles levantaram suspeitas em relação ao
resultado, que deu o quarto título de Copa das Confederações para o time nacional, e exaltaram teorias da conspiração a respeito, creditando o placar a decisões além do esporte.
"A Espanha
está vendida. Que decepção", lamentava no Twitter um espanhol,
levantando uma questão comum em ocasiões do tipo, quando uma equipe
considerada imbatível acaba massacrada em campo. Na rede social, ele
desabafava sua insatisfação com o time de seu país a cada lance.
"Final de presente, torneio de presente! Brasil tinha
que ganhar por questões políticas e sociais", escreveu um outro, usando a
hashtag #pãoecirco e lembrando das manifestações ocorridas no País ao
longo de todo o torneio. "A política e o futebol não deveriam ser um
meio de manipulação!"
A seleção espanhola
era tida como favorita na partida. Atual campeã mundial e da Eurocopa, a
equipe comandada por Vicente Del Bosque não perdia há 3 anos. No
período, disputou no total 29 jogos oficiais, e a última derrota havia
sido no distante dia 16 de junho de 2010, em sua estreia na Copa do
Mundo da África do Sul, diante da Suíça.
As "teorias conspiratórias" começaram logo nos primeiros
minutos da segunda etapa, por volta das 20h10. Naquele momento, a
seleção espanhola acabara de perder um pênalti e se via na urgência de
reverter o placar adverso, que já marcava 3 a 0. "Nem um pênalti Ramos
conseguiu marcar. Vudu contra Espanha? Não! Simplesmente estão
vendidos", bradavam alguns tuites, cada qual com sua própria teoria para
o "negócio" - desde as esportivas até as políticas.
"Para mim, a Espanha que se vendeu. Tudo para o próximo
mundial", dizia um; "Aos que não sabem, a Espanha se vendeu para sair da
crises", escrevia outro; "Se a Espanha não ganha é porque se vendeu - e
por comida", teorizava um terceiro.
Os discursos se assemelham muito aos observados no
Brasil 15 anos atrás, quando a Seleção de Mário Jorge Lobo
Zagallo sofreu uma derrota igual, por 3 a 0, diante da França na Copa do
Mundo de 1998 - muito antes do surgimento das hoje popularíssimas redes
sociais.
Com uma bela campanha, e tendo diante de si um
adversário sem grande tradição no futebol, a Seleção decepcionou em
campo e acabou humilhada, em jogo marcado pela grande atuação de
Zinedine Zidane e pela fraca de Ronaldo Nazário.
Para alegria dos conspiradores, existe até semelhança
com o caso atual e aquele que perseguiu o atacante Fenômeno até a Copa
seguinte, quando enfim levantou a taça do torneio. Assim como a Espanha
deste domingo, na ocasião o Brasil também era campeão mundial.
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