sábado, 12 de outubro de 2013

Lula manda PT isolar Campos

Tática

Presidenciável do PSB diz que ainda não se preocupa com alianças de 2014

PUBLICADO EM 12/10/13 - 03h00- O Tempo
BRASÍLIA E MOSSORÓ
O embate entre PT e PSB já começou, pelo menos para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, possível candidato ao Palácio do Planalto em 2014. Anteontem, em uma reunião de mais de cinco horas em Brasília, Lula orientou a presidente Dilma Rousseff e o PT a isolarem Campos. Ontem, por sua vez, o pernambucano fez questão de minimizar a postura que os petistas devem adotar.
Lula quer evitar que petistas e outros partidos governistas se aliem ao partido de Campos, agora com seu projeto presidencial reforçado pela ex-senadora Marina Silva. O ex-presidente acreditava que o governador de Pernambuco pudesse recuar de sua pré-candidatura ao Planalto caso não decolasse nas pesquisas. Por isso, chegou a pedir que o PT mantivesse o diálogo com ele mesmo depois que o PSB entregou os cargos que ocupava no governo, no fim de setembro.
Segundo interlocutores, após a filiação de Marina, o ex-presidente passou a considerar o PSB como oposição. Lula aponta como prioridade a consolidação de alianças regionais com outros partidos da base de Dilma, como PMDB, PR e PTB. O objetivo é montar o maior número de palanques distante do PSB e “fechar os espaços de Campos”, nas palavras de um aliado do ex-presidente.
Campos, por sua vez, afirmou ontem em Mossoró, no Rio Grande do Norte, que não está “preocupado com essas questões de quem deve ou não ficar de fora de alianças”. “A nossa rede será de alianças para o bem do Brasil”, complementou o socialista.
Campos, que tem o PT participando de sua gestão em Pernambuco, disse que “não será a exclusão de partidos ou pessoas que irá fazer o país mudar”. O governador afirmou ainda não ver motivo para afastamento do PT de seu governo – a sigla comanda Transportes e Cultura –, e também para o rompimento entre PSB e PT onde as legendas são aliadas.
TRAIÇÃO. Citado como “traidor do PT e do Brasil” em uma faixa estendida perto da Câmara Municipal de Mossoró, Eduardo Campos, lembrou, em discurso a militantes, que seu partido abdicou de candidatura à Presidência em 2010 por um pedido de Lula.
“Na eleição passada, o PSB teria candidato a presidente, mas o partido atendeu apelo do presidente Lula para que não tivesse. Para seu projeto político continuar, o PSB deveria apoiar a candidatura de Dilma Rousseff”, disse. O governador chegou ao local do evento, onde duas pessoas seguravam a faixa com os dizeres “Eduardo Campos, traidor do PT, traidor do Brasil”.

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