14/09/2013 07h54
- Atualizado em
14/09/2013 08h48
Decisão foi anunciada após reuniões de três dias entre os dois países.
Síria terá 7 dias para dar informações sobre seu arsenal e evitar ataque.
Secretário de Estado dos EUA, John Kerry
(à esquerda) e ministro de Relações Exteriores
da Rússia, Sergei Lavrov depois de fecharem
acordo (Foto: Reuters)
(à esquerda) e ministro de Relações Exteriores
da Rússia, Sergei Lavrov depois de fecharem
acordo (Foto: Reuters)
Os Estados Unidos
e a Rússia chegaram a um acordo sobre a crise na Síria, segundo
anunciou neste sábado (14) em Genebra o secretário norte-americano, após
três de reuniões com o ministro de Relações Exteriores da Rússia,
Sergei Lavrov.
A Síria terá de entregar em uma semana informação sobre seu arsenal de
armas químicas para evitar um ataque, segundo afirmou Kerry. Se a Síria
não cumprir os procedimentos para eliminar suas armas químicas, a ameaça
de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança
da ONU, disse Kerry. "Nós temos o compromisso de impor medidas sob o
Capítulo 7 do Conselho de Segurança das Nações Unidas", disse.
Inspetores devem chegar na Síria
até novembro para fazer uma avaliação do arsenal. Até meados de 2014,
todas as armas químicas sírias devem ser destruídas ou removidas.
Em entrevista coletiva ao lado do ministro russo, John Kerry fez um apelo para que o governo de Bashar al-Assad colabore.
'Não pode haver espaço para jogos. Ou qualquer outra coisa que não seja
completa aceitação por parte do regime de Assad', disse Kerry.
"Nós temos algumas diferenças, mas também trabalhamos juntos em outros
assuntos. Nós nunca deixamos de nos falar. Rússia e Estados Unidos
cooperaram no caso da Coréia do Norte, cooperaram para reduzir as armas
de destruição em massa", afirmou Kerry, sobre a relação dos EUA com a
Rússia, durante pronunciamento.
O chanceler russo, por sua vez, afirmou que as reuniões com Kerry
transcorreram de maneira "excelente", minuto antes de ambos concederem
uma entrevista coletiva conjunta
Na véspera, a chancelaria russa havia afirmado que Lavrov, Kerry e o enviado diplomático da ONUpara
a crise síria, Lakhdar Brahimi, concordaram que só uma solução política
poderia acabar com a violência no país em guerra civil.
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O ministério russo disse em comunicado que os três concordaram em se
reunir novamente em Nova York, à margem da Assembleia Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), no fim deste mês, para mais
negociações sobre a realização de uma conferência internacional de paz
para a Síria.
Os EUA, apoiados pelas potências ocidentais, afirmam que o regime sírio
é responsável pelas mortes de 1.429 civis em um ataque em 21 de agosto,
na periferia de Damasco, provavelmente pelo uso de gás sarin.
O regime de Assad nega autoria e culpa pelo incidente os rebeldes
"terroristas", ligados à rede da Al-Qaeda, que tentam derrubar o
governo, em uma guerra civil que já dura 30 meses e provocou mais de 110
mil mortes e uma grande crise humanitária e política na região.
Uma iniciativa diplomática iniciada pela Rússia tenta fazer que a Síria entregue seu arsenal químico à comunidade internacional.
Os EUA haviam dado crédito à proposta russa, mas mantêm a ameaça de
atacar militarmente a Síria em represália ao suposto uso de armas
químicas.
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